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— Você vem pra cá se arrumar? — Marlene me perguntou quando eu liguei para ela no sábado falando sobre a festa.

— Eu estava pensando em dormir aí também — disse.

— Ótimo, vou falar com a Doe — ela diz animada. — Esteja aqui às três, a gente vai te arrumar — eu concordei, gemendo por conta da ideia e então desliguei.

Avisei meus pais na hora do almoço que iria para a casa da McKinnon, já era usual eu ir para a casa das meninas e dormir lá. Às vezes eu ia na sexta e voltava apenas no domingo. Petunia que parecia levemente interessada nos meus planos para o fim de semana. Vernon me olhava meio estranho e eu procurei não pensar no que ele imaginava o que a minha saída significava, eu não duvidava nada que nada de bom sairia daquela cabeça.

Cheguei na casa da Marlene pouco mais cedo do que o combinado. Depois de almoçar, eu ajudei a minha irmã a arrumar cozinha e arrumei as minhas coisas para ir, então tomando o caminho para a casa dos McKinnon. Doe ainda não havia chegado, o que não era novidade, já que era ela quem sempre atrasada no grupo. Não que eu estivesse preocupada, a festa era só dez horas da noite, então tínhamos tempo suficiente. Enquanto esperávamos a Meadows, ficamos assistindo Garota Mimada, o filme favorito da Lene. Doe chegou quase no final e se deitou para terminar com a gente. Quando o filme acabou elas começaram a conversar sobre a festa e quem iria. Então, ela se lembraram de porquê estarem ali e se viraram para mim, me questionando sobre o que eu pretendia vestir, enquanto me arrastavam para o banheiro, alegando que eu deveria começar a me arrumar para não nos atrasarmos. Enquanto isso, elas mexiam na minha bolsa e acredito que, devido ao que elas me gritavam ou falavam entre si, estavam olhando parte do guarda-roupa da Lene e o que a Doe havia levado. Quando saí, as encontrei com algumas pecas de roupas espalhadas na cama.

— Eu vou de calça, e nada de saltos — eu disse assim que vi a cena.

— Você às vezes estraga o prazer de se arrumar com as amigas — Doe disse revirando os olhos e passando por mim, indo para o banheiro.

— 'Tá, mas também precisa ser esses tênis surrados? — Marlene me perguntou erguendo o par de tênis azul que eu havia levado para aquela noite.

— O que? Eles são confortáveis — disse dando de ombros e me jogando na cama. — E eu trouxe duas calças e seis blusas para vocês me ajudarem Fora as que eu sei que tem algumas minhas aqui e que eu tenho o seu guarda-roupa disponível — disse sorrindo e piscando um olho.

— Tudo bem — ela disse revirando os olhos sorrindo.

Então começamos a procurar a minha roupa. Logo ficara decidida que eu iria com a calca preta que eu havia trago. Depois fomos em busca da blusa, que na verdade quem me ajudara a escolher fora Doe, já que Marlene entrara no banho. Depois de muitas trocas, concordamos em um cropped da Marlene, que ficara coberto por uma jaqueta jean larga que Doe levara. Enquanto as duas decidiam o que elas iriam vestir, comecei a fazer a minha maquiagem. Não fizera nada muito chamativo, mas tive que sair do básico se eu não quisesse que as garotas que as garotas refizessem todo o processo. Por fim eu fiz um delineado mais grosso, passei rímel e iluminador e um batom vermelho, que destacava bastante os meus lábios. No cabelo eu apenas passara um creme e o arrumara em algo mais despojado. Marlene e Doe sorriram ao ver meu resultado final, alegando que o Potter teria um infarto ao me ver na festa, ao que eu apenas revirei os olhos.

