As Jóias Demoníacas

O sacrifício de Isabelle Lightwood

Capítulo 5

"O que está acontecendo?" perguntou Jace a Isabelle quando ele se permitiu sair do leito de Clary. "Por que o alarme disparou?"

Os olhos de Jace estavam inchados, sua irmã odiava vê-lo daquele jeito, mas não tirou a sua atenção das sirenes que disparavam por todo o Instituto.

A iluminação havia enfraquecido, a atmosfera foi tomada por luzes vermelhas que começaram a piscar em alguns pontos dos corredores e logo, logo, um intenso movimento começou a seguir pelo corredor daquela ala. Alguns caçadores passaram em frente a enfermaria às pressas, todos eles indo em direção ao portão principal. Enquanto tudo isso acontecia durante a ausência de Alec, Jace ficava mais ansioso, e Isabelle, que nessas horas pensava mais do que agia, procurou se posicionar, tanto por ela quanto por Jace.

"Alguém está tentando invadir o Instituto" ela explicou, e segurando os músculos de Jace para impedi-lo de ir a luta, prosseguiu: "Alec está tomando conta disso. Não acha melhor ficar aqui com ela?"

Jace, os ombros rijos e o maxilar comprimido, forçou-se a concordar. Acenou que sim com a cabeça, e decidiu que ficar na retaguarda com Clary era melhor para ele, e sabia que seria questão de tempo até que fosse convocado se alguma coisa desse errado.

"Está com a sua lâmina de serafim?"

Jace levou a mão ao cinto, mas não encontrou a espada. Automaticamente seus olhos se acenderam, como se todo o seu encontro com aquele anjo tivesse voltado a sua mente num passe de mágica.

"Só pode ser ele" pensou Jace.

E sem aviso, ignorando os protestos de Isabelle, foi até a entrada do Instituto para receber o diabo em pessoa.

*

"Isso é ridículo" disse Lúcifer, e os nefilins ali reunidos, todos espantados com a sua presença, aumentaram mais as suas guardas, "estou ficando sem tempo. Logo, logo a detetive vai começar a sentir a minha falta se eu não chegar em casa no horário combinado. Hoje é noite de Monopoly, mas só é divertido quando usamos dinheiro de verdade."

"Do que ele está falando?"

"Isto é um código para algum mal a solta?"

"Monopoly só pode estar ligado ao ataque mais cedo em Manhattan."

E os comentários corriam soltos a medida que o tempo passava.

Alec, encarando o anjo que se dizia o próprio Lúcifer, franziu tanto a testa que não percebeu quando Jace e Isabelle se postaram ao seu lado. As únicas vozes por ali eram a do diabo e dos demais caçadores, todos muito alarmados com o que ele dizia.

Então um trovão cortou as vozes e trouxe o silêncio. Isabelle esteve mantendo a calma até então, mas não entendeu o motivo de um anjo estar cercado por nefilins. Foi eu chicote de electrum que bateu no chão e chamou toda aquela atenção, dando ordem aquela reunião improvisada. E sem hesitar, tomou partido de se aproximar do anjo que só percebeu depois ser um homem qualquer usando Prada. Mesmo assim, ficou alerta.

"O que veio fazer aqui?"

"Eu tenho assuntos a tratar com a ruivinha."

"Clary?" pensou Isabelle. "O que será que ela fez dessa vez, invadiu o céu?"

Seus olhos depois viram os detalhes na lâmina de serafim que Lúcifer trazia em mãos e bem soube de quem era.

Sorrindo com certo deboche, disse:

"Tenho que admitir, faz o seu estilo, mas essa lâmina já tem um dono."

"E o que eu posso fazer? Sempre gostei de brincar com o que é dos outros." Lúcifer dizia isso com sinceridade e um pouco de malícia.