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Eu estava no segundo horário, distraída, apenas pensando no que eu iria fazer a tarde. Talvez eu aproveitasse para maratonar alguma série. Era sexta-feira, eu poderia escolher uma longa e virar a noite assistindo, como eu não fazia há muito tempo. Mas então eu recebi uma mensagem de Sirius.

Black: Prongs me abandonou
Preciso de uma nova parceira no crime pra hj

Eu demorei para entender quem era Prongs e então me lembrei que esse era o apelido do Potter entre os meninos. Nunca entendi a necessidade daquilo.

Lily: No que você está pensando?
Black: Eu não sei...
Lily: Okay já fiquei com medo kkkk
Black: Me encontra no intervalo entre as aulas.
Lily: Certo

Desliguei o celular e voltei a copiar o que a professora passava. Não demorou muito para o sinal tocar e fui procurar Sirius. Não demorou muito para nos encontrarmos e logo o garoto me contou seu plano. Iríamos fazê-lo depois do almoço. Logo nos separamos e seguimos para a próxima aula. Chegamos atrasados, óbvio, mas eu só levara uma advertência, já que Slughorn gostava de mim, para a minha sorte. Me sentei perto de Marlene e ela me passou as breves anotações que eu havia perdido, junto com um bilhete perguntando o que havia acontecido. Apenas escrevi "Detenção com Black" e a devolvi. Lene revirou os olhos ao ler, mas não falou nada. Foi quando o sinal para o almoço bateu que ela reclamou que eu estava indo muito para o lado negro da força, me fazendo rir. Nos encontramos com Remus e James sentados em uma mesa e perguntei sobre Sirius. Eles apenas deram de ombros. Doe não demorou a aparecer também e depois, por fim, Sirius. Ele se sentou ao meu lado e me perguntou de eu estava preparada.

— Com toda certeza — respondi, sorrindo.

— Preparada para quê? — Remus perguntou e nos viramos para ele.

— Eles vão para a detenção hoje — Marlene respondeu por nós e eu vi a surpresa no olhar do garoto, que logo em seguida revirou as orbes.

Sirius se virou para mim e falou que no final do almoço poderíamos colocar seu plano em ação, eu ri, assentindo e então comemos enquanto Remus reclamava que nós poderíamos fazer coisas melhores com o nosso tempo. James parecia intercalar os olhares entre nós dois. Lene, Doe e eu começamos um assunto aleatório que durou até que Sirius pegasse um colher de purê em sua bandeja e jogasse na direção de Remus, mas como o garoto desviou, acertou uma garota do primeiro ano. No mesmo momento, eu peguei o meu bolinho pela metade e joguei em James, que não conseguiu desviar. Vi que a garota que Sirius acertara estava pronta para jogar algo no moreno, mas no mesmo momento ouvimos a voz de Filch chamando Sirius e eu. Trocamos sorrisos cúmplices e nos levantamos, indo até o zelador. O mesmo avisou que nossos nomes já estavam na lista para a detenção e que a Professora McGonagall estaria avisada sobre. Apenas concordamos e começamos a nos dirigir para nossos armários para pegarmos o material da nossa próxima aula.

— Eu vi você jogando aquele bolinho no Prongs — Sirius disse quando paramos em seu armário. — Era para você limpá-lo depois, né? — Ele arqueou uma sobrancelha, sorrindo.

— Oh, então era essa a sua intenção quando jogou o purê no Remus? — Retruquei, sorrindo também e fazendo-o rir.

Ele se voltou para seu armário e ficou sério de novo. Me questionei que rumo seus pensamentos haviam tomado. Ele fechou a caixa e seguimos para o meu. Não trocamos mais palavras e cada um seguiu para a sua aula. Só nos vimos de novo na frente da sala da McGonagall, antes de entrarmos. A professora nos encarou enquanto seguíamos para um lugar onde sentarmos.

— Achei que já tinha passado da fase de guerras de comida, Sr. Black — ela disse.

— E passei, Minerva — Sirius responde —, mas você acredita que a Lily nunca começou uma?! — O garoto sorriu e a professora apenas revirou os olhos.

Eu estava sentada na frente de Black e então me virei para ele.

— Ouvi dizer que seguiu o meu conselho — disse.

— O que ele te falou? — Sirius parecia curioso e preocupado ao mesmo tempo.

— Apenas que achou estranho — respondo, dando de ombros. — Mas não se preocupe e continue assim — pisco e me volto para frente.

Pego um livro e fico lendo até o final da detenção. Sirius me leva para casa e ele fica um tempo me encarando, até que decide falar, me perguntando se eu já havia me apaixonado. Penso um pouco antes de negar.

— Como você imagina que seria? — Me pergunta e eu o encaro, pensando sobre. Então o que Remus me falou quando eu me questionava sobre poder me apaixonar por Sirius me veio a mente.

— Querer aquela pessoa sempre ao seu lado — comecei —, vê-la com outro e querer que ela estivesse com você, mas desejar a felicidade dela acima disso. Talvez estar sempre lembrando dela em pequenos detalhes e saber que ela vai te fazer feliz.

Ele me encarou e então deu um leve sorriso, assentindo e agradeceu, beijando minha bochecha. Não demorou para Sirius dar a partida e acelerar a moto, sumindo da minha vista. Eu logo entrei e, novamente, encontrei minha mãe na sala.

— Ele é o garoto? — Ela me perguntou.

Eu olhei-a confusa por um instante, tentando entender o que ela queria dizer. Quando a compreensão passou pela minha mente, fiz uma careta, rindo em seguida, uma vez que a ideia de Sirius ser meu namorado era quase surreal, ele era gay! Foi o que eu disse a minha progenitora e ela logo revirou os olhos e me mandando arrumar alguns amigos héteros para eu poder ter um namorado. Apenas disse-lhe que já tinha alguns e fui para meu quarto. Eu não queria um namorado, não agora pelo menos. Eu iria para a faculdade logo e não tinha ninguém com quem eu me imaginava junto, alguém que eu sentia que valia a pena. Eu passei um bom tempo encarando o teto e pensando sobre isso. Eu quase namorara uma vez, mas eu não sentia que era o certo. Eu gostava dele, mas não sentia que gostava o suficiente para começarmos um relacionamento. É quase como se eu sentisse que eu não estava pronta, que começar aquilo não valia a pena. E foi o que eu fiz, eu não comecei um relacionamento com ele. Isso o decepcionou e nos afastamos com o tempo. Mas eu não me senti mal, às vezes esse tipo de coisa acontece, e não há nada que possamos fazer.

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