6. Dancing without music

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Carol simplesmente amava passar os domingos com sua família assistindo aos espetáculos da Broadway. A família Biazin ignorava os comentários sobre a decadência do teatro para a TV, simplesmente não podiam crer nessa bobagem de que a arte havia se tornado algo ultrapassado. E se houvesse algum outro programa favorito da família, este se chamaria ficar em casa cozinhando e cantando. Isaias e Rose adoravam inventar receitas ou acrescentar ingredientes em pratos já prontos, e consequentemente arrastavam suas filhas junto para a cozinha. Podia-se dizer que eram um desastre, mas não havia tristeza naquela casa. Carol os amava acima de qualquer coisa.

Foi então naquele domingo de sol enquanto Rose preparava panquecas na cozinha e Isaias tocava violão na sala, o dia em que Carol cantarolava pela casa segurando uma escova de cabelo como microfone com Júlia sacudindo uma vassoura imitando uma guitarra, aquela foi a primeira vez que ela apareceu.

Houve três breves batidas na porta. Isaias logo largou o violão no sofá e fez com que suas filhas se calassem anunciando que abriria a porta. Ele caminhou de meias pela casa sobre os protestos de Rose e abriu a porta gentilmente, erguendo uma sobrancelha em seguida quando se deparou com uma jovem morena cujos cabelos caíam até o meio das costas. A garota usava short jeans, all star vermelho e uma blusa de linho cinza. E em suas mãos, uma torta de maçã.

Primeiramente, Isaias ficou extasiado com a beleza da moça que lhe sorria de volta, mas então voltou à realidade.

- Posso ajudar? – perguntou curioso enquanto analisava a garota de baixo a cima.

- Na verdade, pode sim. – ela respondeu com uma voz doce. – O senhor é Isaias Biazin?

Isaias olhou para os lados abrindo e fechando a boca várias vezes seguidas. A beleza e a educação daquela garota tinha o deixado abobado, quase como se estivesse falando com alguém de sua própria família. Ele não pode deixar de sorrir para ela, era contagiante aquele olhar determinado e doce.

- Sim, acho que sim... – a voz do homem morreu, arrancando um breve sorriso da garota que tomou o cuidado de segurar a torta em uma das mãos e estender a outra em cumprimento.

– Muito prazer! Meu nome é Dayane Limns – eles apertaram as mãos. Na verdade Day apertou, pois Isaias continuava em seu estado aéreo. – Carol está em casa? Não quero parecer rude, mas eu gostaria muito de pedir a sua permissão para sair com sua filha esta noite.

Isaias não teve tempo para processar o pedido de Day, logo Rose apareceu por trás do marido com uma ruga na testa.

- Algum problema, amor? – então seus olhos caíram em Day e em seu sorriso encantador que fez a voz da mulher também se calar.

Agora o casal tinha a boca entreaberta para a morena como se estivessem frente a frente com a coisa mais linda que eles já tenham visto na vida.

– A senhora deve ser Roseli Biazin, certo? – perguntou Day, mesmo sabendo a resposta. – Dayane Limns, mas podem me chamar de Day.

- Olá, Day. – o casal Biazin disse em uníssono.

O silencio se abateu por um minuto e a morena sentiu-se constrangida sabendo que estava sendo medida da cabeça aos pés. Queria causar uma boa impressão aos pais de Carol, parecer casual e despreocupada, e implorou mentalmente que Carol não a matasse por chegar bem mais cedo do que o combinado.

- Então... – recomeçou Day ficando na ponta dos pés um pouco impaciente. – Carol está?

- Oh sim, Carol! – Isaias retomou a fala repentinamente. – Estrelinha? – gritou pelo hall de entrada. Rose continuava sua analise em Day. – Você tem visita!

The Red Hair (dayrol)Onde histórias criam vida. Descubra agora