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Algum lugar perto de Madri
22 de Junho de 2014
13:56 da tarde

TINI.

─ A gente já chegou? ─ Mercedes perguntou. Pela. Décima. Quinta. Vez. Sim, eu contei.

─ Não. ─ Respondi sem paciência.

─ Já estamos na estrada desde 4 hora da manhã, ou seja, 5 horas de viagem, eu preciso descansar.

─ Deita no colo da sua irmã ou encosta a cabeça na janela.

Minha mãe falou impaciente, então Mercedes cruzou só braços e olhou pra estrada e eu quis rir.
Dez minutos se passaram, e a estar a parecia que não acabava, ou eu que não tinha tanto costume de sair pois meus pais estavam com uma plenitude tão grande.

─ A gente já chegou?

─ Você ta parecendo o burro do Shrek perguntando o tempo inteiro se a gente já chegou.

─ Martina cala a boca, estou falando com o papai.

─ Sua Irmã tem razão, quando chegarmos você vai saber, agora seja paciente e fique quieta.

Finamente, chegamos em Madri após três dias de viagem que pareceu uma eternidade. Mercedes saiu de dentro do carro como se nunca tivesse visto uma casa, que vergonha.

(...)

Passamos um tempo em família, e agora é a hora do almoço. Mercedes queria porque queria conhecer a cidade melhor, como se ela fosse morar lá e me chamou para poder acompanhar ela. Não queria, mas meu pai me mandou sair para poder ver gente. Eu ligava? Não.

O horário é todo diferente, agora são exatamente 4:35 da tarde e nós estamos batendo perna. Eu olhava aquelas vitrines com roupas lindas, eu estava apaixonada pelas peças, mas eu não trouxe dinheiro nenhum. Mercedes me puxou para um lado da praça e eu fiquei feito uma mula olhando sem saber o que fazer e com um certo medo.

Não tinha tantas pessoas, mas eu estava sozinha. De repente, em meio àquela multidão, eu vi um garoto com um violão sentado na borda do chafariz e ele me olhou na mesma hora. Ele era lindo, olhos claros e eu não sabia se disfarçar agora era a solução, pois ele já me olhava igualmente. Um sorriso escapou dos meus lábios quando ele deu uma piscadela, mas o clima acabou quando Mercedes me puxou pelo braço me chamando para ir embora.

─ Pra onde tava olhando?

─ Lugar nenhum... ─ Menti.

Una "gran" mentira. || Jortini. [EM REVISÃO] Onde histórias criam vida. Descubra agora