TRAIDOR DE SANGUE

Direito de saber

Draco olhou para o pântano sem vê-lo. Às vezes, ele desejava poder voltar no tempo e mudar como se comportava com Hermione, mas se tivesse feito isso, ela estaria morta.

Ele se perguntou se o Veela que o alcançaria sempre esteve no fundo de sua mente, atraindo-o para a bruxa. Isso explicaria bastante.
D

raco tinha ciúmes de seu talento a princípio, mesmo enquanto admirava seu sorriso e sua capacidade de fazer amigos. Ele tinha certeza de que nunca tinha realmente um amigo, apenas lacaios e conhecidos que pensavam que poderiam se beneficiar da associação.
A inteligência dela conquistara o respeito dele e ele sempre a achava fascinante; mesmo quando suas tendências de verme-do-saber-tudo o irritavam.
A reação de seu pai após o primeiro ano de Hogwarts o aterrorizou em um nível profundo e instintivo que ele nunca havia experimentado antes. Pela segunda vez em sua vida, ele se importava mais com outra pessoa que com sua própria felicidade e segurança. Parecia tão óbvio que a primeira mulher a conquistar sua lealdade o levou à segunda quando ele mais precisava dela.
Draco temeu que, quando Hermione soubesse que rejeitá-lo o amaldiçoaria a morrer lentamente em seu aniversário de dezenove anos, ela o aceitaria por culpa e não por verdadeira afeição. Ele assistiu sua mãe sofrer o fardo de um casamento sem amor por anos e ele não prenderia Hermione em uma jaula.
O pensamento de que ele tinha menos de um dia antes do Veela emergir o assustou tanto quanto Voldemort. Ambos tinham o poder de penetrar em sua mente e controlar suas ações. Ele teve que agradecer a Potter por matar Olhos de Cobra na próxima vez que eles estivessem na mesma sala.
Draco a ouviu se aproximar e teve que procurar muito para encontrar Hermione sob o charme que ela lançara.
"Os gêmeos maravilhosos estão lhe dando um tempo difícil?" ele perguntou maliciosamente.
Hermione terminou com o feitiço, seu aborrecimento aumentando rapidamente.
"Por que você sempre faz isso?" ela exigiu.
"Fazer o que?"
"Diga algo insultuoso sem provocação?"
Draco voltou o olhar para o pântano, "Anos de treinamento. Se estou sempre na ofensiva, meu oponente não tem tempo para atacar".
Hermione se aproximou dele na tentativa de ver o rosto dele, "Eu não sou seu oponente. Você fala com amigos assim também?"
Draco olhou para ela e por um momento ela viu a dor em sua expressão antes que sua expressão arrogante a cobrisse, "Eu não tenho amigos; eu não preciso deles".
Hermione sabia que ele estava mentindo e ser capaz de reconhecer isso a tranquilizava. Ela avançou para ficar ao lado dele. Ela tentou ignorar as batidas do coração na proximidade dele.
"Draco, você está cheio de porcaria."
Ele não conseguia apagar o sorriso que as palavras dela provocaram. Ele sempre admirara como ela era honesta consigo mesma e com os outros.
"Provavelmente."
Hermione se moveu e ficou em pé na frente dele. Ela teve que se concentrar nos olhos dele para não desviar o olhar.
"Quando você ficou tão alto assim?" ela exigiu irritada.
Ele sorriu e, pela primeira vez, foi genuíno: "Nos últimos dois minutos".
Ele realmente era bonito quando sorria. Ele também era um idiota teimoso que colocou a máscara desinteressada um momento depois.
"Você quer que eu te odeie?"
Draco balançou a cabeça, "Claro que não."
"Então você terá que parar de ser um idiota e realmente falar comigo para que possamos pelo menos ser amigos!"
Draco gemeu e se afastou dela para não tocar no que não era dele.
"Isso não é mais natural para mim", ele reclamou.
"Você pode ser uma merda arrogante para Harry e Ron, mas quando somos apenas nós dois, você deve pelo menos tentar ser civilizado", argumentou Hermione.
