Egocentric [CONCLUÍDO]

23 capítulo

Dedicado a:Dxbxrx

(ALERTA GATILHO. pulem para o final)

Abri os meus olhos sem pressa alguma ouvindo o meu telefone tocar. Minha visão estava embasada e a minha cabeça estava latejando. Parecia que alguém estava pressionando um alfinete contra a minha cabeça.

Murmurei um merda e comecei a me levantar sem pressa. O celular parou de tocar, más mesmo assim peguei o mesmo. A ligação perdida era de Megan.

Coloquei os meus pés no chão e devagar comecei a me observar no espelho que havia no meu quarto. E logo em seguida, tomei um susto assim que vi meu estado. Eu estava péssima. Meus cabelos estavam mais bagunçados do que o normal. Eu estava com uma calça jeans e um vestidinho preto, que eu havia ganhado da minha mãe. Eu tinha uma marca enorme estampada no meu rosto. E eu sabia quem tinha causado aquilo...

Eu nunca vou esquecer do que aconteceu comigo ontem. E pela primeira vez, desejo a morte de alguém.

Adam deveria morrer.

Andei lentamente até a porta e assim que coloquei a minha mão na maçaneta, parei. Alguém poderia estar na casa. E eu não estava nem um pouco apresentável.

Caminhei até a minha mala que ainda estava no chão do quarto, me ajoelhei e senti uma tontura me atingir. Fiquei parada por um tempo com os olhos fechados, e assim que senti o efeito da náusea passar, procurei pela maleta de remédio. Agradeço minha mãe por ter insistido para que eu a levasse. Peguei o pequeno comprimido branco e engoli sem a ajuda de líquido algum.

Me levantei devagar e caminhei até o banheiro segurando as paredes. Peguei minha escova de dente e passei um pouco de creme dental sobre ela e em seguida liguei o chuveiro. Entrei no mesmo deixando a água cair sobre o meu cabelo, enquanto escovava os dentes. Coloquei minha escova sobre a pia e comecei a massagear meus cabelos. E depois, comecei a ensaboar o meu corpo. Tentando tirar a sensação de ontem do meu corpo.

Passei a bucha sobre o meu pescoço umas três ou quatro vezes. E a cada vez que eu enxagua-vá o meu pescoço, a sensação de sete anos atrás voltava. Voltava mais forte do que nunca. Eu sempre tomava milhares de banhos para tirar a maldita sensação de ter sido invadida. Mas eu nunca conseguia. Eu nunca consegui. Aquela sensação me perseguia. Eu lutei por malditos sete anos contra aquela sensação, e agora, ela está de volta.

Comecei a chorar ainda sentindo a água bater contra as minhas costas. Eu não aguentava mais todo aquele sofrimento, eu não aguentava mais a sociedade de bosta. Eu não aguentava mais, o mundo de bosta. Não importa aonde você esteja, sempre existirá pessoas ruins.

Ouvi duas batidas na porta e dei um pulo ainda dentro do Box. E depois de alguns segundos, ouvi a voz que me fazia arrepiar.

- Cloe?- Peter me chamou.

- O-oi!- Respondi envergonhada desligando o chuveiro. E logo depois torci meu cabelo como se ele fosse um pano encharcado.

Ouvi a água que tinha acabado de sair do meu cabelo batendo contra o chão, e logo depois observei toda aquela água descendo por ralo a baixo. E foi alí, que eu pedi a Deus, que toda aquela mágoa fosse embora. Junto com aquela água.

Esperei por alguns minutos ouvir a voz de Peter, mas a única coisa que eu conseguia escutar, era o barulho da sua respiração pesada batendo contra a porta.

Me enxuguei e peguei um vestido curtinho e largo que eu amava. Ele estava na gaveta do banheiro. Eu não me lembro o porque dele estar aqui, apenas estava.

- Podemos conversar?- Peter perguntou me assustando. Eu mal lembrava que ele estava atrás da porta.

Caminhei até a porta e encostei a minha cabeça contra a mesma. Como se fosse uma... Conexão!