Twelve

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Já peço desculpas se tiver algum erro, corrijam caso acharem algum ok?
Izi eu to bobinha pela nova capa, putz.
Obrigada por lerem e boa leitura a todos!

~•~

- Já pensou no futuro? - A voz de Billie era calma, a garota deitada ao meu lado em cima do lençol forrado proximo da piscina, fazia um carinho pequeno em meus cabelos.

- Não gosto muito de pensar sobre. - Sussurrei engolindo a seco, meu rosto virou em sua direção e um sorriso pequeno surgiu em meus lábios ao vê-la com as bochechas levemente rosadas. Ficava linda assim.

Fazia algumas horas que estavamos ali, trocando carinhos. Conversando sobre tudo, Billie fazia algumas perguntas e eu as rebatia com outras.

- Me conte uma história. - A garota de cabelos azuis pediu, seu polegar passava por minha bochecha com lentidão.

Suspirei baixinho concordando com a cabeça, meu rosto se escondeu na curvatura do pescoço dela e puxei o ar, afim de sentir o cheiro tão conhecido por mim.

- A uma estrela, chamada Vega, é a estrela mais brilhante da constelação de Lira e também a quinta estrela mais brilhante do céu noturno. - Comecei a contar sentindo as mãos de Billie descerem para minhas costas.

- Vega tinha um amor proibido com uma outra estrela, eles se amavam em segredo, porque é proibido qualquer tipo de sentimentos entre as estrelas. Um certo dia eles decidiram se encontrar. - Continuei em voz baixa, roçando a pontinha do nariz na pele exposta da garota.

- Foram pegos, e o amor de Vega foi banido de sua constelação. Como castigo, a colocaram sozinha sem nenhuma outra estrela para conversar. - Suspirei pelas carícias que recebia e umideci os lábios pronta para continuar com a história. - Dizem que Vega ainda brilha, depois de muitos anos... na esperança do seu amor achar o caminho de volta pra casa, e que ele saiba que ela ainda o espera.

Billie soltou um suspiro pesado, seus braços agora envolta de minha cintura me apertaram contra seu corpo.

- Isso é triste... por que elas não podem amar? - Ela perguntou chorosa, me afastei o suficiente para encarar seu rosto e um risinho baixo escapou de meus lábios. Billie estava com um bico de choro adorável.

- Estrelas não podem sentir amor, elas só existem para iluminar o universo e dar visão a outros planetas. - Selei nossos lábios algumas vezes ouvindo a mais velha resmungar em discordância.

- Eu queria que elas pudessem se amar - Choramingou me fazendo rir, a forma manhosa que ela estava era quase impossível de se ver.

- Mas elas se amam... mesmo não estando juntas, mesmo que Vega não veja seu amor. Ela o ama, e brilha pra ele saber que esse amor ainda existe. - Me levantei beijando a bochecha dela.

- Esse amor deve machucar. - Billie também se levantou, o cenho levemente franzido. Pensei em seu murmuro enquanto começava a juntas minhas peças de roupas para vesti-las assim como a de cabelos azuis também fez.

- Todo tipo de amor machuca, mas, bem... - Tomei fôlego após terminar de me vestir, uma das minhas mãos passaram sobre as mechas molhadas de meu cabelo. Tentando o ajeitar. - Não devemos ter medo de confrontos, até os planetas se chocam... - Me aproximei, perto o bastante para roder os braços entorno de seu pescoço. - E do caos, nascem as estrelas.

Billie sorriu, fraco como a maioria das vezes, suas mãos em minha cintura tentavam colar mais nossos corpos. Com rosto proximo ao meu não resistiu em selar nossos lábios, uma perfeita combinação. Cheia de harmonia e melodias, como as teclas de um piano. Vem chegando como se não quisesse nada, cada toque, dedilhar. Até que com força cresce e nos invade sem ao menos percebermos, o choque entre a realidade e a fantasia.

Suas mãos desciam e subiam pela minha cintura e quadril. Moldando cada curva, como se desenhasse o céu em meu corpo. Um ponto de paz, a sensação de estar tão entregue que chegava a ser inexplicável. Mas também desenhava o inferno, a culpa, o medo e a magoa lhe acompanhava. As mesmas mãos que ao mesmo tempo me fazia sentir a calmaria era as mesmas mãos que consigo vinha a tenebrosa tempestade.

- Eu preciso ir pra casa... - Sussurrei ao deixar o contato com os lábios tão desejados por mim. - Daqui a pouco começa a amanhecer e meu pai vai procurar por mim em meu quarto. - Expliquei a situação.

Mesmo relutante ela concordou deixando um último selar nos meus lábios, seu corpo se afastou por alguns segundos e passou a recolher as coisas que havia trazido, como o lençol estendido no chão.

- Prontinho, acho que não esqueci de nada! - Disse voltando ao meu lado, sua mão tocou a minha e com os dedos entrelaçados saimos de lá.

Um mês depois

- Acho que deveria usar calças, esses vestidos te deixam tão velha - Billie resmungou se virando na cama e escondeu o rosto no travesseiro.

- Você sabe que meu pai não gosta que eu vá de calças pra igreja. - Murmurei pegando o vestido azul pastel.

Observei Billie deitada na cama e aproveitei para ir ao banheiro e me trocar, ja que havia tomado banho e só faltava a roupa. Poucos minutos foram o bastante para estar pronta e finalmente sair. Billie ao ouvir o barulho da porta, ergueu o rosto levando seu olhar até mim e de maneira preguiçosa se sentou na cama.

- Esse ai eu gostei! - O rosto amarrotado de Billie pelo sono estava voltado para mim e com uma das mãos a garota coçou os olhos torcendo o nariz.

Inferno de mulher, Jesus!

Me aproximei beijando sua bochecha diversas a fazendo sorrir e por mim abraçar minha cintura, me deixando entre suas pernas.

- Já está pronta? - Perguntou e em resposta apenas assenti enquanto pincelava de forma carinhosa o indicador na pontinha de seu nariz. - Então vamos! - Sussurrou com a voz rouca de sono, seus braços me soltaram e com esforço a garota se levantou ficando agora na altura do meu rosto.

- Está muito ansiosa para hoje, estranho. - Dei alguns passos para me afastar, apanhando o sobretudo preto e com os olhos estreitos a encarei.

- Combinei de conversar com seu pai hoje, pra falar sobre... bom, a gente. - Eufórica falou tudo de uma vez colocando as mãos no bolso da calça moletom verde musgo.

- Como? - Perguntei, tentando similar a informação corretamente.

- Você entendeu! vou falar com seu pai sobre nosso... - Parou de falar fazendo uma linha reta com os lábios, Billie coçou a nuca confusa mas logo voltou sua postura de antes. - Quase relacionamento.

Sussurrou, as bochechas vermelhas apareceram. Algo que eu vim me acostumando durante esse mês, Billie corava facilmente.

- Então... temos um... - Franzi o cenho perdendo a linha do raciocínio.

- Um relacionamento. - Terminou a frase vindo até mim e beijou minha testa enquanto novamente me envolvia em seus braços.

Minha cabeça martelava as informações, estava com medo. Não pela reação do meu pai, mas com medo de não ter tempo suficiente para tornar esse quase verdadeiro.

Antes que seja tarde Onde histórias criam vida. Descubra agora