Aluados - Lua de Prata

Capítulo 19 - Controle

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ALUADOS
Lua de Prata
Parte XIX

|Hogwarts|
| Março de 2009 |
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A neblina prateada foi se dispersando. Estava em uma nova memória. Milla reconheceu imediatamente o ambiente. Mesmo a noite era possível ver as plantas por todo o lado nas Estufas. Ela não precisou se mover muito por ali, seus pés a iam levando para fora do caminho de pedras e seguiu atravessando os arbustos até que pode vê-lo, logo a sua frente estava ele com seus cabelos antes sempre tingidos de cinza, agora já revelavam o louro claro natural, o dono daquela memória.

Luke caminhava agitado entre algumas plantas, segurava nas mãos o Livro Azul, olhava incessantemente para as paginas e então recolhia folhas e raízes por ali. Caminhou sorrateiro até uma prateleira de vidro, pegou algumas sementes de potes minunciosamente escolhidos e os guardou na mala. Olhou ao redor se precavendo, e então saiu em silencio pulando uma das janelas entreabertas.

Enquanto seguia pelo corredor lateral escuro do Pátio, ouviu risadas altas e descontraídas, observou a distância, lá seguiam rumo aos portões Thomas e Milla abraçados, e logo atrás vinham Pietro e Arian. Todos tão distraídos em suas conversas que mal se atentaram a olhar no corredor oposto do Pátio onde Luke caminhava. Ele se apressou mantendo o olhar no grupo sem perceber quem vinha na sua direção, dando um forte esbarrão.

- Ei, devagar aí fugitivo. Assim podem até pensar que está indo fazer alguma coisa proibida. – Zacky ria do amigo, então notou a mochila nas costas de Luke. – Aliás, aonde você vai? Pensei que iriamos juntos para Hogsmeade, Nate tá esperando a gente.

- Hoje não Zacky... Eu preciso ficar sozinho.

- Luke o que está acontecendo? Tem se afastado de todos, até de mim. – Zacky retomou um ar de seriedade e preocupação. – Eu sei que tem sido tempos conturbados pra você. Mas sempre pôde contar comigo, desde o nosso primeiro ano, lembra? Éramos só nos dois explorando o Castelo. Quando Milla, Pietro e Thomas ainda não haviam entrado para Hogwarts. Você e Olivia ainda não estavam juntos...

- Não quero falar sobre ela. – Luke cortou o assunto ríspido. – Alias não quero falar nada sobre ninguém. Eu tô com uma pista boa de como decifrar esse Livro maldito. Deixa eu me fazer útil pelo menos uma vez na vida e resolver algo sozinho.

O garoto esbarrou de ombro no amigo e correu pelo pátio na noite silenciosa sem olhar para trás. O final de março já se despedia do inverno. Ele avançou através da ponte coberta e chegou ao bosque, ia a passos cuidadosos até achar uma pequena e discreta clareira.

Acomodou-se se sentando no meio dela e começou a retirar da mala alguns objetos. Entre todas as folhas, raízes e sementes que havia colhido da estufa, se adicionavam agora, uma velha garrafa de FireWhiskey ainda meio cheia e um cachimbo, não tão majestoso quanto o prateado de Mirko, este era de madeira, um marrom desbotado e gasto.

Luke abriu a garrafa, e tomou um largo gole. Ficou segurando ela na mão fitando-a por uns instantes. Lembrou-se do dia que a furtou, foi na última vez que esteve no bar de seu pai, no dia do enterro dele alguns meses atrás. Engoliu em meio a uma careta, aquele liquido desceu mais amargo do que nunca. A luz fraca da lua minguante batendo em seu rosto. Luke sempre sustentou olheiras, mas pareciam mais escuras do que de costume. Ele soltou o Livro Azul no gramado.