Capítulo 11

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- Peço que se acalme. - disse João, enquanto eu secava meu cabelo. Eu tinha trocado de roupa e tomado banho, mas não parava de pensar na palavra: Lilith. Sentei junto dele em minha suposta cama e logo começou a desembuchar.

- Você deve conhecer a história de Lilith, a primeira Eva, que foi expulsa do paraíso por não querer ser submissa a um homem, que seria Adão, porém o que ninguém sabe é que Lilith, quando foi mandada para o deserto, teve uma esposa chamada Stefane. Stefane e Lilith viveram um romance lésbico intenso, até que o Criador não gostou de tudo aquilo, e para se vingar de Lilith, a separou do seu amor verdadeiro e a queimou. Já com Stefane em suas mãos, o Criador a amaldiçoou, profetizou que todos os seus descendentes seriam demônios do sono, seriam vampaias. Sua mãe, Laís, é uma descendente de Stefane, porém de sangue azul, o que levou sua morte. Sim, esses demônios que te perseguem, mataram sua mãe, porém não sabiam de algo, de que ela estava grávida. Carlos a conheceu, ele também é um vampaia de sangue azul, e depois de sua morte, entrou em uma depressão, se sentia incapaz de proteger ninguém, a mesma tinha deixado a missão para ele cuidar de você, mas a única coisa que a depressão o deixou fazer foi morar em sua escola, até eu o encontrar.

- Antes de qualquer coisa, como você soube de toda essa história? Você é um vampaia? - perguntei, chocada com tudo aquilo.

- Sou um vampaia de sangue azul, passei pelas mesmas coisas que você, porém meu guardião morreu tentando me salvar.

- Guardião?

- O Carlos é seu guardião, alguém que seu antepassado vampaia acreditava que iria te salvar. Quando eu me mudei para aqui, percebi o perigo que você corria e não quero que você passe pelo o que passei.

- Eu deveria te dizer obrigado? - digo, me encostando mais perto dele.

- Se você quiser me beijar, agradeço. - ele se encosta e nos beijamos. Foi maravilhoso sentir sua língua, sentir seu carrinho, sentir que estava protegida pelo menos mais uma vez. Alias, ele beija muito bem. Paramos quando vemos que Carlos entrou pela porta agitado.

- Carambolhas! Carambolhas! - disse entrando com um colar com a pedra da minha mãe.

- Carrambolhas! Você é muito velho, Carlos! - falou João, me fazendo gargalhar.

- Não ligue para isso, e sim que consegui! Consegui! Com esse colar a Laís vai poder se transformar em vampaia quando quiser. Isso é tão brilhante! E só precisou de velas acendidas, uma oração e foi! - grita, pulando de felicidade.

- Que tal você testar? - pergunta João segurando em minha mão.

- Pode ser perigoso. - indaga Carlos.

- Quero! Quero testar e sabe como? Indo visitar a Medusa.

- Tem certeza? - diz Carlos.

- Sim, dei-me o colar e me diga onde a Medusa está.

- Acho perigoso! - diz Carlos, sentando na cama.

- Olha, ela precisa sair daqui, e eu posso ir junto! - João fala, enquanto Carlos dava-me o colar. - Vamos?

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