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SUFOCO

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SUFOCO

Hoje é sábado.

Os acontecimentos de ontem ainda estão frescos em minha memória. Lá no fundo, pensei que depois de acordar; a dor, a angustia, a rejeição iriam me abandonar, depois de falar com Ana e Pedro.

Ledo engano, bobinha.

Ainda estou de castigo, não posso sair pra fora. Nem mesmo para colocar o rosto pra fora.

Minha vizinha fofoqueira contou que me viu chegando a noite. E meu pai não esperou um minuto sequer para me pôr de castigo durante uma semana.

Estou no quarto deitada quando o celular vibra no bolso do meu short.


Tália

Meu namorado vai fazer uma festa na casa dele hoje, vamos?

Abigail.

"Me passa o endereço"

A resposta vem logo em seguida.

Não digo que estou de castigo, apenas digito que tentarei ir e agradeço por ter me convidado. Eu preciso mesmo fugir de tudo isso. Preciso de um refúgio.

Levanto-me da cama andando para fora. Meu pai está na sala sentado no sofá vendo a sua série preferida. O barulho da água do chuveiro denuncia a presença da mamãe no banheiro. Me jogo no sofá ao seu lado, tentando achar o momento certo para dizer sobre a festa.

— Resolveu sair do seu casulo, querida?

— Estava cansada de ficar olhando as paredes. — despenquei o olhar em sua direção, notando a sua roupa. Papai estava vestido com uma calça jeans, um sapatênis e uma blusa de tecido leve. Estava vestido para sair.

— Vão sair?

— Uhum— responde. Ele olha rapidamente para as minhas roupas, voltando para sua série. — E você ainda não está pronta.

O Primeiro Amor - REESCREVENDO ( EM ANÁLISE) Onde histórias criam vida. Descubra agora