33

2.5K 227 171
                                    

— Festa sexta-feira — Doe disse se sentando à mesa na hora do almoço.

Marlene e Sirius logo concordaram, animados, James não negou e eu troquei um olhar com Remus.

— Como vocês aguentam tanta festa? — Perguntei.

Desde o começo do ano, parecia que eu já tinha ido em mais festa do que eu fora em toda a minha vida. Eu estava me sentindo em um filme de High School americano.

— Último ano, Lily, teremos ao menos uma festa por mês — Sirius respondeu e eu fiz uma careta para aquilo.

— Sempre tem alguém fazendo uma festa, Londres é uma cidade grande — Marlene disse e logo se voltou para Doe: — De quem é?

— Um garoto da Durmstrang — a negra respondeu. — Os pais saíram para viajar, clássico — ela revirou os olhos. — Mary me avisou que praticamente todos os Seniors vão.

— Então Hogwarts precisa fazer uma aparição — Sirius disse e eu e Remus o olhamos preocupados com o que sairia em seguida de sua boca. Sirius só aparentava ter ideias geniais, geralmente elas eram desastrosas. — E quem melhores que os Marotos? — Ele sorriu e eu suspirei.

Eu não estava muito em clima de festa. Eu realmente já estava planejando minha maratona de Star Wars depois de um longo almoço com a minha família. Petúnia chegava na sexta à tarde e eu pretendia me esconder no quarto depois da longa comparação que eu sabia que teria que aturar pela minha mãe, além de ouvir sobre o noivado dela com a morsa de que ela, agora, chamava de noivo.

— Ótimo então eu não preciso ir — disse.

— Sabe que você já basicamente parte do grupo, né? — James disse — Se você quiser, a gente até te arruma um nome.

Eu o encarei por um instante, indecisa se ele falava sério ou se era um jeito de me fazer ir a essa festa.

— Não adianta tentar fugir, Evans, eu irei para a sua casa depois da aula 'pra gente se arrumar — Marlene disse impedindo que eu fugisse daquilo.

Por fim, eu apenas suspirei, concordando. Remus acabou cedendo também, concordando em me fazer companhia durante a noite. Pelos planos de Marlene, eu não poderia ir para a detenção na sexta, senão atrapalharia que ela e Doe me arrumassem para a festa. Então, James e Sirius disseram que eu deveria ir na quarta e na quinta e que eles já iriam pensar em pegadinhas interessantes para irmos para a detenção e um nome de marota para mim. Eu revirei os olhos enquanto o sinal avisando o final do horário soava.

— Quinta, apenas — disse aos dois. — Não vou ficar entrando em pegadinhas para a detenção com vocês. E sem nomes.

Eles sorriram e Remus disse que eu estava entrando na maior furada da minha vida. Dei de ombros enquanto seguia para a aula. Eu já entrara naquela furada há semanas e agora eu definitivamente não conseguiria sair dela. Mas eu não estava preocupada com aquilo. Já fazia tempo que eu havia apenas aceitado aquele fato e dançava conforme a música.

No final da aula, James me encontrou no caminho da saída. Ele insistiu em me levar para casa, mesmo que ele tivesse que comparecer em algo importante para terminar a papelada em relação ao Sirius. Ele parecia extremamente animado com aquilo, tanto que chegava a ser fofo. Mesmo que eu falasse que ele não precisava me levar em casa, ele fez questão. No caminho ele fora contando um pouco mais sobre a relação do Sirius com os pais dele. Eu tinha um dos meus cotovelos apoiados no encosto do banco dele, com a minha mão em seus cabelos (eles eram tão macios, que fazer carinho neles era a minha nova atividade favorita), e o encarava falar. Mal notei quando ele estacionou em frente a minha casa. Seu rosto se voltou para mim e um sorriso contido surgiu em seus lábios.

— Está entregue — ele disse, baixo, e eu assenti levemente com a cabeça.

Eu selei nossas bocas e ele levou uma das mãos a minha nuca, aprofundando o beijo.

— Você precisa ir — eu disse separado o ato e um muxoxo escapou de seus lábios. — Nos vemos amanhã.

