Segredos estranhos

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15 horas da tarde, véspera de feriado e está quase tudo pronto para ir acampar, Enzo e Bruno já estavam com o carro estacionado em frente ao prédio de Fernanda que estava comigo colocando as ultimas coisas na mochila, como sempre ela vivia se atrasando.

"Desçam logo"

Bruno estava agoniado.

"Calma, estamos descendo"

Tudo pronto, só faltava buscar Beatriz que já estava nos esperando a muito tempo.

***

Fomos ao alcance de Beatriz em um bairro nobre da cidade, ela então atravessou a rua em direção ao carro, pude ver ela se aproximar e uma adrenalina começou a tomar conta do meu corpo, minhas mãos começaram a suar e meu coração a palpitar. Beatriz estava linda com aquela calça colada fazendo marcar todas as curvas de sua perna, por que eu ficava encantada por ela?

: - Oi. - Beatriz falou tímida adentrando o carro devagar atrapalhando meus pensamentos, eu pude sentir o perfume dela e babei com a sua boca marcada com batom, ela estava tão linda, por um momento eu desejei beijá-la.

: - NÃO. - Gritei fazendo todos no carro se assustar, que tipo de pensamentos eu estava tendo? Seria errado eu a desejar?

: - Luísa? Que susto, que porra foi essa? - Fernanda falava irritada ao meu lado com a mão sobre o peito. Enzo que estava no banco do motorista e Bruno no do passageiro olhavam assustados para mim que estava no banco de trás sentada entre Beatriz e Fernanda.

: - Desculpa, eu não sei porque gritei. - Todos me olhavam confusos inclusive Beatriz, eu me sentia uma idiota por ter feito aquele papelão.

Enzo acelerou o carro indo em direção ao lugar que íamos acampar enquanto eu permanecia estática no banco sem acreditar que eu estava morrendo de vontade de beijar Beatriz, para dificultar minha situação ela me olhava de cima a baixo fazendo eu engolir em seco, era nítida minha tensão. Será que eu estava querendo fazer algo muito errado? Seria errado beijar uma garota? Aqueles pensamentos me torturavam fazendo eu sentir um forte desespero, mas de uma coisa é certa, eu não iria contar o que eu estava sentido para ninguém, pois era um desejo muito estranho, esse seria o meu segredo, o meu segredo mais estranho.

Beatriz ora olhava a paisagem pelo vidro do carro ora olhava para mim, ela estava me torturando, eu não conseguia disfarçar, meus desejos estavam me consumindo.

: - O que vocês acham de parar no posto e comprar algo alcoólico para beber? - Bruno perguntava animado, tenho certeza que um dia vamos estar horríveis de saúde, nunca vi pessoas que bebem quase todos os dias como nós, acho que esse é o verdadeiro espírito universitário.

Foi então que paramos em um posto, todos desceram eufóricos menos eu e Beatriz.

: - Você está bem? - Beatriz perguntou preocupada. - Você ficou o tempo inteiro imóvel, não conversou com ninguém, está toda estranha.

: - Desculpa, eu só estava focada em meus pensamentos.

: - O que tanto você pensa?

: - Bobagem, nada importante. - Menti vendo Beatriz sorrir de canto fazendo mais uma vez o meu coração acelerar.

Ficamos nos olhando por um tempo, me faltavam palavras para descrever o que eu estava sentindo, eu queria ter coragem para falar, mas a vergonha me impedia.

: - Cerveja ou energético? - Fernanda perguntou para mim adentrando o carro animada com sacolas na mão.

: - Vodka.

***

: - Chegamos, vamos pegar uma van, ela vai deixar a gente no início da trilha. - Enzo falou animado.

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