Capítulo 6
Lúcifer acomodou-se em uma poltrona com Isabelle de pé ao seu lado, no escritório de Alec. Ela estava calma, nem parecia um escudo humano. Tentou manter essa calma por mais tempo, assim as coisas não sairiam do controle. Constantemente Lúcifer ficava olhando para ela, observava como mexia no cabelo com cuidado para retirá-los do rosto, mas ainda mantinha a ferocidade aparente. Isso o fazia sorrir de vez em enquanto. Estava admirado com as feições angelicais daquela mulher, e apenas por breves momentos, conseguiu fazê-lo se sentir diferente. Para ele, ela era como o dia com a lua no céu.
O outro lado da sala estava anticlimático. A situação era completamente desconfortável para Jace, desarmado e com sangue nos olhos, cerrando os punhos a ponto de estourar suas veias, e Alec, tenso, cheio de ar nos pulmões parecendo um balão de ar quente. Os dois queriam manter a calma, mas Lúcifer era um enorme problema. Era questão de tempo até a Clave secretamente mandar alguém sem as ordens de Alec e o Instituto virar de pernas pro ar, como sempre acontecia em situações como essa. Mas, mesmo Jace sendo um poço de emoções descontroladas, era impecável com seus instintos, Alec, o cérebro em combate, e Isabelle, a autoridade em constituição. Alec pensou que se alguma coisa os acontecesse ali dentro, Lúcifer não tinha a menor chance. Porém, Jace, o único que o viu em um combate contra a vida e a morte, e Isabelle, que lutou brevemente contra ele, estavam mais alerta.
O silêncio naquele lugar estava um pouco vibrante e um tanto morno, mas cheio de infelicidade. Os ruídos da respiração compassada de Jace preenchiam o ar, os batimentos do coração de Alec eram quase audíveis e o cerrar dos dentes de Isabelle eram cuidadosos para não ferir sua boca. Lúcifer, de vez em quando, jogava olhares maliciosos para Jace, queria provocá-lo. Queria ver o rapaz perder as estribeiras. Mal sabia ele que aquilo era a coisa mais simples do mundo.
Então ouviram alguém bater à porta e logo adentrar. Era Magnus. De início, não percebeu a tensão dentro da sala. Foi direto a Alec, ficando frente a frente a ele. Sua face estava cheia de desânimo e parecia trazer más notícias. Mas Alec sabia que não era bem isso, a diferença estava no nível de preocupação que teve horas atrás.
"O que está acontecendo? Eu ouvi o alarme disparar. Quis ajudar, mas não pude sair da enfermaria. Clary está estável agora com chegada do Irmão Zachariah. ... Está me ouvindo?"
"Magnus" Alec forçou olhar para o feiticeiro enquanto falava, "não é uma boa hora."
E fazendo um sinal com a cabeça, Alec mostrou o convidado que estavam recebendo. Para a surpresa de todos, Lúcifer sorriu, não com malícia, mas com muita felicidade.
"Bane?" disse Lúcifer em alto e bom som, e Magnus sorriu mais do que o outro com aquela surpresa.
"Magnus Bane, o Alto Feiticeiro do Brooklyn!"
"Lúcifer Morningstar, em carne e osso" Magnus fez uma breve reverência ao se dirigir ao diabo.
Magnus abriu os braços assim que viu o rosto de seu amigo e os dois foram andando até um abraço forte. Os dois trocaram risinhos frouxos, conversaram baixinho; isso deixou Alec com a testa franzida e Jace um tanto perplexo, tudo isso enquanto ainda estavam abraçados. Ainda riram um pouco alto, talvez por que Lúcifer lembrou Magnus de coisas que ele queria esquecer, mas depois se afastaram. Olharam bem um para o outro, pareciam contemplar mais o tempo do que a aparência de cada um. Se Simon estivesse ali ele diria que aquele era o olhar dos imortais. E Magnus nunca deixa de reparar em detalhes, quando viu o estado das roupas de Lúcifer, fez uma cara de susto e nojo.
"Não, eu amigo, assim não dá."
"Perdoe minha aparência, mas não tem sido uma noite agradável."
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As Jóias Demoníacas
FanfictionQuando as Jóias Demoníacas de Lúcifer Morningstar caíram nas mãos erradas foi dado a Simon Lewis a missão de recuperá-las antes que alguma coisa de ruim acontecesse ao Mundo das Sombras. Mas a Clave não ficou de braços cruzados, enviando Jace Heron...