12.Where we came from

3.1K 223 14
                                    



4 de Dezembro de 2014. – Primeiro ano da faculdade.

Day sentiu-se mal por abandonar o clima gélido e os flocos de neve de New York pela manhã. Depois de conversar com Carol em plena madrugada seu sono decidiu abandoná-la de vez e provavelmente tinha sido transferido para Nath que passou a viagem toda dormindo no assento ao lado enrolada no edredom com a boca aberta. Thay decidiu acompanha-las dessa vez para visitar a família e tentar uma possível conversa sobre a sexualidade que tanto a assustava, até mesmo Day estava aflita por ela. Mas diferente do que poderia ser a viagem, Thay também acabou adormecendo e Day teve como companhia seu bom e velho Johnny Cash nos fones de ouvido.

Por sorte, Isaias tinha permitido que ela guardasse o carro em sua casa já que não gostava de abandoná-lo por mais de um dia no estacionamento da república, não confiava nem um pouco nos marmanjos que andavam aprontando de madrugada quando estavam bêbados o suficiente para fazer coisas que não se lembrariam pela manhã. Carol fez questão de acordar cedo – algo quase impossível –, para desejar-lhe novamente boa viagem e sem que os pais vissem, roubar-lhe um beijo casto.

Agora ela estava trancada no antigo quarto em Miami observando atentamente o teto e se perguntando internamente se Thay já teria tomado a coragem necessária para enfrentar os pais. Será que ela conseguiria? Como seria a reação deles? Por um momento sentiu inveja da coragem da amiga.

Afastou os pensamentos quando ouviu três toques sutis de sua mãe na porta do quarto anunciando que o almoço estava pronto. Antes de levantar-se, tirou o celular do bolso e enviou uma mensagem para Carol.

Me: Hey, você.

Não demorou muito até seu celular vibrar com a resposta.

Pequena: Hey, você.

Sorriu com essa mania boba que tinham de se chamar assim desde a pequena viagem até o rancho de Gabi

Me: Admito que neste exato momento esteja sentindo inveja sua por estar tão próxima a neve quanto eu estou do Sol.

Pequena: Enquanto isso estou enrolada em quatro edredons e assistindo Top Gun.

Me: Top Gun? Sério?

Pequena: Calada.

Me: Uhn. Gosta de militares? ;)

Pequena: Só se você vestir uma farda para mim :D

Day riu inconscientemente e então ouviu sua mãe chama-la impaciente no andar de baixo.

Me: Saiba que se isso foi uma cantada, você falhou miseravelmente.

Pequena: Considere-se solteira.

Me: Hmmm... Amor?

Me: Carol.

Alguns segundos se passaram, a mensagem foi visualizada e nada da resposta chegar. Day revirou os olhos levantando-se da cama a contra gosto e se arrastou para fora do quarto ainda encarando a tela do celular com cara de poucos amigos.

Me: Carol?????

Desceu as escadas encontrando seu pai com a expressão imponente de sempre; a roupa social estava sem o blazer, a barba perfeitamente desenhada assim como suas grossas sobrancelhas e o cabelo ralo. Ele analisava atentamente alguns papéis na mesa com os óculos de grau na ponta do nariz enquanto o almoço não era servido

- Eu sempre me pergunto o que vocês encontram de tão interessante no celular. – ele comentou analisando a filha e coçando a barba logo em seguida.

The Red Hair (dayrol)Onde histórias criam vida. Descubra agora