Filho das Trevas {Descendentes da Escuridão.}

Capítulo 10 - Um novo chamado.

"Eu tenho fogo como coração.
Não temo a escuridão ao meu redor."

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     Eu segurava o cabo da foice firme com os olhos vendados:

— Lembre, não são só seus olhos que importam, use seus outros sentidos. — Tio Alron falava.

    Eu paro e giro meu corpo com a foice ouvindo a lâmina cortando algo e sorri:

— Isso!

— Concentre - se! — Ouço.

— Tá bem, tá bem — Suspiro voltando a me concentrar.

       Girava a foice ao meu redor com cuidado sentindo presenças e abaixo desviando de algo sentindo meu cabelo balançar, giro apoiando uma mão no chão fazendo a foice cortar algo, mas o cabo escorrega e eu caio no chão sentindo meu rosto batendo com tudo no piso e ouço um assobio sentindo as presenças sumirem e soco o chão rosnando:

— Droga!

— Desculpa sobrinha, não foi dessa vez — Alron fala.

     Me sento tirando a venda vendo o salão vazio e a foice caída perto de mim e pego meus óculos colocando ajeitando os mesmos:

— Comparado a antes está melhorando — Ele falava recolhendo armas do treino.

— Mas ainda não o suficiente — Tiro a foice do chão.

       Eu suspiro olhando meu reflexo na lâmina quando uma mão toca meu ombro e me assusto e viro deixando a lâmina contra atrás do pescoço de alguém:

— Desculpa! Desculpa, não queria atrapalhar — Heitor fala levantando as mãos.

— Tudo bem você só me assustou — Abaixo a foice e pego um lenço começando a polir a lâmina — Veio para o treino?

— Sim, disseram que é aqui... — Ele olhava para mim e desviava o olhar um pouco.

— Que foi? Pode perguntar... — Ri.

— Você pode ter uma arma assim? Tipo não é meio arriscado treinar com ela?

— Eu corro o risco e afinal a foice na verdade não é minha — Falo girando o cabo em minha mão — Meu pai passou ela para mim.

— E - Espera...Então você tem a foice de um ceifador!

— Isso, mas não posso usar muito ainda, estou aprendendo a lutar com ela aos poucos — Falo a colocando em meu ombro — É melhor do que aprender a voar...Eu nem consigo subir muito fico a uns quatro ou cinco metros do chão..

— Voar não é tão difícil — Ele falou ajeitando a gravata.

— Até parece...Enfim, quem vai te ensinar a usar seus poderes? — Pergunto.

— Eu não sei, só me mandaram para cá... — Falou coçando a nuca suspirando — Só espero não decepcionar...

— Eu senti o mesmo quando comecei, vai ficar tudo bem — Ouvimos e sorri.

— Oi Tia — Aceno.

      Vejo minha Tia entrando com cabelo preso usando uma camisa azul clara com um colete e calça pretos e usava uma sandália estilo grega e sorria:

— Já está melhor? — Questiono.

— Nada como uma boa noite de sono — Ela sorri e vira para o Heitor — Você deve ser Heitor o novo amigo do meu filho não é? Agradeço por ter ajudado ele..

— Eu, eu, eu...Ah! Obrigado alteza é uma honra conhecê - la... — Heitor se curva.

— Nossa calma, calma...Não precisa disso tudo, meu nome é Lua — Ela estende a mão para ele e sorri.