34

2.3K 230 145
                                    

— Eu não acredito que vocês me fizeram ficar até mais tarde hoje na escola?

Minerva disse assim que entramos na sala da detenção depois da aula, notando que a mesma estava vazia.

— Espero não termos atrapalhado nenhum plano de encontro, Minnie — Black disse se sentando na carteira mais próxima a professora.

— Vê se a Minerva tem cara de quem vai em encontros, Sirius — eu comecei e vi o olhar que ela me lançou, parecendo curiosa —, ela não precisa passar por essa provação.

Sirius e James soltaram uma exclamação indignada e McGonagall apenas riu. James e eu nos sentamos nos fundos, colocando uma carteira ao lado da outra, sob os olhares cautelosos da professora. Remus se sentou na lateral, abrindo um livro para ler, e logo foi acompanhado pelo namorado, que deitou a cabeça no colo de Lupin. Potter passou um dos braços por meus ombros me puxando para perto. Eu apenas deitei a cabeça em seu ombro enquanto ele fazia carinho em meu cabelo e minhas mãos brincavam com a mão livre dele. Conversávamos sobre coisas da escola e de casa enquanto esperávamos o tempo passar.

— Olha, não contem ao Dumbledore — Minerva falou, chamando a nossa atenção, parecendo preocupada com algo —, mas eu vou liberar vocês um pouco mais cedo hoje — ela já estava juntando suas coisas.

— Então você realmente tem um encontro?! — Sirius disse — Quem é o sortudo.

Eu revirei os olhos com a atitude do garoto. James, Remus e eu já estávamos juntando nossas coisas enquanto Black estava tentando descobrir os planos da professora. Nenhum de nós quatro estava surpreso com a atitude, Sirius poderia ser bastante curioso e impertinente quando queria. E aquele parecia um ótimo momento.

— É com a minha família, na verdade — a mais velha contou.

No mesmo momento, Sirius e eu soltamos um muxoxo em desaprovação. Nós dois sabíamos como aquilo podia ser maçante. James passou um de seus braços por meus ombros, me acompanhando para fora da sala. Sirius e Remus vieram atrás enquanto Minerva fechava a porta. Nos despedimos de McGonagall na saída e seguimos para o carro de James. O banco da frente já não era mais disputado entre Black e eu, mas o som sim. Ele alegava que eu havia escolhido da última vez, enquanto eu dizia que a última vez não contava já que, naquela mesma manhã o garoto havia tido a chance de conectar o seu próprio celular para escutar suas músicas. James apenas sorria com a situação enquanto Remus parecia um tanto incomodo.

— Eu não vejo que diferença faz quem coloca a música — Lupin se pronunciou. — A playlist de vocês é praticamente a mesma.

Concluindo isso, ele mesmo conectiu seu celular ao som do carro, fazendo James rir e Sirius e eu revirarmos os olhos. Passamos em um drive-in no caminho para a minha casa e eu robei as batas do lanche de James. Pouco depois, o carro era estacionado em frente a construção. Sorri para James e me despedi dos meninos, dando um selinho em Potter antes de sair do veículo. Eu entrei em casa com o pacotinho das batatas em mãos e vi o olhar reprovador que minha mãe me lançou. Eu apenas revirei os olhos e segui para o meu quarto a fim de começar alguns trabalhos que os professores passaram.

Petúnia chegaria no dia seguinte e eu gostaria de aproveitar meus últimos momentos de paz antes do feriado. Aquela semana não seria nada fácil. Eu ainda tinha que comprar os presentes de natal. Não faria muita diferença, mamãe e Petúnia nunca realmente gostaram de nada que eu já havia lhes dado, ainda sim, a gente continuava a trocar presentes, fingir que gostou e fingir que a atuação delas eram boas. Mas, em contra partida, eu também não gostava do presente que elas me davam, simplesmente porque elas nunca se importavam em se esforçar para isso. Em um natal, Petúnia me dera um par de meias temáticas. Acho que aquele fora o sorriso mais amarelo que eu já havia dado e o sorriso de Petúnia era o mais cínico possível. Eu havia lhe dado um perfume, não um dos mais caros, mas ainda sim, um bom e eu havia ganhado um par de meias. Minha vontade era de quebrar aquele perfume e lhe dar apenas os cacos do vidro. Desde que aquele ano, eu não me importo com o que eu vou lhe dar, mas compro algo que passe uma impressão de que eu ao menos me esforcei.

Na sexta-feira, eu suspirei quando o sinalda última aula tocou. Encontrei o grupo no portão. Marlene parecia animada para aquela tarde, enquanto isso eu estava apenas animada para encher a cara de noite e fingir que a minha irmã não estava de volta sob o mesmo teto que o meu. Apesar da minha insistência, James nos deu carona. Me despedi rapidamente dos garotos e as meninas me acompanharam para dentro da minha casa. Minha mãe e Petúnia estavam na sala tomando chá e conversando. Elas cumprimetaram Doe e Marlene, que logo foram para o meu quarto, e então suas atenções se voltaram para mim. Me sentei na poltrona em frente ao sofá que elas estavam e neguei o chá que minha mãe me oferecera antes de começar o falatório sobre a filha perfeita.

— Olha como o cabelo da Petúnia está bonito, Lily, com vida, longo... — minha mãe comentou.

Petúnia nunca gostara muito de cortar o cabelo, o que fazia com que seus fios fossem até sua cintura. Diferente de mim, que nunca deixara o meu cabelo passar das omoplatas e esse ano tinha adotado um estilo mais curto, em que meus fios mal passavam dos meus ombros. Minha mãe, claro, desaprovara, mas em relação a minha aparência ela nunca tivera muita autoridade.

Petúnia elogiara o meu cabelo, alegando que ele estava mais ruivo, e eu agradeci, me segurabdo para não soltar um comentário ácido sobre. Mamãe começou a falar sobre a faculdade de Petúnia e como a carreira de enfermagem era ótima e que esperava que a filhinha dela não se desgatasse no hospital e que tinha que passa tempo em casa depois que ela e Vernon fossem morar juntos. Foi então que Tuny nos agraciou com a notícia mais maravilhosa: ela não exerceria a profissão depois do casamento. Vernon seria o único a trabalhar e ela cuidaria da casa. É claro que nesse momento minha mãe começou a falar o quão orgulhosa ela estava de Tuny e como eu deveria seguir o exemplo da minha irmã. Então eu pedi licença e me retirei da sala, indo para o meu quarto. As meninas estavam conversando, sentadas no chão, quando eu me joguei em minha cama, cansada de tudo aquilo. Doe e Lene se deitaram ao meu lado, me abraçando.

— Sabe, já que você já beijou, e muito, a hoca do James, acho que hoje é a noite de você matá-lo — Lene disse.

— Deixe Beyoncé orgulhosa — Doe completou, me fazendo rir.

Então eu me lembreu do porquê estava indo naquela festa. Não apenas porque eu queria beber até esquece que eu nunca daria um mínimo de orgulho para os meus pais, mas porque eu tinha amigos ótimos e um cara incrível que eu estava pegando e queria me divertir muito com eles.

TroublesOnde histórias criam vida. Descubra agora