Gritei, gritei tanto até minha garganta se arranhar, até ele mandar um vampaia jogar o primeiro balde de água em Medusa. Nesta altura do campeonato eu não estava mais sabendo no que pensar, Carlos tinha acabado de morrer por minha única culpa, e agora seria Medusa, a menina que eu amo. Jogaram vários baldes, enquanto João assistia tudo e esperava ela acordar, até que a mesma acordou.
— Onde estou? O que está acontecendo? — disse com a voz rouca, abrindo lentamente os olhos. João começava a caminhar até Medusa, enquanto eu ainda insistia em gritar.
— Não! João, você quer a mim, não a ela, a deixe em paz!
— O que está acontecendo? Alguém me explica, por favor!
— Ela é tão bonitinha, que pena que vai morrer. — fala enquanto pegava no rosto de Medusa, a fazendo gemer para trás.
— Por favor, a deixe! É a mim quem você quer, por favor, faça pelo menos isso, me mate logo! — digo começando a chorar e sentindo dores na garganta. Ele se vira para mim, os vampaias todos em volta de Medusa, e a mesma se contorcendo para tentar se desamarrar da corda, mas não conseguindo sair do lugar.
— Não! Não! Você precisa sofrer tudo o que vampaias, como nós, sofremos! Nós nunca voltaremos a ver nossas famílias, nunca poderemos controlar este demônio que está dentro de nós! A única coisa, Laís, que queremos é ser livre, livre de qualquer maldição!
— Então me mate, não a ela! — digo, enquanto via Medusa rapidamente se soltando das cordas amarradas no teto e o chutando. João cai no chão e manda os vampaias correram atrás dela, mas ela tirou do bolso a arma de vela e começa a matar vários dele. João se levanta do chão, mas até conseguir se colocar em pé, Medusa já está me libertando.
— Temos que ser rápidas, a arma tá no seu bolso, vamos! —sussurra, me libertando, enquanto eu com muitas dores tento me manter em pé, puxo rapidamente minha arma, a acendo e começo a matar vários vampaias.
A cada instante eu matava mais de quinze vampaias, era uma legião, cada hora aparecia mais e mais, e todos fortes, porém a vela os matava. Medusa matava vários de uma vez também, até que em um determinado momento não sobrou nenhum, até Medusa cair no chão gemendo. Havia sobrado João, e com as cinzas múltiplas no ar dos vampaias, não o vimos jogando uma espécie de faca na perna de Medusa.
— Vocês podem os matar! Mas não a mim! — grita, enquanto Medusa geme de dor.
— Medusa! — vou em direção a ela, vejo sua perna e vejo a faca enfiada. — Vou tentar tirar! Acalma-se, acalma-se. — sussurro, enquanto tento tirar a faca, mas Medusa grita tanto mais tanto, que não consigo ouvir mais nada depois. Tiro a faca, porém a pele dela começa a se abrir sozinha e ficar toda vermelha.
— Se eu fosse você Laís, não ficaria dando as costas para os inimigos! — debocha João, me fazendo estremecer de raiva, a raiva que eu não tinha encontrado, agora tinha voltado com toda a sua força.
— Cala a maldita da sua boca! Deixe a em paz! Você me quer!
— Então venha! Saiba que se fosse por mim, a teria matado com uma faca com mais veneno já que a mesma pensou ter conseguido me enganar, até parece que eu não sabia que isso iria acontecer, até parece que eu não tinha pensado nisso, planejado isso.
— Eu te odeio! — grito, olho para Medusa que chora de dor e tomo uma das mais corajosas coisas que já fiz, levanto-me e vou até Carlos, que está diante do local sem chão. Ele me olha com os olhos arregalados, e Medusa grita vários nãos, mas algo me invade, algo me diz para só ir.
— Nãooo!
— Sim! Sim! Venha meu amor, venha. — ele pega em minhas mãos e me coloca em diante ao local sem chão. Tento olhar para o local, mas só vejo um vazio e as cinzas de Carlos lá embaixo. Começo a chorar.
— Últimas palavras?
— Garanta que meu pai nunca saiba disso, diga ao meu pai que eu fugi, fui morar fora, por favor, outra morte o destruiria, pelo menos com minha fuga, ele passaria anos me... — paro de falar quando noto a mão dele em minhas costas.
— Foi bom te conhecer. — depois de falar isso, ouço um imenso grito, o mais alto que já ouvi, era Medusa matando João. João enfim tinha virado cinzas, enfim tinha morrido. Viro-me para olhar - lá, porém me desequilibro e caiu, caiu naquele vazio. Ouço somente os gritos de Medusa enquanto me preparo para minha morte. Enfim estarei com minha mãe.
Estarei com minha mãe,
A amando, a beijando
Farei tudo o que não fiz
Quando ela ainda estava aqui
Mas agora a verei
Fecho os meu olhos e
e
e
e?
Algo me pega, abro os meus olhos lentamente e vejo, era meu pai, porém ele tinha asas, meu pai tinha asas! Noto somente seu rosto, e eu em seu colo.
— Vamos para casa! Isso termina aqui! — diz furioso, enquanto eu fecho meus olhos.
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VAMPAIA
Mystery / ThrillerLaís é uma garota que sempre foi atormentada por pesadelos, onde seu corpo não é o seu corpo e sim um sedento por sangue que presencia eventos horripilantes que ao acordar percebe ligações entre os pesadelos e a realidade. Tudo isso se intensifica q...