Laços

923 79 245
                                    


 Eu entrei no meu novo quarto, o que seria minha casa dali em diante e apenas me joguei na cama de tanto cansaço. Eu queria dar oi para todo mundo... Eu queria ver uma pessoa e especial, mas chegamos as três e pouco da manhã e eu só tive forças para exatamente aquilo.

Desmaiar.

Contudo não esperava acordar sozinho na minha cama imensa de casal no dia seguinte. Quer dizer, eu sabia que Bi tinha reunião no dia seguinte com um povo do mais recente negócio dela que era sobre maneiras sustentáveis de limpar água do oceano, Chin tinha que colocar as coisas em ordem já que ele era o responsável pela parte externa da vila e JYJ provavelmente estaria na casa dos pais ou sendo convocado pelos membros da família para arrumar qualquer das coisas tecnológicas que estiver errada online. Ainda assim era estranho.

Me espreguicei e fiz minha higiene pessoal antes de descer e encontrar um bilhete na mesa de cozinha com a letra da Bi.

Bom dia, paixão!

Sei que acordar sozinho hoje não era bem o que queria, mas mil coisas nos esperavam em casa e tive que levar JYJ e Chin comigo. Contudo encomendamos seu café da manhã especial, espero que aproveite! Nos vemos a tarde.

Te amamos!

Hein?

Olhei ao redor e não vi nada sobre a mesa e pensei que talvez eles pediram café da manhã para mim por entrega.

Tia Jess iria esganar os três nesse caso.

Acabei rindo e meu celular tocou antes que eu abrisse a geladeira para caçar algo.

Era a Luhana:

— Bom dia, baby boy!

— Oi Lu! Como está?

— Não com a sua fome, espero.

Olhei para a mesa confuso. Que tom era aquele?

— Não entendi.

— Só estou ligando para ter certeza que já acordou. Com fome?

— Sim, mas a Bi e...

— Eu soube, não esquenta, seu café está chegando, só não deu para colocar o laço no pescoço, mas sei que vai me perdoar. Te amo!

Ela desligou e eu fiquei sem entender nada.

— Mas o que...?

E então a minha campainha tocou e eu pisquei. Ok, seja lá o que for, eu ia comer e depois pensar, quem é que tinha cérebro antes do café da manhã, né?

Fui para a porta e a abri. Imediatamente soube que tinha virado uma estátua chocada ali.

A minha frente, Third estava com um sorriso meio sem graça, segurando uma garrafa em uma mão e uma cesta na outra. O sol da manhã iluminava os fios claros que caiam sobre sua testa elegante enquanto a roupa clara o deixava ainda mais... Bonito...

Minha garganta secou outra vez.

Era como ver alguém que nunca vi e que ao mesmo tempo conhecia há tempos.

— Bom dia.

Ele finalmente disse baixo e eu acordei para a vida, saindo da frente e pedindo baixinho que ele entrasse. Third foi até a cozinha, colocou as coisas sobre a mesa e se voltou para mim coçando a nuca e aquilo era muito entranho, aquele clima, já que nós convivemos dia e algumas noites juntos por quase dois anos.

Mas agora parecia que tudo aquilo foi algum acontecimento de um outro lado da minha vida enevoada e que aquela pessoa a minha frente... Era uma nova pessoa.

Contrato inviolávelOnde histórias criam vida. Descubra agora