A divina maldição de Simon Lewis

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Capítulo 2

Lúcifer assistiu Lemikanda reerguer-se dos escombros em que ele a jogou, percebendo que o corpo reptiliano do demônio havia se arranhado profundamente com o impacto, derramando sangue negro e fumegante que se camuflava pelo asfalto de Manhattan. Lemikanda, por outro lado, aparentou estar mais forte, assustadora e irritada depois daquele golpe.

"Você, loiro." Lúcifer dirigiu sua atenção à Jace e apontou para a lâmina de serafim na mão do rapaz, "não se importaria, certo?"

Antes que Jace pudesse protestar, Lúcifer tomou a lâmina das mãos do caçador de forma tão hábil que Jace mal pode sentir. Logo depois, sem perceber a sua falha, Lúcifer a viu perder seu brilho e se desfazer no mesmo instante. Agora o que tinha em mãos era apenas um punhal prateado sem a fabulosa lâmina de luz.

"Maldição."

"Você precisa ser um Caçador de Sombras para poder usar uma dessas" explicou Jace. "É inútil a tentativa. É necessário chamar alguém do céu para lutar ao seu lado e nem nenhum anjo irá ouvi-lo."

"Bem" começou Lúcifer olhando para espada e da espada para Lemikanda, "eu não tenho tempo para catequização ... E por que as espadas precisam manifestar os poderes de um anjo?"

"Sed lex dura lex."

"A lei é dura, mas é a lei. Maldição. Bem, se é a lei do meu Pai, então espero não ser a exceção." Lúcifer empunhou a lâmina de serafim para o alto e, com um pouco de medo, o coração palpitando com batidas fortes, ele gritou: "Samael!" E a lâmina de serafim em suas mãos ascendeu com o poder angelical tão poderoso, tão forte, que nenhum outro nephilim aguentaria erguê-lo. Aquele era o poder que Lúcifer usaria para destruir Lemikanda.

Logo atrás, Jace olhava a cena tão abismado que mal pôde acreditar que aquilo era verdade.

"Como isso é possível? Ele não é um Caçador de Sombras. E quem é Samael?" perguntou Clary se aproximando do namorado enquanto apertava a sua stella com força. Aquilo era uma forma de se manter atenta aos perigos.

"Samael foi o primeiro nome de Lúcifer." respondeu Jace, os olhos hipnotizados pela cena que veio logo depois.

Lúcifer abriu suas asas novamente, seu peito estufado de ar procurando por mais coragem do que realmente existia ali dentro, e avançou correndo pelo chão. Espada em mãos com a lâmina para baixo, correu em direção ao demônio com a bravura de um guerreiro. Sim, mais parecia um guerreiro por dentro, toda a postura e determinação, mas por fora, no lugar da armadura, vestia um Armani e Louboutins da última coleção.

Antes de chegar perto o suficiente do demônio, Lúcifer levantou voo para desferir um golpe no corpo áspero da besta, bem no momento do impacto entre os dois. Naquele segundo, Lemikanda tentou se defender com as garras afiadas, mas foi tão lenta que acabou recebendo todo o dano cortante em seu rosto. O corte foi profundo em sua pele dura que a fez parecer ser feita de papel.

Um grito de dor, ódio e raiva, ecoou do demônio, um grito tão ensurdecedor que qualquer um que o ouvisse de perto, como Lúcifer o fez, perderia seus sentidos e se agarraria aos seus piores medos. E tudo isso, e bem mais, acontecia enquanto o sangue negro e fumegante de Lemikanda escorria do seu rosto até o asfalto e dele sumia pelos bueiros mais próximos.

Recuperando a postura depois do golpe, quase desistiu de tentar lutar e pensou em fugir, mas o ódio em Lemikanda era maior que seu medo e mesmo que perdesse, iria voltar usando o poder que havia roubado de Lúcifer, o poder de uma de suas joias. Então avançou em direção ao Diabo, ele agora meio atordoado depois do seu grito, procurava se manter focado na luta.

As Jóias DemoníacasOnde histórias criam vida. Descubra agora