Capítulo 12
Os raios de sol ainda estavam longe de decretar o dia, ainda mais com o clima nevoento de Londres. A madrugada ainda era fria e silenciosa naquela catedral gótica, esquecida e abandonada por muitas décadas. Jonathan Morgenstern tinha tido dificuldades para encontrar aquele lugar, mas o tempo para ele era muito mais preciso do que qualquer outra circunstância. Acreditava ele que até mesmo a morte não era uma certeza assim tão grande quanto o passado, o presente e o futuro.
Andando calmamente pelo corredor entre os bancos de madeira da catedral, Jonathan admirava a paisagem, como se aquela fosse a mais magnífica das obras que ele muito quis presenciar, e talvez fosse de fato a melhor. O relógio dourado em suas mãos denunciava isso, mas não para Jace, que pouco conhecia a forma e o poder de todas as jóias. Mas para Simon, a ficha já havia caído no minuto em que seus olhos alcançaram aquela imagem, uma cena que o lembrou bastante a glória de Valentine quando esse colocou suas mãos no Cálice.
"Jonathan? O que faz aqui?" Arriscou Jace em perguntar, mas com receio de ouvir a resposta. "Não me diga que veio por causa das acusações da Clave."
"Não, não viemos aqui por causa disso. Só queremos as jóias."
Naquele instante o som dos stilettos de Clarissa denunciou sua entrada na catedral. Ela segurava o Livro Fair em seus braços, dourado e reluzente na pouca luz da igreja, como se ele fosse uma criança indefesa. Em seguida olhou para Jonathan, depois para Jace e Simon, impressionada com toda aquela cena. Logo, logo abriu um sorriso de canto a canto, indo para o lado do seu irmão com um fascínio perplexo.
"É como um sonho, Jonathan" disse Clarissa. "O livro dentro da mochila largada no carro, a catedral abandonada."
"Parece uma memória bem recente de tudo que já vivenciamos."
"Isso é verdade. Lembre-me de agradecer ao irmão Zachariah por esse presente. Ele com certeza foi de grande ajuda para os interesses da Clave."
Simon, que havia afastado-se dos braços de Jace no minuto em que viu Jonathan entrar, postou-se no meio daquela conversa ao ouvir aquilo. Não quis esperar por ataques surpresas, queria estar preparado para o que fosse acontecer. Principalmente preparado para defender a Jace.
"Eles sabem de tudo, Jace" explicou Simon, em poucas palavras, o poder da terceira joia. "Eles a usaram para verem o futuro."
"O que vamos fazer?"
"Normalmente você sempre tem um plano."
Jace olhou sem reação para Simon. Não acreditava no que estava ouvindo.
"Você quem quis roubar o Livro Fair, o plano inicial foi seu."
Nesse momento, Clarissa retirou do bolso sua estela e desenhou várias runas no ar, ao redor da sua cabeça, deixando que elas ficassem suspensas como uma auréola angelical. Jace tentou fazer alguma coisa, mas Simon temia que ele enfrentasse Jonathan, por isso o impediu de agir de forma impudente.
"Nós temos que fazer alguma coisa, aquelas runas são perigosas. Não sei o que fazem, mas sinto isso em meu sangue."
"Nós temos que esperar para ver." Simon ainda protegia Jace como um escudo humano. "Não se preocupe," ele virou para olhar dentro dos olhos de Jace, "ainda tenho a marca de Cain. Nada vai me atingir."
Terminado as runas, Clarissa apontou a estela para cima e um clarão forte e dourado se formou da sua ponta. O teto da catedral tremeu uns instantes, mas depois uma nuvem pesada e sombria preencheu toda a abóbada, deixando o lugar com um céu tempestuoso.
Logo depois, anjos caídos vieram lá de cima iguais a demônios em forma de homens e mulheres, usando armaduras vermelhas lustrosas em seus corpos e um cobertor de lâminas em suas asas douradas. Eles planaram perto de Clarissa, como se a conhecessem, e o pior, a venerassem. Fizeram menções em pousar, mas ela não os deixou, dando ordens em outra língua para que fizessem alguma coisa antes.
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As Jóias Demoníacas
FanfictionQuando as Jóias Demoníacas de Lúcifer Morningstar caíram nas mãos erradas foi dado a Simon Lewis a missão de recuperá-las antes que alguma coisa de ruim acontecesse ao Mundo das Sombras. Mas a Clave não ficou de braços cruzados, enviando Jace Heron...