Capítulo 12 - Uma Noite de Sorte

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ALUADOS
Lua de Prata
Parte XII

|Estufas - Hogwarts|
| Dezembro de 2008 |

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Os olhos se abriram semicerrados, a claridade era incômoda. Milla puxou o ar preenchendo os pulmões, sentiu o aroma de flores. À medida que sua visão se acostumava a luz, conseguia ver acima de sua cabeça o teto translucido da estufa, uma variedade de plantas penduradas por todo lado.

Ainda se sentia fraca, um pouco atordoada. Um vento gelado daquela manhã de dezembro lhe passou pelas orelhas, estremeceu e tentou se cobrir mais.

Quando moveu o corpo sentiu seu ombro arder intensamente deixou escapar um lamento. Imediatamente sob sua vista surgiu a silhueta da Professora Delphine, se aproximou apressada, o sol que batia deixava seus cabelos dourados ainda mais reluzentes. Ela lhe segurou com delicadeza no lugar a impedindo de ver muita coisa, além do teto.

- Acalme-se querida, vai ficar tudo bem. Tente relaxar e não se mexer muito por enquanto.

- Como ela está? Me deixa falar com ela... – Milla o reconheceu imediatamente, a voz de Thomas lhe aqueceu mais o peito do que as cobertas que Delphine ajeitava sob ela.

- Não, não rapaz. Para trás. Ela precisa de repouso eu já disse. Sem fortes emoções. – Milla conseguia ver a sombra de Delphine empurrando pra longe o vulto baixo de Thomas. E uma outra silhueta se juntou a eles. – Vamos logo, Pietro me faça o favor de levar Thomas tomar um café, um ar fresco. Apenas deixem os feridos repousarem. Logo Mirko virá falar com Luke, e não quero que estejam aqui.

Milla se perguntou quem mais estaria tão mal como ela, ou se haveria alguém pior. Se todos haviam chego a salvos. Notou uma maca ao lado da sua, tentou enxergar quem era o ser embolado nas cobertas que ali repousava, mas não teve forças e apagou mais uma vez.

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Quando abriu os olhos novamente, foi repentino, o som de uma voz esbravejante ecoava na sua cabeça. Um laranja intenso pintava o céu daquele fim de tarde. Alguém havia lhe colocado um travesseiro a mais, estava mais inclinada e podia ver seus pés.

Finalmente percebeu que os gritos não eram em sua cabeça, e sim ali próximo. Algumas poltronas roxas vibrantes haviam sido colocadas no lado oposto da estufa. Pode ver de longe os cabelos de Anya tinham um tom azul desbotado. A garota tentava segurar alguém que se debatia. Milla precisou apertar os olhos pra finalmente ver:

Anya confortava Luke, a frente deles o Professor Mirko gesticulava. Sentado logo atrás estava Zacky, o garoto levava as mãos ao rosto.

- Eu ajudei a tirar ela de lá! – Luke tinha uma veia da testa saltada e pulsante. Gritava esvaziando os pulmões. – Devia tê-la deixado para morrer, essa assassina... Ela vai pagar pelo que fez com meu pai.

Delphine rapidamente fechou as cortinas de uma maca que estava à esquerda de Milla uns dez metros de distância. Luke conseguiu se desvencilhar de Anya, Mirko o segurou em um abraço, seu cachimbo prateado se mantinha pendurado no canto da boca. Ele inspirou profundamente e então soltou uma nuvem de fumaça ao redor da cabeça de Luke.

Aluados - Lua de PrataOnde histórias criam vida. Descubra agora