As Jóias Demoníacas

O anjo diante de Alec Lightwood

Capítulo 4

"Eu estou bem, queridas, não se preocupem comigo" disse Lúcifer às cinco belas enfermeiras que o rodeavam. "Em outras circunstâncias, talvez se eu não tivesse numa missão importante para recuperar as minhas três jóias e impedir que os soldadinhos do meu pai as peguem, não reclamaria de estar aqui com todas vocês."

O diabo sorriu para uma das mulheres que fingia regular a sua dosagem de soro com analgésicos e antiinflamatórios, mas depois ele se lembrou de algo ainda mais importante e afastou aquela tentação de seu peito. Formigou um pouco as suas mãos ao pensar em transar com aquelas mulheres.

"Há também o fato de que a detetive é a única mulher com quem quero estar no momento."

O quarto de hospital era razoavelmente mediano, com luzes brancas, macas com mais dois pacientes que dividiam o lugar com Lúcifer, mas a quantidade de enfermeiras ali dentro fazia o lugar parecer um armário de vassouras. Ainda mais, as rondas por ali estavam intensas, mas nenhuma delas parecia resistir ao charme do diabo, doando para ele uma atenção cheia de promiscuidades e desejos maliciosos.

"Lúcifer..." um médico na casa dos trinta anos entrou no quarto com os olhos em cima do prontuário numa prancheta em suas mãos, mas depois percebeu a presença das enfermeiras e ficou meio confuso. "Lúcifer Morningstar... é isso mesmo?"

"Perfeitamente" respondeu o Diabo. "Algum problema, doutor?"

"Interessante... Bem, Sr. Morningstar, está livre para ir para casa. Não há nada com o que se preocupar."

As enfermeiras ficaram desoladas com a notícia, fizeram até um muxoxo em coro. Lúcifer até achou uma graça, mas após agradecer a cada uma delas pela hospitalidade que o lembrou bastante da época que passou em Pearl Harbor antes da guerra começar, começou a se vestir com o que restara do seu Prada e saiu do hospital em direção às ruínas de Midtown Manhattan.

Quando chegou, não havia sobrado muita coisa para ser vista. Tudo estava interditado, desde a Time Square, o Rockefeller Center, o Empire State Building e até o Flatiron Building, onde o caos nem havia chegado perto.

"Aquele maldito broche só pode estar com eles," pensava Lúcifer enquanto fumava seu Marlboro e olhava para os bombeiros trabalhando nos resgate às vítimas daquelas situação.

"Isso é uma maldição" Lúcifer estericamente. "Não tenho mais meu Corvette, nem mesmo sei onde posso encontrá-los. A minha vida agora está um caos por causa disso."

Depois, sem muito o que fazer, começou a andando por ali mesmo, sem destino ou meta, pensando que aquilo poderia clarear um pouco as coisas. Às vezes precisou usar seus poderes de persuasão com algumas pessoas para que eles o deixarem em paz. Outras vezes, acendia mais um Marlboro e refletia qual seria o seu próximo, ou real, plano.

"Como eles chamam aquele lugar...? Internato...? Instituto...?" Mais um trago e seus pulmões levaram para seu sangue uma dose de toxina para aliviar sua ansiedade passageira. "Meu pai realmente não tem nenhum senso de humor."

Relutante com seus pensamentos, Lúcifer passou por perto da sua última parada, o mesmo lugar onde havia procurado a jóia e surpreendeu-se de ter encontrado a espada de serafim de Jace. O punhal de metal prateado estava jogado no meio de algum entulho, e como não havia transição sobrenatural por ali, nem mesmo da parte dos oficiais mundanos, o objeto não fora sequer notado por ninguém.

"Isto pode vir a calhar."

Quando a pegou, a lembrança de empunhá-la o assustou um pouco, mas não o suficiente para largá-la de volta ao chão.