Capítulo 9 - Ella

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Tinha acabado de acordar com o toque do celular, Fire Não estava no quarto e eu imaginei que ele tinha saído para olhar os meninos, cacei o aparelho pelo criado mudo até que finalmente o agarrei, vendo meu marido entrar pela porta quase desesperado.

— Eu ia atender, não queria que acordasse agora. – ele se aproximou e beijou minha testa, sorri para ele.

— Tudo bem, a noite não foi tão ruim assim. Pode deixar que eu atendo. – ele me olhou por alguns segundos mas logo desistiu e saiu.

Noite passada eu tinha ficado até tarde com Trisha no laboratório, tentando junto a Troy retirar aquele vírus do computador antes que se espalhasse. Fire disse que eu deveria descansar hoje, mas simplesmente não consigo. Era Trisha Quem estava ligando.

— Oi. – falei somente me colocando sentada sobre a cama e esticando o corpo.

— Tenho uma novidade para você. – ela contou, meu coração disparou ao ouvir aquilo.

— Chego aí assim que possível. – desliguei o telefone e manquei até o banheiro. Tomei um banho rápido e comecei o processo de colocar uma roupa.

Firme entrou no quarto com o Spark segurando em seu pescoço e o Blazed em um braço. Sorri com aquela cena. Eu estava sentada na cama tentando colocar a prótese auxiliar.

— Bom dia mamãe! – vê-los desse jeito sempre me deixava com os olhos marejados.

Fire os colocou sobre a cama e se ajoelhou a minha frente, atacando a prótese. Blazed abraçou meu pescoço e Spark pulou sobre o meu colo. Os beijei e brinquei um pouco com eles antes de me levantar e descer as escadas em direção a porta de saída.

— Trisha tem boas notícias, eu preciso ir. Volto assim que possível, tudo bem? – coloco Spark sobre o sofá e ligo o desenho, Fire me encara um pouco preocupado e bufa.

— Não preciso me preocupar com você levando um tiro, preciso? — Ele pergunta, cruzando os braços sobre o peitoral.

— Claro que não. – eu esperava que não. Ele viu a incerteza em meu olhar e revirou os olhos, me puxando para um abraço demorado.

— Tente não se machucar... Outros podem fazer esse trabalho por você. Eu te amo, Ella. – retribui o abraço e lhe beijei antes de sair.


No heliporto, o helicóptero já estava ligado, apenas me esperando. Não tinha pressa em alcança-lo, não agora. Se ela tinha boas notícias, era sinal que eu não precisaria levar um tiro. Ao menos eu esperava por isso. Subi no helicóptero e coloquei todo o equipamento, esperando paciente enquanto voavamos em direção a Homeland.

{•••}

Ao aterrissar, Jaded Estava a minha espera, com as mãos nos bolsos e um sorriso gentil nos lábios. Ele me ajudou a descer e caminhou comigo em direção ao centro médico.

— Já sabe o que ela quer falar comigo? – pergunto enquanto andávamos.

— Não. Justice só pediu para acompanha-la. – respondeu, olhando ao redor.

— E Coralyne e o bebê, como estão? – questionei quando entramos no carrinho de golfe estacionado.

— Ela está linda com a barriga esticadinha. Você precisa ver. – o olhar apaixonado estava ali, eu não cansava de ver a felicidade deles por terem conseguido o que tanto queriam.

— Assim que falar com Trisha, irei lá. – ele assentiu e continuou dirigindo.

Já no centro médico, desci do carrinho e Jaded optou por ficar aqui fora. Eu entrei para o laboratório de pesquisas e não demorei a ver Trisha debrussada sobre um balcão, olhando um papel, com um sorriso de canto a canto.

— Trisha? – a chamo, ela se quer tinha notado minha presença. Me cumprimentou com um abraço e parou com as mãos em meus ombros. – Posso saber o porquê dessa felicidade toda?

Pergunto um tanto apreensiva, não fazia ideia do porque que ela estava tão feliz mas se fosse sobre meu irmão, com certeza estaria radiante em alguns segundos.

— Ontem quando você saiu, eu comecei a cruzar as amostras que você me deu. Claro, não foi um trabalho muito fácil, mesmo ela tendo dito com tamanha clareza que era um homem, eu não achei certo confiar nela. Então cruzei os DNAs com todos os do banco de dados...– tenho que admitir que depois disso minha mente deu um branco. Ela começou a tagarelar sobre cromossomos e tudo que compõe um DNA, o que apenas me deu uma dor de cabeça. Passei os dedos nas temporas enquanto andava de um lado para o outro com ela no laboratório para no fim, pararmos no mesmo balcão onde ela estava. – ... Achei seu irmão!

Foi a única coisa que ouvi de tudo que ela ri há me dito. Meus olhos se esbugalharam e eu rapidamente tomei o papel de suas mãos, passando todos os códigos médicos que eu não fazia ideia do que significava e parando no final. Light.

— Light... O que estava no casamento do Lucca? – pergunto com um sorriso fraco nos lábios. Quando ela me confirma o sorriso alarga. Meu irmão estava vivo, e o melhor de tudo, ele estava aqui em Homeland.

— Vou tentar chamá-lo para que vocês possam conversar tudo bem? – assinto. Ela logo corre até onde o telefone estava e começa a mandar mensagem e em seguida liga para ele.

Enquanto eles conversam, sinto uma lágrima escorrer dos meus olhos em alegria. Eu iria poder cuidar do meu irmão, algo que me foi privado por anos. Não tinha como estar mais feliz.

Light - Novas Espécies [L10]Onde histórias criam vida. Descubra agora