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Madri, Espanha
24 de Junho de 2014
13:21 da tarde

TINI

Desespero. Era tudo o que me consumia. Mercedes havia saído há mais de duas horas, e meus pais estavam procurando por ela. Bom, eu sabia exatamente onde ela estava, mas eu não podia simplesmente meter com a língua nos dentes e ferrar com tudo.

Peguei minha bolsa e corri na direção de onde ela possivelmente estaria, e o pior de tudo, era que eu não conseguia ver onde essa cretina se meteu.

Me sentei na borda do chafariz, tentando calcular onde ela podrria estar, mas eu não fazia ideia, sempre quando a gente saía eu não passava daquela região. Olhei todos os cantos possíveis daquele parque é nada.

De repente, eu ouvi uma música soando bem de trás de mim. Eu conhecia aquela melodia, eu estava me lembrando. Olhei na direção, e lá estava ele. O garoto dos olhos claros que eu havia visto uns dias atrás, na mesma posição de antes. Me aproximei, um pouco tímida e ele estava cantando e me olhando com um olhar distinto, e muito encantador.

─ Você canta muito bem... ─ Falei me aproximando.

─ Talvez eu tenha achado a minha inspiração. ─ Ele respondeu me encarando e eu tremi.

MINUTOS DEPOIS

Ficamos alguns minutos conversando, mas pareceram horas. Ele era uma pessoa bem agradável de se conversar, tinha um sorriso lindo e era bem cheiroso.

─ Uau, eu nunca tinha saído de onde eu moro. Você é daqui? ─ Perguntei a ele.


─ Não, eu sou do México, mas estou aqui por viagem.

─ Você é algum famoso? Tenho pavor, eles são tão falsos, a maioria... Digo, pergunto porque você estava cantando e não é a primeira vez que vejo você com um violão na mão.

─ Não, apenas um cara estudante. E, esteve me observando?

Eu corei naquele mesmo momento.

─ N-não, eu... Eu só te vi.

─ Você tem telefone? Podemos continuar nos falando. Gostei de você.

─ Tenho o fixo, lá é horrível de sinal e eu não tenho celular. Mas vou ficar esses dois meses por aqui, então vamos poder nos ver.

─ Podemos conversar por cartas também, estilo Querido John.

Eu ri.

─ Claro.

Passamos aquela tarde inteira conversando, como se nós fossemos melhores amigos e conhecidos há anos e ele me passou uma segurança inexplicável.

─ Tenho que ir. ─ Falei olhando o meu relógio de pulso e vendo Mercedes aparecendo de um beco. Um beco? Uau.

─ Você ainda não me disse o seu nome.

Sorri de modo doce.

─ Martina, mas, todos me chamam de Tini, mesmo que você não seja todos.

─ Sou o... ─ Ele se calou por alguns segundos. ─ Leon.

Foi um prazer conhecer você, Leon. Até mais.

Falei saindo com Mechi, e pude ver o tchau que ele havia feito com a mão. O que era isso que eu estava sentindo?

─ Leon? ─ Ruggero perguntou a ele.

─ Sebastian? ─ Jorge o retrucou e saiu.

Una "gran" mentira. || Jortini. [EM REVISÃO] Onde histórias criam vida. Descubra agora