Capítulo 17

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Acordei com alguém jogando um balde de água em mim. Antes mesmo de eu sequer pensar em abrir meus olhos, outro balde com a água cada vez mais fria, até que ouço o barulho de outro balde vindo, e abro os olhos.

- Mentira? Você enfim acordou? Pensei que o efeito da droga nunca irei passar. - diz uma voz que começava a surgir. - Da próxima vez, seus emprestáveis, dêem uma droga com efeito curto! - A voz se tornou mais forte até eu perceber que quem estava falando era João.

- João? - sussurro enquanto o vejo em minha frente. Noto que estou amarrada ao teto do local.

- Não diga João, diga líder soberano. - fala e logo depois começa a rir freneticamente. Meus olhos vão percebendo cada vez mais detalhes de onde estou, vejo que estou com a mesma roupa de quando os vampaias me atacaram, noto que além de eu estar amarrada, Medusa também está a metros de distância de mim, amarrada, mas dormindo, e por fim, o vejo, João parado rindo, vestido de terno preto, e os vampaias atrás dele, com baldes de água nas mãos.

- O que é tudo isso? - pergunto assustada, mas ainda sem força na voz.

- Bom, meu amorzinho, quer dizer, quase amorzinho, eu sempre fui o vilão, isso era claro, mas você era muito besta para adivinhar, mulher é mulher, sempre será burra! - Fala enquanto eu procuro alguma raiva em mim, mas só consigo sentir um enorme vazio em todos os cantos do meu corpo.

- Onde estou então? - pergunto recuperando a força em minha voz.

- Em uma casa, estrategicamente montada para te matar. Olha esta parte parece um sótão velho, até mesmo as paredes sem reboco tão esta impressão, do lado de fora daqui, parece que a família da casa está se reunindo no sótão, mas na verdade isto é somente um espaço vazio para aprisionar você e a Medusa. Dá para perceber que depois daquela parte acaba o chão, e lá embaixo está com pó de pemba, mais conhecido como matador de Vampaia. Sei, você deve se perguntar, porque simplesmente não pegamos o pó e jogamos em você? A resposta é simples, foi um humano que colocou aquele pó lá em baixo, e nós como vampaias, morreríamos só de pegá-lo.

- Então você vai me matar? - questiono, enquanto tento pensar em alguma coisa que me faça pensar estar em um pesadelo e que logo irei acordar.

- Bom, eu adoraria te matar somente te jogando no sol e te vendo derreter, mas somos Vampaias, não derretemos no Sol, então irei te torturar primeiro. Dylan, meu vampaia favorito, mande os outros trazer-lo!

Começo a me contorcer até virar para a parte da imensa porta que estava atrás de mim, e vejo os vampaias vindo com ele, Carlos. Ele entra chorando muito, com a roupa toda rasgada, o olhar totalmente deprimente e amarrado a uma corda. O demônio do sono entrega a corda para João que a puxa tão forte, fazendo Carlos cair no chão.

- Por favor, eu te peço, não faça nada com ela! Não faça nada com ela! Você tem a mim! Sou um vampaia de sangue azul! Acabe logo com isso, mas com ela, por favor, não! - grita, intercalando com frases soluçadas, e se ajoelhando em frente a João.

- Não! Não! Deixe o em paz João, você quer a mim, então a mim você terá! - falo sem ao menos pensar antes, porém eu tinha acabado de ficar com os hormônios a flor da pele, porém eu ainda não estava sentindo raiva.

- Nossa, Carlos, não esperasse que você mentisse para tentar poupá-la. - fala, enquanto passa a mão pelo cabelo de Carlos. - Vampaia de sangue azul? Sério isso? Até parece.

- Só me mate e a deixe em paz! - grita.

-Não! Não! Mate-me João! Ele tem nada haver com isso! - grito também, mas nenhum dos dois me ouvem.

- Vampaias! - grita João, fazendo os vampaias gemerem ao ouvir. -Prestem bem atenção nesta morte!

- Não! Não! - grito, enquanto Carlos se levanta, João o levando até a parte sem chão, que dava para o pó de pemba lá em baixo.

- Algum vampaia pegue nesta corda, não quero sujar as mãos com esta merda! - um vampaia pega a corda e João vai até perto da grande janela que a casa continha. Eu estava apavorada!

- Não! Não! - eu gritava, mas João só sabia rir cada vez mais alto.

- Laís, preste atenção, você vai amar vê-lo morrer. - disse começando a rir, enquanto eu gritava e o vampaia e Carlos se aproximavam cada vez mais da abertura.

-Carlos, últimas palavras? - perguntou debochadamente João, enquanto Carlos se virava para me olhar.

- Eu tentei ao máximo te proteger! - disse e logo em seguida o vampaia o jogou, fazendo-me dar um enorme grito. Essa foi à última hora que eu o vi, o nosso último momento, ele falando aquelas palavras com o rosto todo cheio de lágrimas e os olhos atormentados.

- Gostou? Agora vamos para a Medusa.

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