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McGonagall me encarava sério.

— O que está acontecendo, Evans? — Ela me perguntou.

— Como assim, professora?

— Na última semana você tem ido todos os dias para a detenção. Eu até entendo a primeira vez, sabemos que Lucius pode ser um pouco... Irritante demais às vezes. Mas as quatro seguinte... Não são do seu feitio — ela disse.

— Não tem nada acontecendo — sou direta.

— Tem certeza, Evans? — Ela questionou — Você não está fugindo de nada? Mascarado coisas? Sempre foi minha melhor aluna. Por favor, não esteja se juntando aos marotos — ela abriu um leve esboço do que eu acredito tenha sido um sorriso.

— Acredite quando digo que eles são meu castigo na detenção, professora — digo, já um pouco impaciente com aquela demora.

McGonagall ajeitou os papéis sobre a mesa e depois sua caneca, deixando o desenho dessa virado para mim. Ela possuía um amor por aquela porcelana que eu acreditava que só se igualava pelo que ela sentia a sua gata.

— Por favor, não durma mais nas minhas aulas, Srta. Evans, está dispensada — ela disse começando a corrigir as provas.

Abri a boca para reclamar, mas sabia que não adiantaria, não com McGonnagall. Eu havia dormido na aula dela! Ao ir em direção a porta, esbarrei em sua caneca, que estava na ponta da mesa mesa, fazendo-a cair no chão e quebrar, espalhando o líquido que ela continha. McGonagall suspirou e falou que limpava a bagunça depois. Segui para fora da sala e fui para o meu armário pegar o material da próxima aula. Custava ela me mandar para a detenção? Eu havia dormido na aula dela — o que para McGonagall é um delito gravíssimo — e quebrara sua caneca favorita e ela tinha mantido uma calma como eu jamais vira. Suspirei fechando aporta do armário com um pouco mais de força que o necessário.

— Acredito que a Minerva não tenha te dado a detenção que você queria — James disse aparecendo ao meu lado.

— Não, a professora McGonagall não me mandou para a detenção, por favor, mais respeito com os mais velhos — eu digo.

— Oh, não estava sabendo? McGonagall e já nos tornamos ótimos amigos devido ao tempo que passo na detenção — eu revirei os olhos. — Mas então, Evans, alguém volta mais cedo para casa hoje, em?

— Sobre o que você sabe, Potter? — Pergunto encostando as costas no armário, já cansada daquela ladainha.

— Sei que você tem procurado ir para a detenção todos dias, o porquê eu não sei — ele deu de ombros. — Também sei que você ainda não conseguiu a sua hora comigo depois da aula da McGonagall. Convenhamos, Evans, dormir na aula? — Ele ficou a minha frente e se apoiou no armario com a mão ao lado da minha cabeça — Mesmo que da McGonagall, isso não faz o seu estilo, você foi mais criativa na sua primeira tentativa.

— Diga logo o que você quer, Potter? — Revirei os olhos.

— Na verdade, eu vim te oferecer a minha ajuda — ele abaixou um pouco a cabeça, para ficar da minha altura, e eu engoli em seco. — Sabemos que eu tenho experiência nessa área — ele pôs uma mecha do meu cabelo e segurou meu rosto.

— Evans! Potter! — Ouvimos Umbrigde chamar nossos nomes e James dá um um sorrisinho vitorioso, me fazendo ficar confusa. — Vocês sabem muito bem que é estritamente proibida qualquer demonstração de afeto nas dependências escolares. Detenção depois da aula, os dois — ela então saiu rebolando com aquele terninho cor de rosa.

— De nada — James sussurrou ao pé do meu ouvido antes de se virar e ir embora, me deixando ainda mais confusa.

Ele tinha feito aquela demonstração toda só pra me mandar para a detenção? E se a Umbrigde não tivesse aparecido? Não é qualquer professor que fica mandando os alunos para a detenção por qualquer motivo. E, se foi para me ajudar, por quê? O que ele ganharia com isso? Segui para a aula do Sr. Binns com essas perguntas na cabeça. Notei que Lupin parecia um tanto quanto ansioso durante a aula de história, mexendo toda hora no telefone. Em certo momento, ele abriu um pornô e deixou que o mesmo rodasse com som, chamando a atenção do professor, que o mandou para a detenção. Estranhei. Os marotos ainda não haviam recebido a detenção do dia? No almoço me sentei junto da Marlene e da Dorcas e as duas comentaram que o mesmo aconteceu com Peter e Sirius durante a aula que eles tiveram juntos.

— Sem pegadinha dos marotos, hoje? O que aconteceu que eles receberam detenções separadas? — Questionei.

— Parece que foi devido ao seu incidente com o James hoje mais cedo — Marlene disse com um sorrisinho provocativo no rosto.

— Ah, aquilo na verdade foi coisa do Potter — dei de ombros. — Nem eu entendi na verdade.

No mesmo momento meus olhos encontraram o dito cujo sentado com seus amigos em uma mesa não muito distante, então me lembrei da razão que levou Potter a falar comigo. Suspirei me arrependendo do que havia feito na sala da McGonagall. Após o almoço, me despeço das meninas e saio pelos fundos da escola, por um buraco que já vi os marotos fugindo várias vezes. Rodo o centro algumas vezes até encontrar o que eu procurava, e só então volto para a escola, estava nos corredores da Hogwarts no mesmo momento em que o sino tocou, informando que as aulas haviam acabado. Segui para meu armário, guardando o material desnecessário e pegando só o que eu precisaria para estudar em casa e então fui para a detenção. Incrivelmente, naquele dia minha única companhia em sala eram os marotos, e eles já ocupavam seus lugares no centro da sala.

Passei na mesa de McGonagall, que continuava a corrigir provas e deixei a caneca recém comprada idêntica a que eu tinha quebrado. Sem que nenhuma de nós duas falássemos algo, eu me dirigi para uma cadeira aos fundos da sala. Abri um livro qualquer e comecei a ler, já imaginando quando James iria começar a encher meu saco. Acho que ele esperou ao menos eu terminar o primeiro capítulo antes arrastar a carteira a minha frente.

— Então quer dizer que a senhorita certinha também quebrou a caneca da professora favorita? — Ele disse levantando as sobrancelhas.

— Potter, vou aproveitar que hoje você decidiu me conceder favores, e te pedir para não testar minha paciência — suspirei, olhando-o.

— Seus olhos se tornam verdes escuros quando você está com raiva — ele constatou, o que me deixou um pouco atônita de início.

— É uma característica — assenti com a cabeça, estranhando o comportamento que o garoto estava tendo no dia.

Ele logo saiu e voltou para onde os amigos estavam e eu voltei a ler o meu livro.

TroublesOnde histórias criam vida. Descubra agora