Capítulo 43 - Sangue do Meu Sangue

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ALUADOS
Lua de Prata

Parte XXXXI

|Castelo de Inverness - Escócia |
| Agosto de 2009 |
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A reunião na biblioteca havia sido breve, tempo o suficiente para Lizander e Delphine revelarem a Asgardia todo o ocorrido nos jardins da Mansão Blast na fatídica noite em que Bardric Gauthen, Malcon e Gália Dixon haviam sido mortos, e sua irmã Astoria capturada, e mantida presa nas masmorras do Castelo.

E foi para lá que Asgardia exigiu ser levada de imediato. Desceu sozinha as escadarias, e pediu que Lizander e Delphine esperassem na biblioteca. Assuntos de família devem ser resolvidos em família, ela disse.

O ranger das grades ao abri-las deu uma sensação de euforia em Asgardia. As lamparinas nas paredes proporcionavam uma penumbra misteriosa no ambiente.

A cela onde Astoria estava era espaçosa e tinha uma cama confortável de certa forma. A um canto uma mesa e cadeira onde ela fazia as refeições, e o banheiro ficava em uma pequena sala isolado mais ao fundo. Lizander mantinha seus princípios de humanidade mesmo para com os inimigos.

Astoria estava deitada mirando o teto, mantinha a mesma expressão de sempre, ou a falta dela. Asgardia estava parada em pé a observando. Balançou a cabeça com indignação.

- Não cansa de envergonhar o nome de nossa família? – Asgardia exclamava com rancor. – Se deitando com o inimigo. Apoiando os planos deles, os chamando de família! O que nosso pai diria...

- O que nosso amado pai diria... – Astoria enfim se manifestou. Sentou com movimentos lentos na cama e encarou a irmã com seus olhos frigidos. – Se ele soubesse que a caçula dele sujou nosso nome, nosso sangue, procriou com a raça inferior. Me diga 'Gardie', como se sente sabendo que em breve seu amado Franklin deixara de existir?

- Até o momento o único que deixou de existir foi aquele sujo do Gauthen com quem se casou. E pelo que eu soube Jeffrey esta rumando pelo mesmo caminho. Acaba de ser condenado a Azkaban. Seu jovem príncipe se tornou um garoto perturbado, jogado em uma cela escura para o resto da vida.

As palavras afiadas trocadas incessantes entre as duas irmãs, parecia finamente ter surtindo efeito em uma delas. Como um corte preciso de uma lâmina, Astoria não foi capaz de sustentar sua inexpressividade. Ao ouvir o nome do filho seu estado de espírito foi abalado.

- Onde ele está? Não pode deixar que façam isso com Jeffrey. – Astoria ficou em pé segurando a irmã pelos braços. – Asgardia tome um pouco de sanidade, ele é seu sobrinho, sangue de seu sangue.
  
- Aquele moleque demente não merece piedade, ele tinha consciência de tudo que fazia, foi o principal culpado pela morte de Althazar Lestran. E deve pagar por todos os atos.

- Asgardia me diga, eles já o levaram? – Astoria tinha agua derramando dos olhos. – Me diga que eu posso vê-lo, que posso me despedir dele.

- Claro, o certo é que tão breve se juntará a ele. Azkaban será o novo lar de sua família. O sobrenome Gauthen irá perecer naquele lugar.

- Você não tem coração Asgardia, sempre com esse sorriso ensaiado estampado na cara. – Astoria tinha as veias do pescoço a saltar. – Como pode ser capaz de dizer isso. Me diga, se quer tanto acabar com a linhagem Gauthen. O que fara com Joseph? Vai usar sua influencia na Macusa para dar um sumiço em uma criança de onze anos? Onde esta meu filho afinal?

Aluados - Lua de PrataOnde histórias criam vida. Descubra agora