Capítulo 3

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Depois de pegar o carro mais discreto que Frey tinha e dirigir loucamente até Homeland, eu tinha em mente socar a a cara de qualquer um que tentasse se colocar em meu caminho. Pena que isso não foi possível, ninguém queria arrumar briga com uma fêmea, e por isso me levaram até a sala de Justice sem questionar. Enquanto brigávamos um espécie entrou e se inclinou em minha direção para me cheirar, mas que cara sem vergonha! Fiquei puta com ele, mesmo sendo de longe o cara mais lindo que vi em minha vida. Tinha ombros largos, era alto, cabelos e olhos escuros... Chega Charlotte!

— Eu estou bem, Lotte. É sério. – Rory insistia, segurando em minhas mãos com força. Não conseguia acreditar que ela estava realmente bem. Tomei um puta susto por imaginar ela se machucando por minha causa.

— Eu espero que seja mesmo verdade, não quero você mentindo pra mim. – ela riu e me apertou em um abraço. Eu concordei em ajudá-la sem pedir nada em troca, sem pagamento. Apenas porque eu queria menos um maluco nas ruas.

Sem contar, claro, que eu sou simpatizante dos espécies, e desde que esse burburinho saiu eu tento ajudar da melhor forma que posso. Às vezes com dinheiro, outras com serviços para alguns agentes do governo. Eu sempre estou por trás de algo.

— Você poderia passar um tempo aqui... O que acha? – ela me soltou, ficar com os espécies? Não sei, do jeito que estou sendo procurada é bem capaz de colocá-los em perigo. Acho que a melhor coisa séria procurar abrigo em Frey, e deixar a poeira baixar.

— Não posso aceitar... Não tenho muito o que contribuir e estou com problemas. – não queria mentir, mas também não queria dizer a verdade e deixar ela preocupada com besteiras.

— Claro que pode, tenho certeza que Justice arrumaria algo para você fazer... Pelo menos uns dias... Por favor... – recusei novamente, não queria trazer problemas. – Justice, a Charlotte poderia passar uns dias aqui? Todo o empenho para colocar Carlos atrás das grades foi dela, acho que é o mínimo que poderíamos fazer.

Arregalei os olhos para a pequena mulher, com uma vontade enorme de mandá-lo calar a boca, Justice anuiu.

— Sem dúvidas é o mínimo que podemos fazer. Nos deixe ser agradecidos, senhorita Dílson. – eu mesma vou ter o prazer de matar Rory. Forcei um sorriso sem jeito e assenti. Não podia continuar negando. – Ótimo. Light poderia levá-la até uma das casas, e depois você é bem vinda em qualquer parte de Homeland, se quiser conhecê-la.

— Eu agradeço muito, Justice. É muito gentil da sua parte. – ele retirou de uma das gavetas uma chave de carro e entregou a Light.

— Vamos, mi... Fêmea? – ele engoliu uma palavra? O espécie bonitão olhou de um lado para o outro como se fosse dizer algo que não devia.

Ele esperou que eu saísse da sala para me seguir, ter o grande espécie atrás de mim não foi algo muito confortável. Os outros olhavam rapidamente para mim mas pairavam o olhar sobre ele, como se estivessem pedindo permissão ou algo do tipo. Sendo que eu não sou propriedade dele. Apenas o pensamento me fez revirar os olhos. Saímos do prédio e Light apontou um carrinho de golfe, me acomodei e ele ligou o carro, logo começando a dirigir.

— Sou Light, é um prazer. – ele falou meio incerto.

— Justice Já nos apresentou. – dei de ombros.

— Você não apertou minha mão, ou me dirigiu a palavra... Então não fomos apresentados direito. – ele n desviou o olhar da rua, agradeci. Os outros homens acompanhavam o carrinho com os olhos, como se eu fosse a coisa mais fascinante de se ver. – Todos eles estão a procura de uma companheira forte, alguém que não seja quebravel e que tenha muita saúde.

— Você pode ler pensamentos? – ele desviou o olhar da rua e sorriu para mim, um sorriso largo, espontâneo,mostrando suas presas afiadas. Foi fofo, e sexy como o inferno.

— Eu notei você os encarando, as vezes essa é a primeira pergunta dos humanos. Você é uma candidata em potencial. – ele deu de ombros, virando para a esquerda.

— Não estou a prêmio. Mas agradeço por me considerarem. – dei o meu melhor sorriso sacana ao vento, já que ele prestava atenção nas casas que começavam a aparecer em nossa frente.

— É aqui. – ele parou em frente a uma casa grande e muito bonita, pintada de pérola. Tinha um andar e aparentava ser tão bem feita quanto uma casinha de bonecas.

Light desligou o carro e desceu, retirando do bolso a chave que Justice tinha lhe dado. Ele me estendeu a mão para me ajudar a descer e eu aceitei. Subimos os poucos degraus da varanda e ele abriu a porta me dando passagem. A casa era grande, assim como todos os móveis, tudo era feito para acomodar um espécie. Eu entrei parando no meio da sala, a porta bateu e eu pensei que Light tinha ido embora, mas ao virar ele estava ao meu lado, com seu nariz achatado apontado para mim.

— Qual seu problema? – ele piscou algumas vezes e fez uma cara confusa.

— Meu problema? Nenhum. Sou totalmente saudável. Porque? – estreitei os olhos em sua direção e ele deu um passo atrás. – Invadi sua área particular?

— Exatamente gatinho, pode dar meia volta. – ele olhou para a porta sobre o ombro e depois em minha direção, balançou a cabeça negativamente. – Como assim, não?

— Vou te mostrar a casa que eu projetei, espero que goste. – e lá vem aquele sorriso novamente. Ah gatinho.

Light - Novas Espécies [L10]Onde histórias criam vida. Descubra agora