Capítulo 2

870 168 127
                                    

Na mesma época ~

Com passos firmes, Eren foi até sua casa exausto. O trabalho nas plantações estavam realmente pesando toda a noite. Fora isso, ele só tinha que agradecer pelo trabalho manter ele e sua Mãe vivos desde que seu pai, Grisha Jaeger e médico do seu vilarejo, morreu há oito anos atrás em um acidente nas montanhas, onde sua carroça caiu do penhasco numa noite chuvosa.

"Boa tarde, Eren!"

Sorrindo, Eren fez um sinal com a mão, dando um pequeno sorriso para a velha senhora. "Boa tarde, Dona Bela!"

Ela apenas sorriu e voltou a regar suas flores, e com isso, Eren voltou a caminhar em silêncio, aproveitando a brisa refrescante que havia passado por si.

O pequeno vilarejo em que nasceu e cresceu era bem simples e calmo, onde todos se conheciam a partir de algum momento de suas vidas. As casas eram simples, porém lindas e com várias plantações desde colheitas à belíssimas flores. Mas nem tudo são flores obviamente. Existe um péssimo lado em tudo, seu vilarejo não ficaria de fora disso. Apesar de estar rodeado de velhinhas gentis, muitas comentam muito sobre assuntos que não eram de seu interesse. Afinal, pra que ele precisaria achar um companheiro e ter uma nova família quando ainda tinha sua tão amada mãe? Sem contar que tinha apenas dezessete, e ao contrário de alguns dos seus amigos, ele não via necessidade de ter alguém tão rápido assim.

Passando pela bibliotecas dos Arlert's, teria sido uma boa ideia parar e ir visitar seu velho amigo, Armin, isso se as chances dele estar com seu alfa não fossem grandes. Bufando de tédio, Eren teve certeza de que seria muito melhor voltar a casa.

Chutando uma pedrinha, ele voltou o seu olhar para o horizonte, sorrindo ao ver o pôr do sol. Era inegável que havia muitas coisas maravilhosas em seu vilarejo, e uma dessas coisas era a vista do pôr do sol. Ele nunca se cansaria de olhar o céu naquele momento, imaginando poder voar e sentir a liberdade assim como os pássaros. Na realidade, Eren sempre foi uma pessoa simplista, nunca possuindo um grande interesse específico fora sua tão amada Mãe, por isso era raro ele sentir inveja de algo ou de alguém. Mas... Ele poderia se pegar sentindo inveja daquela liberdade que sua mãe contava quando era pequeno, que seu pai tanto falava... Ah, sim... Talvez ele tivesse inveja do seu passado, mas vendo o seu presente, ele poderia gostar.

Um pequeno e baixo suspiro escapou de sua boca quando ele se viu entrando na rua da sua casa, onde em cada canto em frente as casas havia um pequeno vaso de flores ou árvores nas quais as flores eram da cor lavanda. Claro, toda essa organização vinha de sua Mãe juntamente com alguns omegas.

Limpando seus pés no tapete que ficava na entrada, quando o mesmo foi abrir a porta, parou ao ouvir uma tosse forte vindo de sua Mãe. Franzindo o cenho, ele a abriu com cuidado e entrou, fechando-a logo depois.

"Mãe?" chamou, a preocupação sendo algo óbvio no timbre de sua voz. "Mãe?"

"Estou aqui, querido." Veio da cozinha, onde Carla terminava a janta de ambos. "Como foi seu dia?"

"Foi cansativo. E o seu? O doutor Jonas veio?" questionou calmamente, já se sentando na cadeira.

"Foi tranquilo. Terminei cedo de organizar as coisas, então fiquei lendo um livro até que ele chegasse. E sim, ele veio." sorriu ao pôr algumas colheres de sopa no prato que seria do Eren.

"E então? Os remédios fizeram algum efeito?" perguntou sem se importar com a comida que era colocada em sua frente.

Carla apenas deu uma pequena risada e voltou a colocar sopa, dessa vez para ela. "Não seja tão bobo, Eren. Os remédios não fazem efeito dessa forma. E antes que se preocupe, o doutor Jonas disse que era um simples resfriado bobo."

Na Ponta do FeitiçoOnde histórias criam vida. Descubra agora