O APRENDIZADO" (08/10/05)

0 0 0
                                    


Longe, entretanto a pretensão minha
de culpar Liliana por todos os males,
os meus e o nosso (da equipa de trabalho).
Na verdade sei muito bem o que ela passou:
as pressões familiares, profissionais
e a cobrança consigo mesma.

Nunca é tarde para lembrar
que o aprendizado é fructo da práctica,
e que a experiência se ganha justamente aí,
entre sucessos inesperados e fracassos surpreendentes.
Na pior das hipóteses, atingir o cume é possível.
Difícil é assentar-se nele.

Como eu ou a “chefa”, não duvido
que cada um daqueles que estavam connosco
vai lembrar para o resto da vida desta experiência.
Sem censura, reconheço que
uns só enxergarão o que de pior passou,
as dificuldades, o desespero, a incompetência.

Mas sei que todavia, um ou outro
vai agradecer pelos bons momentos que vivemos,
por tudo de lindo que desfrutamos,
e no fundo da sua alma, sentir-se bem consigo,
por fazer parte daquele sonho, daquele projecto.
e essa possibilidade só, já justificaria tudo.

Com Martins e Célia & Cia
eu tive uma excelente possibilidade
de aprender novos conceitos,
quer seja de liderança, de vendas,
quer seja técnicos (a respeito de telefonia
fixa, móvel e ADSL), como nunca antes.

Na lide diária com seres raros e únicos
como Magda, Paulo, Pinha e Carlos
observei-os e acrescentei muito deles
nas minhas iniciativas profissionais.
Tive deles o amparo que ansiava,
para tão apenas concentrar-me no trabalho:

uma hierarquia, um planejamento, uma liderança
e também o conforto e a segurança
de um apartamento limpo, banho quente
e saudáveis refeições, com direito à televisão.
Pois disso tudo, durante 15 meses me privei...

Aprendi a reclamar menos, a falar
e a manifestar-me só quando solicitado,
e a não desistir  jamais de um dia de trabalho,
por mais infeliz lhe sugira ser,
logo, em algumas horas, tudo pode mudar.

Vasculhei rua a rua, esquina, esquina a esquina
da bela Leça da Palmeira, próximo ao Porto,
e tão lógico como o meu cartesianíssimo gênio,
o resultado não tardou: vieram os lucros,
fructos do meu incansável trabalho.

Mas aprendi também que ter uma casa
não significa ter um lar...
E diversas vezes chorei e senti-me só e triste
mesmo vivendo com outras pessoas:
a Sílvia-Meimei e o tripeiro Miguel...

E sem tampar o sol com a peneira,
ei de reconhecer: pouco ou nada fiz
para conquistar-lhe a simpatia e o respeito.
Ah, mas por que era Agosto...
E isso já é outra história...


"11 Ais lusitanos" (2003/05)Onde histórias criam vida. Descubra agora