Loneliest

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  Eu andei sem rumo pelas ruas de Seul me sentindo sombria com tudo aquilo.

Foi difícil mandar Ba ficar em casa e me deixar sozinha, mas ela sabia quando eu estava falando a sério e eu estava muito séria aquele início de noite.

Eu estava horrorizada comigo mesma. Nunca tinha brigado para valer, não sabia do que era capaz e o que eu vi não foi nada agradável. E agora tinha aquilo, sabe se lá como tia Amber tinha conseguido fazer o Yuto ficar uma semana em casa. Uma semana inteira e enquanto uma parte de mim estava exultante, a outra recém descoberta estremecia em pânico.

Eu tinha medo de mim perto de Yutie agora. Mesmo horas antes, eu fingi que não, para dar a ele o que tanto desejava e que lhe roubaram, mas agora, com o sangue frio, com a mente mais limpa... Agora eu só pensava que tinha me comportado como uma louca absurda.

Ele era delicado e eu uma ogra imbecil.

E aquele cara... Aquele capitão do time... ele viria com retaliação e eu com certeza merecia, contudo... E se não fosse em mim?

Ali eu era um perigo, se ele tocasse de novo no meu baby...

Me sentei em um dos banquinhos espalhados pela margem direita do rio Han e suspirei.

Decisões eram duras e solitárias.

Eu tinha uma família imensa e linda, mas agora... Meu coração se sentia solitário, o mais solitário do mundo.

Eu tinha que afastar do Yuto, mas... Eu conseguiria? E pior, ele aceitaria?

Eu nunca deveria ter dado o passo em direção ao Yuto, eu estive cega? Doida? Como eu pude envolvê-lo em minha vida? Como eu pensei sequer por um segundo que tudo daria certo? Que eu podia dar um jeito? Como eu pude ser tão tola...?

Então fechei os olhos e me recordei das palavras de Lady Campone...

A ilha do rei, uma ilha isolada, talvez fosse isso que merecesse por ousar tocar em algo tão proibido quanto o Yutie. Os documentos da ilha conferiam, tudo estava certo, tudo o que tinha que fazer era pegar um voo até a Ilha de Pascoa e de lá pegar um barco rumo ao coração do pacífico. Precisava respirar e colocar a cabeça no lugar.

Mas fugir era contra meus princípios...

Fechei os olhos e tudo o que vi foram os olhos se gatinhos do Yutie e seu sorriso sem graça.

Droga!

— Por favor... Por favor... Eu não posso...

Disse evitando de chorar nervosa. Fugir quebraria seu coração e o dele, mas se voltasse para casa iria desistir.

O que faria... O quê...?

— Jang Bianca Campone? - A voz desconhecida me fez ficar fria e mortalmente em alerta. O garoto se sentou ao meu lado e sorriu de lado - Relaxa, eu vim te dar um alerta, eu te vejo na escola, mas sei que não sabe sobre mim. Meu nome é Jaylerr e eu estou traindo meu clã por sua causa, espero que valha a pena. Mas não ache que estou fazendo isso por você, uma estrangeira com sangue nos olhos – E ele se voltou para mim com um sorriso cansado – Você sabe em quem você deu essa surra de hoje? – Eu estreitei os olhos, ele balançou a cabeça aparentemente bem cansado - Third Chaweng, ele é filho de um dos chefes de Seul. Gente muito rica e dona de tudo que se pode comprar no submundo. Third percebeu de cara seus olhares para o baixinho dele desde que entrou na escola e me pediu para ficar na sua cola sem dar bandeira e você e sua família é bem escusa, não foi uma tarefa simples. Então surgiu o gênio das exatas e minhas ordens eram deixar o Yuto brincar com vocês, desde que não rolasse nada demais. Third não queria o skatista cute cute dele se casando sem ao menos paquerar um pouco.

Contrato inviolávelOnde histórias criam vida. Descubra agora