As duas não demoraram a ficar prontas, e logo chamamos um Uber para nos levarmos ao local. A casa já tinha bastante gente, principalmente no gramado. Algumas fumavam, outras bebiam e outras apenas estavam se pegando. A música não estava alta o suficiente para que escutássemos desde a esquina, mas você poderia escutá-la de qualquer lugar da casa. Incrivelmente a sala não estava lotada, o que nos permitiu uma fácil movimentação por ali em direção a cozinha, onde encontramos os marotos. Eles estavam na pequena ilha no centro do cômodo. No meio do círculo de madeira um grande pote com Doritos, ao lado de um pote menor com algum tipo de pasta. Imaginei que eles estavam fazendo um tipo de nachos com guacamole improvisado, em frente a cada um dos três, havia uma garrafa de cerveja. Remus fora o primeiro a nos ver, acenando, fazendo com que nos aproximamos.

— Evans! — Sirius deu seu sorrisinho sedutor — Não achei que viesse em festas.

— Eu também não ia para detenção — respondi, dando de ombros.

— Touché — ele disse.

— Eu não achava que voce poderia ficar ainda mais bonita  — Potter disse, piscando um olho.

— Você também não está mal, Potter — digo, olhando-o de cima a baixo.

O moreno usava uma blusa do Batman, sob uma camisa xadrez e calça jeans clara rasgada nos joelhos, além dos tênis pretos. O cabelo como sempre, parecia não ter sido penteado.

— Isso foi um elogio? — Marlene disse, apoiando um braço no ombros do Sirius, enquanto tomava um gole da cerveja do mesmo.

Eu apenas respondi com um dar de ombros. Logo começamos a conversa e sobre coisas aleatórias. Pegamos bebidas para a gente e ficamos ali com os garotos. Até que Doe decidiu que queria dançar quando uma música antiga da Britney Spears começou a tocar. A morena puxou Marlene e eu para pista, mas na metade do caminho, me soltei, quando vi Severus. Ele estava com o grupinho de sempre e, se não fôssemos, tão amigos, eu ignoraria sua presença ali até que ele não estivesse com o Lucius e seus amigos.

— Severus! — Sorri me aproximando.

— Lily! Não imaginei que viria — ele me disse.

— Com certeza veio com o Potter e com os amiguinhos dele — Malfoy disse e eu revirei os olhos. — Mas pelo menos isso nos deu um gostinho de uma Evans arrumada — ele disse, passando a língua nos lábios e tentando levar uma mão ao meu cabelo, a qual logo foi afastada por um tapa meu.

— Não está querendo outro soco meu, está, Malfoy? Por que dessa vez eu estava pensando em quebrar esse seu nariz, aproveitando que eu não pegaria nenhuma detenção — o respondi.

Pelo canto do olhos, notei que Narcisa ficara um pouco incomodada com a cena. Ela era uma garota legal, tanto que eu não entendi porque ela estava naquele rolo com o Lucius. Eu queria fazer algo para poder ajudá-la.

— Sério que você veio com o Potter? — Severus me perguntou, me tirando dos meus pensamentos.

— Remus me chamou — revirei os olhos. — Mas eu vim com as garotas.

— E o que você estava fazendo com eles há cinco minutos? — Crabbe me perguntou.

— Sério, Lily? — Severus me perguntou e eu encarei, logo revirando os olhos e negando com as cabeça.

Em seguida, me virei, me afastando deles, sem acreditar que Snape estava realmente entrando naquele assunto de novo. Não demorou muito para eu sentir uma mão segurar meu pulso e me virei, encontrando Severus.

— Lily?

— Você não pode estar realmente criticando as minhas companhias quando voce anda com eles, está? — Disse apontando para onde Lucius estava.

— O que você está querendo dizer? Você sabe muito bem como os Marotos são.

— Certo, eles podem ter sido um completa babaca com você no Fresh Year, mas isso não quer dizer que eles não mudaram. Eu bem sei que eles tentaram te pedir desculpas uma vez e foi você quem recusou. Agora Lucius, Crabbe, Goyle, eles são babacas em um nível diferente, eles são nojentos e você anda com eles como se eles fossem deuses. Mas claro, voce vai criticar o fato de eu conversar com os Marotos.

— Lily, eu me preocupo com você.

— E eu com você, Severus, mas eu não aguento mais essa hipocrisia.

Me afastei por fim, indo para os fundos da casa. Precisava de um ar.

TroublesOnde histórias criam vida. Descubra agora