Dei-lhe um selinho rápido e sai do carro. Minha mãe estava na sala e me encarou quando entrei.

— Desde quando você tem um motorista particular? — Ela me perguntou.

— Ah, desde que eu tenho trocado sexo por favores — dei de ombros com um leve sorriso.

Claro, minha mãe não riu. Mas também não falou mada e eu vi isso como uma oportunidade de ir para o meu quarto. Peguei um pacote de biscoitos no quarto e fui para o meu cômodo favorito, fechando a porta logo em seguida. Passei a tarde toda estudando. Quando já estava escuro, tomei um banho rápido e finalmente deitei em minha cama e chequei meu celular, respondendo as mensagens antes de colocar algum filme para assistir.

Na quarta, Sirius e James logo me apareceram com uma pegadinha para a detenção do dia seguinte. Apesar deles terem me dito que haviam pensado em nomes para que eu fosse uma marota autentica, eu descartei todos.

— Parabéns, você acordou os demônios adormecidos — Remus disse quando entramos na aula que tínhamos juntos.

Os amigos de Lucius estavam no fundo da sala e nos encararam quando entramos. Eles sabiam que não havia sido Malfoy quem colocara álcool nos ponches do baile. Toda a escola sabia que aquilo era coisa dos Marotos, principalmente por não terem sido pegos. Mas sem provas, não havia como eles nos culparem. As expressões em seus rostos pareciam que eles estavam pensando em modos de torturas para a gente. Por Morgana, eu nem sabia se eles tinham conhecimento da minha participação naquilo e mesmo assim eu já pensava nos Marotos como um "a gente". Quando isso passara a acontecer?

No final das aulas, encontrei com Remus, Sirius e James no estacionamento. Potter me puxou pela cintura, me deixando colada ao seu corpo. Eu estava começando a me viciar naquele contato.

— Que tal irmos para a minha casa hoje e passarmos o resto da tarde juntos... fazendo algo — ele sugeriu e eu sorri.

— Tentador — respondir beijando-o. — Eu topo.

Entramos os quatro no carro, eu no banco do carona e Sirius com Remus no banco de trás. Depois de Sirius e eu discutirmos sobre quem colocaria a música, eu conectei meu celular no som do carro enquanto Sirius me mostrava a língua. Remus e James apenas riam da situação.

Assim que chegamos na casa dos Potter, Sirius e Remus entraram para o quarto que agora era totalmente do Black, e fiquei na cozinha conversando um pouco com Dona Euphemia enquanto James fazia pipoca para vermos algum filme. Assim que a comida ficou pronta nós fomos para o quarto. Prongs deitou na cama e eu me ajeitei sobre seu tronco parar começamos a procurar um filme para vermos. Colocamos uma comédia policial e ficamos assistindo. Uma das mãos de James ficava subindo e descendo sobre minhas costas durante todo o tempo. O melhor das coisas com o James era que elas eram calmas. Ele era calmo. Parecia que ele não se importava com o tempo que levaria com as coisas. Isso deixava tudo tão leve. Eu provavelmente cochilara no meio do segundo filme. E depois do terceiro, percebemos que era hora de eu ir para casa. Juntamos nossas coisas e passamos no quarto de Sirius para chamarmos o Remus. Potter avisou que estataria me levando e Lupin gritou de dentro do cômodo que em cinco minutos nos encontrava no carro. Nós dois seguimos devagar para fora da casa e eu me despedi do Sr. e da Sra. Potter no caminho. Antes que eu entrasse dentro do veículo preto, James me puxou e me beijou.

— Eu adoro o gosto dos seus lábios — ele disse, nos separamos rapidamente, e eu logo voltei a beijá-lo.

Paramos quando Remus fechou a porta da casa dos Potter e entramos no carro. James me deixou primeiro e nos despedimos com um beijo rápido. Beijei a bochecha de Remus e saí, não demorando a entrar em casa.

Em dois dias Petúnia estaria ali e só voltaria para o campus depois do ano novo. Chegara aquela época do ano.

TroublesOnde histórias criam vida. Descubra agora