A minha Grande Chefa Abóbora
é um dos seres mais carismáticos que já conheci.
Liliana Gomes Pimenta entrou na minha vida
assim, meio por acaso, mas pela porta da frente.
E antes que más línguas envenenem a realidade,
é ponto pacífico: já era casada e mãe.Liliana era a líder da equipa “Os pimentinhas”,
que no escritório da B & F em Guimarães, arrasava!
Foi ela que apresentou-me o trabalho.
E fê-lo de tal forma eficiente e atraente,
que seduzido pela actividade e pela gentil senhora,
não hesitei em aceitar o hercúleo desafio.Outubro de 2003, uns dois dias com ela
e logo ao grupo e à Equipa fui apresentado.
Não foi fácil para eles digerirem-me, afinal
claro faço valer meu espírito crítico, peleador e egoísta.
Todavia, por interesse (muito) e afinidade (alguma),
eu e Liliana nos estreitamos as relações.Apresentado fui ao Fernando (seu marido), Kiko (filho)
e seus pais e irmãos, numa gentileza muito bem vista
por estes olhos que não ignoraram a bela Daniela
- a 1ª. Irmã, alto lá! – e uma aparentemente meiga, Ana.
Esta, de múltiplos encantos e dotes, de muitos amores,
era assumidamente muito dada a novas aventuras...Ana também trabalhava connosco, mas não ficou por muito tempo.
Logo, contudo, sempre nos encontrávamos pela noite minhota.
Na Equipa o trabalho importava sim, mas o “outro lado”,
não menos: como olvidar as 6ªs feiras e domingos no Café Cineasta?
Ou os sábados nas boates de Braga, Sto Tirso, Vila das Aves ???
Sem falar nas tardes chuvosas na Tasca da Andréia ou nos snoockers da Povoa!Éramos eu, o Professor – o grande amigo Alexandre, a Carla,
“Seu” Carlos, Andréia, Zara, Fernando, o Rui Lisboa,
as vezes o Toni Cunha – o Verdadeiro, o Nelson – florzinha,
o Miguel, a Lara Croft, o Filipe, o Patrício... enfim, uma “constelação”.
Bons tempos, boas brigas, copos, vendas e discussões vivemos.
E a Chefa Abóbora a frente, a tomar conta de seus “lobinhos”...Irritava-me muitas vezes com a “maternal” atenção.
Um ingrato eu era, hoje constato! Por que muitas vezes, ela,
Liliana, tirou dinheiro de seu bolso, deu-me comida de sua casa,
alojou-me no seu lar... tudo fazendo para ajudar-me...
Mas eu estava cego e mal fiz para retribuir-lhe o que recebia.Acompanhei-a na sua “independência”, isto é,
na realização de um seu sonho: abrir o próprio escritório.
Mais por lealdade que por crença no seu êxito.
E por uma sucessão de fatos, os problemas surgiram.
E não fosse a salvadora vinda do messias Martins...... estávamos na lona! No miserê total. E na nova empresa, nova luz.
Fechávamos o escritório da B & F em Caxinas, Vila do Conde
E num piscar fomos para V.N. Famalicão, no Grupo Alternativa.
Um a um todos os colegas da equipa se foram, seguiram outros rumos.
Ninguém restara, salvo eu, o escudeiro-sem alternativa...Levamos para a nova empresa também Silvia e João
- um simpático casal de funcionários que logo, logo
Muito disse-me-disse despertaria no novo empreendimento.
Resultado práctico de vendas, contudo nenhum.
Um ano depois (já novembro/2004) tudo parecia ruir,desmanchar-se sob nossos pés... Liliana não suportou a pressão.
E de forma estranha afastou-se de mim e da Alternativa.
Fiquei como único bastião daquele exército de loucos e raros seres.
Não por muito tempo como se verá... Mas o suficiente para recordar
de Liliana, família e equipa e no meu coração os registrar, a ferro e fogo.
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"11 Ais lusitanos" (2003/05)
PoesiaPoesia relatando as incertezas de um jovem trabalhador brasileiro em Portugal, seus romances, seus questionamentos, seus desafios, suas alegrias. Visualmente não sei se agradará a leitura, pois não estou conseguindo postar na maneira original, em Ô...