Foi em 1997 que o poderoso e temido Lord Voldemort foi derrotado pelo menino-que-sobreviveu. E com sua morte, o fim da Segunda Guerra Bruxa.
Pelas últimas duas décadas nenhuma outra ameaça voltou a perturbar a paz no mundo Bruxo, até agora...
O ano...
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ALUADOS Lua de Prata
Parte XXIX
| Liverpool - Inglaterra | | Porto | | Agosto de 2009 |
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Milla havia mergulhado em mais uma lembrança desconhecida. Estava em uma aconchegante sala de estar com poltronas marrons aveludadas. Logo a frente de uma lareira que há muito tempo parecia não ser usada. Na estante alguns porta-retratos entre tantos enfeites, muitos deles eram modelos de barcos antigos, todos com a imponente bandeira Britânica içada.
Um dos porta-retratos mostrava na foto amarelada um casal sorridente no cais de um porto com uma garotinha de cabelos negros entre eles. Na foto seguinte a garotinha já havia crescido e se tornado uma bela jovem de cabelos negros, ela posava para a foto em cima de um grande barco de pesca.
Milla se aproximou para olhar a foto seguinte, o casal do primeiro retrato agora tinha a aparência bem mais velha, o homem já mostrava a barba um tanto grisalha e a esposa prendia o cabelo em um coque alto, estavam naquele mesmo porto, porém agora o velho homem segurava em seu colo um menino de pele clara e cabelos tão escuros quanto da jovem que era vista nas fotos anteriores.
A claridade do dia entrava forte pela janela e Milla conseguiu espiar a distância, logo depois da rua movimentada que passava em frente à casa, estava o porto. Era o mesmo das fotos, e entre tantos barcos atracados ali no cais, foi fácil identificar o barco que estava nos retratos.
Uma conversa agitada no cais prendeu a atenção de Milla, dois homens gesticulavam animados e apontavam para o barco, enquanto uma mulher se afastava deles e atravessava a rua vindo em direção a casa.
Assim que a mulher entrou, Milla pode vê-la de perto. O tempo parecia não ter sido gentil com ela, mantinha o mesmo coque pomposo das fotos, porém agora em tons acinzentados, na pele as marcas mostravam os anos de historias que aqueles olhos cansados já haviam vivido.
Logo que fechou a porta, a mulher deu alguns passos e parou no meio da sala cruzando os braços em uma expressão de descaso. Milla se virou para onde ela olhava e assustou-se ao finalmente notar a presença dele ali parado, encostado no vão que dava acesso a cozinha, o dono daquela lembrança.
- Zachary, não adianta me olhar assim. Está feito. – A mulher tinha a voz fraca e cansada. – Em alguns dias eles levarão esse maldito barco.
- Meu avô jamais aceitaria que vendêssemos o barco dele, se ainda estivesse aqui. – Zacky estava com a voz tão grave e falhada quanto um garoto de quinze anos deveria ter.
