VAMPAIA

Capítulo 10

Acordei com uma dor de cabeça imensa, latejante, deve ter sido por causa do ambiente fechado, que só possui um ar condicionado ligado, sendo que tenho uma alergia nada haver ao frio. Gosto de lugares quentes, na verdade aprendi a gostar de lugares assim, já que aqui na cidade é o único clima que habita. Noto que tive uma noite de sono boa, já que não virei vampaia durante algum momento. Escuto barulhos, e vejo João e Carlos entrando.

- Já acordou? Que maravilha! Então podemos começar o treino de hoje, e como você já sabe, vale uma conversa revelando tudo sobre sua mãe, saiba que estamos fazendo isso para te motivar a treinar! - exclama João, agora todo vestido de branco, com roupas leves, Carlos também. Os dois esperam eu me levantar e percebo, agora em pé, que eles trouxeram baldes e mais baldes de sangue. Não entendo para que tanto sangue.

- Laís, você deve estar se perguntando qual é o motivo desses baldes de sangue? - Carlos para e se vira para João. - João vai espalhando para mim. Querida, voltando, hoje iremos te treinar para você mesma saber como se adestrar como uma vampaia, ou seja, dia de liberar os dentes pra sugar o sangue dos baldes! - enquanto isso, João ia espalhando os cinco baldes por toda o quarto.

- Primeiramente, eu não sei como faço para virar vampaia e também para me destransfomar naquele demônio, e outra, nem beber sangue eu bebo.

- Sua vampaia deve estar com fome, lembre-se não é você quem irá beber e sim sua vampaia.

- Nunca bebi sangue, pelo o que me lembro.

- Nunca? Nenhum pesadelo sobre isso? - indaga João, me fazendo lembrar que pesadelos agora são reais. Já tive um com sangue, alias muito sangue, mas não foi recentemente, foi quando eu era criança, merda, sempre fui uma vampaia então.

- Uma vez ou outra também, olha sinceramente, como vou fazer para me transformar em vampaia em plena lucidez?

- Sua vampaia é ativada por um mecanismo de auto defesa, ao contrário dos outros, que só são possíveis com a quase morte, ou seja, com o sono, sendo assim quando tu sente uma raiva extrema, a vampaia vem.

- Eu estou sentindo uma raiva extrema agora, e nem por isso virei vampaia.

- Então vamos lá, olhe diretamente para mim, sua mãe era uma puta - diz João. Sinto uma leve raiva, mas não tão extrema.

- Meu pai sempre disse que durante sua vida a dois com minha mãe, ela nunca o traiu, e se a puta era quando ela era descompromissada com alguém, e chamada de puta porque ficava com todos, então eu também sou uma puta. - digo enquanto João começa a andar para trás, quando de repente, leva um tiro no peito e cai inconsciente. - O que? Que merda é essa! - grito, com toda a raiva que tenho, me viro para trás e lá está Carlos, com uma arma na mão. Não penso muito e minha vampaia é ativada. Corro ferozmente para cima de Carlos, que corre e eu caio em um balde de sangue. Começo a me alimentar com aquilo, é até que bom. Termino em segundos, quero mais, minha mente se divide em matar Carlos e me alimentar, porém não consigo me controlar. Passo para o próximo balde e em seguida para o próximo, bebendo o sangue com a mesma velocidade da luz, até que ouço alguém, que parece ser João, contando.

- 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10! 10! Laís volte! Estou vivo, agora pode voltar! - berra, mas meu corpo quer mais sangue, então pulo para o próximo balde.

- Merda! Não está funcionando! Temos que esperar os baldes acabarem! - grita Carlos.

- Não, não! Esse não é o treinamento! Laís volte! Estou bem! - Não consigo voltar, meu corpo não é mais meu, tenho consciência disso - Não queria usar esse método agora! - Não entendo até João me injetar algum calmante pelas costas e me colocar um colar de uma pedra vermelha, e assim eu começo a voltar aos poucos ao corpo de Laís.

- Pera! Esse é o colar da mãe dela? Como você tem? Meu Deus, podemos utilizar desta pedra para fazer outro colar para que ela possa se transformar em vampaia quando quiser! Socorro, porque você nunca me disse isso, João! - exclama entusiasmado, enquanto João entrega o colar para ele. O colar da minha mãe...

- O que está acontecendo? O que houve comigo?

- Você quase não se controlou, mas graças ao colar da sua mãe, conseguiu! - diz João, agora olhando em meus olhos, enquanto eu estou toda suja de sangue.

- Quero saber dela agora.

- O que você quer saber sobre Lilith?