cap 36

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Narração Cloe

–  Estamos chegando! – Peter disse a Matthew, que estava na chamada.

Hoje é sábado, finalmente o dia da transfusão de sangue. Digamos que eu fiquei hiper empolgada por ajudar o irmão de Matthew. Quer dizer, eu ficaria empolgada ajudando qualquer pessoa, mas eu sabia que Matthew estava pulando de alegria, então aquilo me alegrava também. Sua cara até estava melhor em todos os dias em que íamos para a escola.

– Tchau! – disse Peter, retirando o seu celular que estava entre seu ombro e sua orelha.

Fiquei observando todos os seus movimentos. Eu amava observar Peter distraído, ele ficava lindo com o seu maxilar trincado fazendo a lição, quando ele estava sem a parte de cima da sua roupa lavando a louça - e quando estava dirigindo, como agora.

Ele parecia calcular todos os seus movimentos sempre, e isso era o que mais me hipnotizava.

– No que está pensando? – perguntou, me tirando dos devaneios e, quando fui ver, ele já tinha estacionado em uma vaga do estacionamento do hospital.

– Nada! – falei, com um meio sorriso no rosto. Eu amava deixar Peter curioso e intrigado, ele fazia algumas caras engraçadas.

– Tem certeza? – insistiu, retirando o seu cinto e se inclinando com o seu corpo contra o meu.

– Sim! – soltei em um fio de voz, totalmente vulnerável quando a mão de Peter pousou na minha coxa.

– Vai mentir para mim até quando? – perguntou, e devagar foi subindo a sua mão, até o meu pescoço, deixando todos os pelos do meu corpo em pé! – Em? – continuou, logo em seguida alcançou os meus lábios.

Sua boca era quente e carnuda,  como sempre, eu amava a sua boca e o seu toque. Eu amava o jeito que ele me transmitia apenas coisas boas.

Sua língua pediu passagem e eu cedi, deixando a mesma me invadir com calma e, logo deslizou sob a minha. O beijo estava em um movimento que eu amava e sempre me deixava com um gostinho de quero mais.

Ele retirou sua mão que estava em meu  pescoço, colocando-a sobre o seu colo, e em seguida separou o nossos lábios.

– Não quero que as coisas saiam do controle. – falou, me analisando.

– Tudo bem... – soltei, em um tom de voz baixo. Eu odiava quando Peter começava e nunca acabava o serviço, me deixando sempre com um gostinho de quero mais. Entretanto, eu sabia que tínhamos algo muito mais importante do que fazer sexo.

Saímos calmamente do carro e Peter trancou o mesmo. Caminhamos lado a lado até o elevador, chegando no mesmo, Peter entrelaçou nossas mãos.

– Está nervosa? – soltou, assim que a porta do elevador abriu. Ao entrarmos, Peter murmurou: "segundo andar" para a moça que estava controlando o elevador.

– Não. – respondi baixo, para que a moça não escutasse nossa conversa. – Por quê? – perguntei.

– Está gelada. – murmurou no mesmo tom de voz. Subi minha mão esquerda que estava livre até o meu rosto e consegui sentir o gelo que a minha mão estava. Se eu estivesse no Brasil, com certeza minha mãe diria que seria "mão de defunto"

– Acho que estou, um pouco. – fui sincera. A porta do elevador se abriu, eu e Peter murmuramos um “tchau” para a moça que estava controlando o mesmo. Ele segurou com mais força a minha mão e, saímos andando sob o corredor.

– Vai ficar tudo bem. – disse, enquanto subiamos as escadas para o primeiro andar, aonde encontraríamos Matthew. – E, obrigado! – Peter soltou.

Egocentric [CONCLUÍDO]Onde histórias criam vida. Descubra agora