Capítulo Dois - Pequenas doses de mentira

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       Senti meu coração pular pela boca. Minhas pernas estavam bambas que eu estava começando a pensar que eu cairia, e minhas bochechas ardiam como nunca.

Eu realmente estava tentando ficar calma, mas era meio que impossível.

— Primeiramente. — Falou me encarando enquanto erguia as sombrancelhas ruivas de forma totalmente exagerada. — O que faz aqui, e qual é o seu nome?

Seu olhar sobre mim estava me deixando ainda mais envergonhada. Os seus olhos azuis não desviavam de mim nem por um segundo. Ninguém nunca me olhou daquela forma e eu realmente achei que seria melhor...

— Jenna, Jenna Ross Covey. — Falei susurando. Ele então soltou um pequeno sorriso irônico.

      Naquele momento o que eu mais desejava era voltar no tempo. Se eu apenas tivesse recusado o convite de Henry agora eu não estaria aqui no mesmo quarto que Parker Calagari e sim em minha cama lendo um livro. Mas infelizmente o destino nós prega diversas peças uma são boas e outras, nem tanto.

— Olha só, ela fala. — Era evidente o tom de deboche em sua voz. Aquilo estava começando a me irritar, o seu sorriso irônico já estava começando a me irritar.

— Eu já vou indo. — Falei gaguejando um pouco. E assim encarei por uma última vez os olhos incrivelmente azuis de Parker, e por fim coloquei minha mão sobre a maçaneta da porta.

Eu já estava preste a deixar o quarto, mas paralisei ao sentir o toque frio e áspero das mãos de Parker. Ele segurava o meu pulso com delicadeza, me virei para a frente e assim ergui a cabeça para que podesse encarar Parker Calagari com clareza.

— Você me deixou curioso garotinha, então apenas me diga o que estava preucurando e vá embora. — As suas mãos já haviam deixado o meu pulso fino, mas os seus olhos não deixavam de me olhar.

     De jeito algum eu diria para Parker que eu procurava pelo seu irmão. Pois  ele nunca teve a fama de ser confiável, na verdade ele era totalmente o contrário disso, então eu prefiro não me arriscar.

— Você. — Falei deixando que meu olhar fosse no ruivo em minha frente. — Eu estava preucurando você. — E por fim fechei os olhos e respirei fundo soltando todo ar pela boca.

Mentir era algo que eu geralmente não fazia, mas infelizmente era algo necessário de se fazer, mesmo sendo errado.

— Eu estou completamente lisonjeado. — Ele então se apoiou na parede e assim lançou um olhar um pouco malisioso sobre mim. — Mas então. Por qual motivo você estava me procurando, talvez eu possa até te ajudar.

— Isso é um interrogatório? — Perguntei.

— Sim Jenna, isso é um interrogatório. — Retrucou seriamente. E assim pegou em seu bolso um cigarro e o acendeu.

Sua voz grossa e completamente rouca me deixavam nervosa. Engoli seco e respirei fundo.

— É, eu estava...te preucurando...pra... — E antes mesmo que eu podesse terminar de dizer a minha estrondosa mentira somos interrompidos por Carla Williams.

Eu nunca fui muito com a cara dela, mas naquele momento eu queria abraça-la fortemente...
 
— Parker meu amor. — Carla disse ao fechar a porta. A cara de Parker de fechou no mesmo momento e um sorriso surgiu dos lábios vermelhos de Carla ao ver que Parker estava parado literalmente em minha frente. — O que os dois fazem aqui, juntos?

Minha Doce MentiraOnde histórias criam vida. Descubra agora