Capítulo 7

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- Acho que não há necessidade de irmos até lá. - falei, enquanto provava o vestido para a festa da escola. Um vestido vermelho, que coube em meu corpo e dava visibilidade para minhas curvas. Amo vermelho e amei aquele vestido.

- Você sabe muito bem que precisa! Ou prefere viver a vida sem saber o que significa seus pesadelos? - perguntou Katie, enquanto consertava o vestido em mim após eu ter saído do provador. Aquela lojinha fedia a coisas velhas, a mofo, era tão pequena que quase não cabia os compradores e nem mesmo a gerente. Porque estou nesta loja comprando meu vestido? Pois é a única loja da minha cidade que tem vestido do meu tamanho, as outras dizem que tem, porém quando provo só falta rasgar.

- Não sei. - falo, enquanto enfim sento em um sofá pequeno, redondo, próximo de um espelho - Acho que tenho medo de saber o que é tudo isso.

- Olha, talvez seja só coisa da sua mente. Seu cérebro deve ter ouvido os barulhos vindos da sala e produziu um pesadelo com isso, porém nunca saberá se não for para a consulta que marcamos com a cartomante. - ela disse enquanto eu pirava nos cílios e na lente de contato vermelha que estava usando, ela tinha acabado de comprar em um camelô. A lente combinou muito com a farda do colégio, e sim, estou pensando nisso para evitar pensar nos pesadelos pelo menos uma hora do dia.

- Tem razão! Moça embrulhe este vestido, irei levar! - digo tomando providência para enfim ir à cartomante. Paguei o vestido e fomos em direção a cartomante. Estou com medo, muito medo do que virá, do que acontecerá, mas continuo firme no que a Katie disse, pode ser apenas um delírio da minha mente.

Enquanto passávamos por aquelas ruas, o silencio dominava nosso ar, eu tremendo de medo e Katie olhando para o nada, acho que ela também está com medo... Acho não, tenho certeza! Imagina se eu na verdade for um demônio, e na hora das cartas eu incorporo e mato a Katie? Não aguento mais esperar, ao mesmo tempo em que quero ir, não quero.

Chegamos a frente à porta da cartomante e adivinha? Ela não estava! Tinha um bilhete na porta dizendo com todas as letras: ESSA CARTOMANTE FOI PRESA.

- Não creio que ela foi presa, e agora? - Katie se desespera, sentando no chão em frente à porta.

- Talvez não fosse para nós virmos hoje. Você chegou a pagar pela consulta?

- Sim! Sim! Paguei, sou uma besta mesmo. - sento no chão e tento consolar minha amiga.

- Olha você não é besta, é uma cantora sensacional e sabe mais? Obrigada, por ter tido a coragem de pagar e vim aqui comigo, mesmo eu podendo ser um demônio.

- Até os demônios são legais, sempre serão melhores que os homens. - começamos a rir e ver a besteira que iríamos fazer - E agora?

- Não sobrou nada a não ser esperar até onde isso vai.

- Eu escolho isso, esperar até onde isso vai.

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