Acordei naquela manhã sem despertador para ir para a faculdade, eu estava no meu apartamento, ao meu lado estava Beatriz que ainda dormia profundamente agarrada em mim. Como de costume peguei o celular para olhar as mensagens, como sempre, havia mensagens do número desconhecido, suspirei, nunca iam me deixar em paz? Já não bastava o que eu havia passado? Em um ato de raiva acabei visualizando a mensagem do número desconhecido...
"Não me ignora."
"Me deixa em paz"
Respondi bufando.
"Você não era assim"
A mensagem dizia.
Como assim? Quer dizer então que o dono do número desconhecido me conhecia? Aquela dúvida parecia me perturbar, no fundo eu achava que poderia ser trote, mas as mensagens começavam a provar que não, foi então que por um momento eu sabia que eu não podia mais ignorar aquelas mensagens, pois eu precisava colocar um ponto final, só assim eu ficaria realmente em paz, talvez por esse motivo eu nunca tinha bloqueado o número, no fundo eu tinha curiosidade, eu queria colocar toda história a limpo.
: - Anjo? - Beatriz falou quebrando a minha raiva. - Você está bem?
: - Estou sim. - Abracei ela pedindo para que o tempo parasse, eu queria estar naquele abraço para sempre.
Todos os dias pareciam indecifráveis, eu achava que tudo iria ficar bem depois que eu me aceitasse e me assumisse, mas não, eu ainda precisava lutar por muita coisa, eu precisava enfrentar várias situações para encontrar a minha real felicidade. Ainda bem que eu tinha Beatriz, ela era o meu porto seguro, a minha sorte, quando ela me abraçava a alegria vinha e o medo, a tristeza a raiva passava. Era incrível o efeito que Beatriz tinha em mim, eu sentia o meu coração se encher toda vez que eu estava com ela.
Depois de ficarmos alguns minutos ali abraçadas, decidimos levantar antes que a gente acabasse se atrasando para a aula.
***
A faculdade estava como sempre, eu nunca iria me acostumar com aquelas pessoas indo e vindo nos corredores, cada um preocupado com a sua aula, outros nem tanto.
Eu e Beatriz entramos na sala, eu sentei numa das cadeiras da frente, achei estranho quando Beatriz sentou bem atrás de mim, pois ela só sentava no fundo da sala.
: - Engraçado - Falei. - Você querer sentar aqui? - Eu sorri timidamente.
: - Lá no fundo eu sinto muita saudade. - Beatriz falou e logo piscou um dos olhos para mim, fazendo o meu coração disparar.
Assim que a aula iniciou meu celular vibrou indicando uma nova mensagem, eu já sabia quem poderia ser, não era novidade que todos os dias quase naquele mesmo horário o número desconhecido me mandava mensagens, a única diferença é que eu ignorava, mas dessa vez eu estava visualizando.
"Responde"
"Oi"
Mandei.
"Fala comigo"
"Quem é?"
"Acho bom que por enquanto você não saiba"
"Por que?"
Será que a pessoa responderia o por que de não querer se identificar?
"Só quero que saiba que eu amo você"
Aquela última mensagem me deixou em choque, intrigada, decidi mostrar as mensagens para Beatriz, eu sei que ela pediu para eu ignorar, mas já não estava dando mais. Me virei um pouco para olhar para trás e fitei Beatriz, fiquei hipnotizada, ela era linda, suspirei enquanto via ela prestando atenção em cada palavra que o professor dizia, o jeito que ela franzia o cenho era encantador, foi então que decidi não atrapalhar ela, no intervalo eu mostraria as mensagens.
"Vai me ignorar?"
O número desconhecido insistia em falar comigo.
"Eu preciso saber quem é"
"Amor, você sabe quem é, não me deixa"
Amor? Só existia uma pessoa que insistia em me chamar assim, e eu sempre dizia que eu não gostava de apelidos carinhosos, mas conhecendo Beatriz, vejo que tudo isso mudou e muito.
O número desconhecido continuava insistindo...
"Amor? Por que você não me responde?"
Decidi não responder.
Por um momento eu desconfiava quem seria, foi então que decidi encontrar a pessoa pessoalmente depois da aula e conversar seriamente sobre isso, mas até lá eu iria ficar tranquila, pois eu não queria que nada me irritasse.
***
Finalmente o intervalo começou, assim eu teria como mostrar as mensagens para Beatriz. Como de costume, compramos sucos e sentamos na mesinha de frente a cantina.
: - Te chamam de amor? - Beatriz falou com ciúme depois de ler as mensagens do número desconhecido.
: - Não fica com ciúme minha linda, meu amor é você. - Falei sincera. - Eu desconfio de uma pessoa que possa estar mandando essas mensagens, vou tentar a encontrar assim que eu sair daqui da faculdade.
: - Posso ir com você?
: - Claro que pode.
Permanecemos naquela conversa por mais um tempo, até o sinal tocar indicando que a aula iria iniciar novamente.
***
Entrei no carro com Beatriz para assim sair da faculdade e ir direto até a casa da pessoa que eu desconfiava ser a dona do número desconhecido.
Beatriz estava apreensiva no banco do passageiro enquanto eu dirigia atenta, não vou mentir que eu estava com um pouco de medo com o que poderia acontecer, eu estava tão concentrada em meus pensamentos que eu mal conseguia decifrar a música que tocava baixinha no carro. Sabe, tudo o que eu queria era poder viver em paz, e era por isso que eu queria ir atras do dono do número desconhecido, eu queria saber quais eram os seus motivos para estar me perseguindo desse jeito e assim poder colocar um ponto final.
Assim que chegamos ao nosso destino, desci do carro calmamente, Beatriz decidiu esperar dentro do carro, respirei fundo e fitei a casa, eu contava com a sorte. Me aproximei e toquei a campainha com cuidado, agora era só esperar até a pessoa abrir a porta.
*Notas Finais:
Quem será que vai abrir a porta? hah
Perdoem os erros! Valeu! :)
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Segredos Estranhos
RomanceLuísa está descobrindo a sua sexualidade, por esse motivo ela não sabe como lidar com os seus confusos sentimentos, até que ela conhece Beatriz, juntas passarão por momentos que ajudarão Luísa encontrar respostas para as suas maiores perguntas. [ LG...