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6 meses depois...

3 de maio de 2020.
Itália, Veneza.

TINI

Um ano se passou depois de toda confusão com Leon, que no caso, é Jorge. Desde então, eu já vinha estudando, me formei em RH e estou trabalhando na maravilhosa Veneza com Mercedes, e eu estou noiva. Bem, eu e minha irmã pensamos melhor sobre as oportunidades e nos mudados pra cá recentemente, mesmo vindo diversas vezes, resolvemos ficar.

Sou corretora de imóveis, e Mercedes era empresária de marketing e pra ser sincera... Ela fez a maior loucura em continuar com Sebastian, digo, Ruggero.

Toda essa situação me deixou tão ferida, mas o perdoei e deixei tudo no passado, mas ele estava casado.

Passei minhas mãos por cima da minha blusa social, que agora estava coberta pelo blazer preto acompanhado de uma saia também preta e meus saltos, adivinhem? Pretos também.

Hoje eu tinha uma casa para apresentar à um casal, e pelo que eu estava sabendo eles eram o casal mais poderoso da Itália.

O carro prata chegou numa velocidade mínima, logo meu sorriso brotou para que eles tivessem uma boa recepção.

Quando o homem saiu de dentro do carro, meu coração gelou naquele momento e eu perdi completamente o sentido do que estava acontecendo. Minhas mãos gelaram e eu travei meu maxilar, pude sentir minhas pernas bambas, fazia tempo que eu não me sentia assim.

─ Boa tarde, sejam bem-vindos ao condomínio La vita. ─ fiz minha curta apresentação e de maneira que eu pudesse disfarçar.

─ Olá, boa tarde. Só por fora eu já pude perceber o quão linda sua casa é. ─ a morena se pronunciou, ela era linda.

─ Suponho que irá amá-la mais ainda por dentro. ─ Murmurei dando espaço para a porta aberta e eles entraram.

Era ele e a esposa. Não consigo acreditar em como ele foi tão cara de pau em vir assim, mesmo sabendo que era eu e depois de tudo o que ele me fez. Mas logo um flashback veio na minha cabeça, me fazendo lembrar de que foi ela quem marcou.

─ Bem, temos três quartos, tendo cada um deles o banheiro do tamanho igualado e o quarto do casal tem uma suíte. ─ expliquei subindo a escada e indicando os quartos. ─ Filhos?

─ Por enquanto não, não é, querido? ─ ela olhou para Jorge toda sorridente. Mas, ele apenas sorriu sem jeito.

Após mostrar toda a casa, a mulher preferiu olhar melhor os quartos sozinhas, consequentemente me deixando a sós com Jorge.

O silêncio tomou conta do lugar, me deixando desconfortável, então fui até a pia e dei uma passada de mão para disfarçar.

─ O destino está ao nosso favor. ─ ele falou e eu o ignorei.

Vi de relance que ele havia se encostado no balcão, talvez estivesse buscando palavras.

─ Belas casas.

─ Obrigada. ─ fui curta.

─ Então... Ham, como tem passado?

─ Estou reconstruindo a minha vida, depois de você ter derrubado tudo. ─ um sorriso cínico saiu dos meus lábios.

Fui salva por sua esposa que estava voltando do cômodo superior, e parecia muito contente.

─ Eu simplesmente amei a casa. Acho que é a nossa casa ideal.

─ Se você gostou, vai ser essa. ─ ele disse beijando o topo de sua cabeça.

─ Vamos ficar então!

Engoli seco. Eu estava feliz por ela, mas triste por ter que ver ele toda santa vez, eu morava na casa ao lado.

─ Não quer olhar outras? Tem umas mais a frente.

─ Não vou te dar esse trabalho, imagina. ─ ela era incrível. ─ Essa é perfeita, não foi atoa que você nos mostrou de primeira.

─ Realmente... Então, vamos fechar negócios?

Perguntei aflita, tentando esboçar um sorriso quando na verdade eu estava desesperada.

Una "gran" mentira. || Jortini. [EM REVISÃO] Onde histórias criam vida. Descubra agora