Vinte e Um

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Addison

Trinta e um dias. Quatro semanas. Esse foi o tempo que Nicky ficou internada no hospital depois de ter acordado. Os dias de repouso em casa foram pouco exaustivos. Nicole é um adolescente que odeia ficar parada, e mantê-la em repouso absoluto foi um tanto complicado. Desde o acidente na escola, tem tido consultas com uma psicóloga do hospital. Carina Deluca é uma ótima profissional e tem ajudado muito na recuperação de minha menina.

Semana passada fez cinco meses desde do acidente. E estamos tentando levar a nossas vidas normalmente

Mer, e eu andávamos um pouco distante. Não era proposital, ela estava na correria fazendo palestras, e  atendendo pacientes em hospitais das cidades vizinhas. Mal nos víamos, ou trocamos mensagens. E por ser férias de junho, Milena estava na casa de seus avós Vicent's. Grey tinha voltado hoje de manhã de Boston, e eu soube disso apenas através de SMS dizendo

"Acabei de chegar em casa. Mais tarde te ligo. Beijos" E agora era quase seis da tarde, e nada de notícias sua.

Callie e tomávamos uma xícara de café quente em frente a lareira acessa da sala.

_Anciosa para a volta de sua esposa? - perguntei assoprando a xícara quente entre os meus dedos

_Muito. - a latina suspirou - Quatro meses fora parece que foram anos. Mais infelizmente ela ficará apenas duas semanas

_Apenas foque no agora amiga. Aproveitei que terá sua esposa nesses quatorze dias -dei uma piscadela com um sorriso malicioso nos lábios - Se quiser eu fico de babar do pequeno Max - apontei para o garotinho dormindo no sofá

Bom, o motivo de minha amiga/comadre Arizona andar estranha com a esposa, era que a mesma tinha ganhado uma proposta do Apolo hospital na índia. Era uma oportunidade e tanta, além de trabalhar lá por um ano, ganharia uma bolsa para aprimorar seus estudos sobre cirurgia fetal e o salário era o dobro que estava ganhando aqui em Seattle. A loira passou semanas escondendo isso da esposa com a sua indecisão sobre tudo aquilo. Mas por fim ela e Callie sentaram e conversaram, o alívio que Callie sentiu por ser "apenas" aquilo e não a traição como imaginava. Claro que aquela suposição de Callie deixou a loira chateada, mas logo se resolveram. E a latina acabou apoiando a esposa dizendo que um ano passaria rápido, e elas conseguiriam reconciliar tudo mesmo de longe.

Eu sabia o quanto estava sendo complicado para elas, mas elas estavam tentando.

Max se mexeu no sofá, e seus olhos escuros como a noite, se abriram devagar.

_Olha só quem acordou da soneca -disse a latina indo até o bebê

A morena deixou a xícara de café na mesa de centro e pegou Maxwell nos braços. Voltamos a conversar amenidades. Minha atenção logo se voltou para o meu celular vibrando perdido entre as almofadas no sofá.

_vou pegar mais café. Vai querer? - Callie negou com um aceno de cabeça enquanto brincava com o filho

Assim que cheguei na cozinha me servi com mais uma xícara de café, e atendi a ligação de minha namorada

- Oii, amor

- Oi - Seu oi seco me atingiu, mas tentei não demonstrar isso em minha voz. Ela esta apenas cansada

- Acordou agora? - me encostei na bancada

- Sim, mais o menos. Faz uma meia hora. Tomei um banho e comi alguma coisa antes de te ligar

- Há. Vai fazer alguma coisa hoje? - perguntei depois de um silêncio chato

Sua resposta demorou um pouco para vir

- Não.

- Quer vir aqui pra casa? Nós podemos pedir uma comida enquanto assistíamos alguma coisa

Silêncio

- Nicky, esta na casa de uma amiga, e só volta segunda. E Noemy está de folga -emendei como se precisasse de atenção. Me sentia uma estúpida por isso.

Eu nunca fui disso, exigir atenção de alguém. Ter essa necessidade de ter a pessoa por perto. Mer, era diferente para mim, ela era o meu primeiro relacionamento que eu realmente levava a sério, e queria subir de patamar. E um "pode ser" veio dela e logo encerramos a ligação.

[…]

Meredith tinha chegado em casa a meia hora, e o único carinho trocado entre nós foi um rápido selinho na porta.

Enquanto esperávamos a comida japonesa chegar, Mer escolhia um filme na netflix. Eu a observava sentada no braço do sofá, sem saber o que dizer, parecíamos duas estranhas, e não aquele casal em sintonia.

A campainha tocou. Paguei com o cartão tudo, e voltei para a sala. Organizei tudo em cima da mesinha de centro, e demos play no filme.

_Uma ótima escolha -falei ao perceber que ela tinha escolhido A Órfã.

Ela apenas sorriu enquanto começava a comer. Eu tentava puxar assunto o filme todo, e aos poucos Mer parecia estar voltando ao normal. Agora estavamos deitadas no sofá-cama abraçadas. Deslizei minha mão para o meio de suas pernas, e subi a mesma aos poucos até tocar em sua intimidade. Ela soltou um gemido baixo, e mesmo pela pouca iluminação que vinha da TV pude ver ela morder o lábio.

E antes que eu pudesse enfiar minhas mãos dentro de seu short de dormir,ela segurou me impedindo a fazer tal ato. Eu não estava entendo. Ela não queria fazer sexo comigo é isso? E como se lesse meus pensamentos a loira segurou em meu queixo. Seus dentes prenderam meu lábio inferior entre os dentes e puxou. Minha mão automaticamente foram para a sua bunda colando mais o nossos corpos.

Sua língua contornou os meus lábios, e logo pediu passagem. Nossas línguas moviam em sincronia. Meu corpo estava em chamas. Eu necessitava de seus toques, de seus beijos. E quando o ar se faltou ela se afastou dando uma sequência de selinhos.

_Eu estou cansada. Desculpa, amor -murmurou fazendo um carinho em meu rosto

_Tudo bem. Apenas descanse -sorri amarelo. Beijei sua testa e a puxei para os meus braços

Eu fiquei olhando para televisão, mas não estava prestando atenção em nada que estava acontecendo em cena. Aos poucos o corpo de minha namorada se relaxou em cima do meu, e percebi que ela havia adormecido. Desliguei a TV e ali no sofá mesmo dormimos.

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3 capítulos em um dia. Vamos aproveitar

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