Bônus 5

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Alguns anos antes...

— Aquele é James, é o novo baixista que nos acompanhará pelo restante da turnê.

Camila observou, de longe, o homem de cabelos loiros, que carregava um princípio de barba no rosto alvo e muitas tatuagens pelos braços. Ela o achou bonito. O homem pareceu notar que estava sendo observado, os olhos azuis acinzentados pousaram em Camila e um sorriso tomou o rosto, exibindo os dentes alinhados.

— Oi.

Ela sibilou ainda de longe, vendo-o acenar e balançar a cabeça em um movimento amigável.

— Ele é uma graça, né...

Kimberly, a dançarina murmurou.

— É... E bonito.

A turnê terminou de rodar os Estados Unidos, aquele final pela América do Norte concentrou-se apenas na região centro-oste, passaram por Missouri, Indiana, Kansas, Minnesota, Nebraska e Ohio e em seguida embarcaram para parte europeia da tour.
James era inglês, então tinha certa familiaridade com algumas cidades e países que receberiam os shows.
Aos poucos foram montando um pequeno grupo de interessados que queriam fazer uma visita cultural pelas cidades que visitariam.

James liderando a trupe e Camila estando sempre disposta a acompanha-lo, conhecer as cidades e absorver a cultura local. Durante esses passeios eles frequentavam bares, restaurantes, enchiam a cara de cerveja, vinho e whisky.
Não era segredo pra ninguém que Camila e ele estavam se aproximando e não levaria muito tempo para transformarem aquilo em algum casinho.

A cantora o achava legal, ele era inteligente, conhecia de tudo um pouco, sabia falar várias línguas, era charmoso e transava bem. Apesar da idade, e de já ter ficado com um par de caras ao longo da vida, ele era a primeira pessoa que despertou nela a vontade de levar as coisas mais além.
Ao final da parte europeia e de uma pausa de três semanas, onde juntos embarcaram numa viagem romântica, Camila e James estavam namorando. Alejandro o odiou quando o conheceu, ele via em James algo que o irritava, não sabia o que, mas sabia que o homem não era flor que se cheire e Sinu sentia o mesmo.

Camila, no entanto, estava apaixonada e completamente fora do ar para qualquer atitude suspeita que o homem tinha ao seu redor. Ela não percebia que ele só era legal quando sóbrio ou como ele não parecia apoiar nenhuma das oportunidades que cruzavam o caminho de Camila.

[...]

Àquela altura estavam juntos a um pouco mais de dois anos, Camila tinha acabado de completar vinte e sete anos, o homem estava perto de completar seus trinta e oito. Não moravam juntos, ele dividia um apartamento com os "caras", que eram músicos como ele, o local era um quarto e sala que ficava aos arredores de Burbank e Camila tinha se aventurado a morar sozinha, havia comprado uma modesta mansão dentro de um condomínio famoso, tinha alguns vizinhos igualmente famosos e alguns outros cheios de grana para torrar por aí.

Entretanto James vivia mais pela mansão do que eu seu kitnet, ele gostava do conforto e facilidade que estar com Camila proporcionava, tinha comida a hora que quisesse e uma piscina grande onde gostava de mergulhar e passar as manhãs ensolaradas.

O homem estava dedilhando seu baixo, um cigarro pousava nos lábios e havia algumas garrafas de cerveja vazias pelo chão, ele estava encostado no sofá de modo despreocupado, aproveitando o frescor do ambiente.

— Você não tinha que estar no estúdio ou algo assim? — Camila questionou, sabendo que o rapaz tinha um compromisso profissional marcado para o dia— Desmarcam?

— Eu não vou, não estou no clima...

Ele tirou o cigarro da boca e deixou no cinzeiro que repousava na mesinha de centro.

— Você ao menos avisou que não vai?— O homem de ombros como se não ligasse (e ele realmente não ligava) — Você vai acabar sendo chutado mais uma vez...

Camila murmurou, aquele era o quarto trabalho seguido no qual James agia de modo negligente e nada profissional, tinha sido dispensado de um projeto, após chegar ao estúdio completamente bêbado, ao ponto de não conseguir se aguentar em pé.

— Eu sou bom, Camila... É por isso que eles continuam vindo atrás de mim. Além disso, esse trabalho é uma porcaria, música ruim e pobre, parece até com as coisas que você compõe.

— Você é muito babaca!

— Você fica brava com tudo também— ele bufou, deixando o cigarro de lado— não pode fazer um comentário.

— Não é um simples comentário e você sabe disso, James... Nós já conversamos sobre isso um milhão de vezes, por que você continua sendo tão estúpido? Eu sou sua mulher, porra, me respeita.

— Você é muito fresca, Camila— ele murmurou, espreguiçou-se e começou a procurar pela jaqueta jeans que gostava de usar— Eu vou dar uma volta, apareço mais tarde.

— Nem precisa aparecer...

Ela resmungou, vendo-o se aproximar e segurar seu queixo para roubar um beijo.

— Deixe de ser chata, Mila— ele murmurou após beijá-la— Ninguém gosta de gente sensível desse jeito, você tem sorte que eu ainda esteja aqui, sabia?! Eu te amo, até mais tarde.

[...]

— Tá tudo bem?

O homem de cabelos curtos perguntou, Roger era um agente artístico em início de carreira e estava ali por indicação de um antigo amigo dos Cabello.

— Sim, tudo bem— a morena concordou, balançando a cabeça de modo afirmativo— Você tem os contratos com você?

— Sim, tudo na mão— Roger mostrou os locais onde a cantora precisava assinar, ela o fez sem nem mesmo ler, uma confiança cega— Então é só isso, certo?

— Sim, só isso, obrigado por vir até aqui, Camila... Logo entro em contato para passar as informações do clipe, está quase tudo pronto.

Ela estava sem cabeça para fazer mais perguntas, o que James tinha lhe dito mais cedo a deixou péssima. Camila odiava se sentir daquele jeito, uma mistura entre frágil e pequena, que a fazia se encolher contra o próprio corpo e apenas respirar fundo, tentando engolir aquele grande nó que pairava em sua garganta.

Seu celular vibrou contra o bolso, tinha um par de mensagens de seus pais e amigos, ela mandou uma curta mensagem a mãe, garantindo que estava tudo bem e que não precisava de nada, em seguida respondeu Ally, aceitando o convite para sair.

Juntas passearam pela cidade, fizeram compras, colocaram o papo em dia e finalizaram em um bar, tomando cervejas, sair com sua melhor amiga a ajudou a aumentar o astral, Ally era ótima. Camila sabia que poderia contar com ela sempre que fosse necessário.

Naquela noite ao chegar em casa, James já estava de volta, o homem gostava de andar com poucas roupas pela casa e àquela altura o episódio que tinha acontecido pela manhã fora completamente esquecido.

Resolveram as coisas como ele gostava de fazer, tendo sexo. Sempre do modo bruto, apressado e sem jeito que o estado bêbado proporcionava, mas ainda assim bom. No final das contas, Camila sentia que o amava.

— Você sempre vai ser minha, sempre— ele resmungava contra seu ouvido a cada investida contra sua intimidade— Ninguém nunca vai te amar como eu amo, Camila, nunca...

Ele estava errado...


E aí? O que vocês acharam?
Espero o feedback de vocês, logo mais volto com o novo capítulo...

Beijos e abraços

Alaska 🌻

21 de Outubro de 2019

Accidentally in LoveOnde histórias criam vida. Descubra agora