"Obrigado", Draco disse com um pequeno sorriso, "porque o próprio Merlin não conseguiu descrever o quanto esses dois me incomodam."
"E eu?"
Draco queria tocá-la, segurar sua mão ou apenas respirar seu cheiro. Em vez disso, ele permaneceu fora do alcance dela e não tinha ideia de como preencher a lacuna entre eles.
"Você não é irritante", ele admitiu, "na maioria das vezes."
Hermione revirou os olhos, "Obrigada por esse enorme elogio."
"De nada."
Hermione não tinha esquecido as dicas que Narcissa tentou esquecer mais cedo, "O que acontece depois de um ano se eu te rejeitar?"
Draco congelou, não querendo reconhecer a pergunta e muito menos responder.
"Vamos Draco, como eu devo aceitar essa mudança estranha na realidade, se você não me der todas as informações?" Hermione bufou.
"Eu não quero que você pareça me aceitar por culpa", Draco respondeu rigidamente, "eu preciso que você escolha ficar comigo."
Hermione cruzou as mãos sobre o peito, o que quase fez Draco perder completamente sua linha de pensamento.
"Eu preciso de todas as informações", Hermione insistiu, "E se eu tiver que preparar um lote de Veritaserum para tirá-lo de você, eu irei."
A raiva brilhou em seu rosto antes que ele pudesse controlar seus traços, "Então prepare-se".
"E lá vai você de novo!" Hermione chorou de frustração, "Como é que vamos ficar juntos se você nem consegue falar comigo?"
Draco olhou para o chão, "Eu não quero te dizer; por favor, não me faça."
O pedido sincero em suas palavras a assustou; ele estava com medo.
"Do que você tem medo?" ela perguntou gentilmente.
Draco deu de ombros: "Muitas coisas. Receio estar destinado a ser um bastardo como meu pai, ou que vou prendê-lo em um casamento sem amor, como meu pai fez com minha mãe. Ele não é um Veela, então não o faz". nem tenho uma desculpa. "
"Você não é como seu pai." Hermione declarou confiante.
"Receio que depois que o Veela se torne ativo, não serei mais eu", ele admitiu, "não quero ser um monstro movido por instintos tentando manipular você".
Hermione estendeu a mão para passar o cotovelo, mas ele ainda não a olhou.
"Eu também não quero isso", ela admitiu facilmente, "você já conheceu outra parte - Veela para fazer perguntas?"
"Para não fazer perguntas; e ela era uma mulher de qualquer maneira. É diferente para os homens."
"Bem, Bill e sua esposa Fleur estão vindo para jantar. Fleur faz parte da Veela e deve ser capaz de ajudar com o conhecimento, pelo menos."
Draco gemeu com a perspectiva de outro Weasley se juntar à festa e temia o que mais poderia estragar sua vida.
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"É chamado de televisão", disse Arthur Weasley, estudando o dispositivo trouxa sentado na sala de estar.
"Para que serve isto?" Ron perguntou curiosamente.
"Tornando as pessoas estúpidas", Hermione ofereceu.
"É uma forma de entretenimento", Harry esclareceu. Ele passou a explicar os tipos de programas exibidos na TV enquanto Hermione ouvia silenciosamente. Ela se divertia secretamente com a maneira como Harry lutava para convencer seu melhor amigo de que a caixa grande não era um desperdício de espaço.
Draco sentou ao lado de Hermione se sentindo tão desconfortável como sempre. Weasley e Potter decidiram fingir que ele era invisível, o que era bom para ele. Weaslette sorriu para ele antes de piscar para Hermione.
Draco tinha certeza de que o mais novo Weasley era um problema. Infelizmente, havia coisas piores por vir; os convidados chegariam a qualquer momento.
"Eu acho que é o peso de papel mais feio do mundo", Ginny decidiu depois de examinar a televisão.
Ron cutucou a tela com sua varinha, "Que chato".
Harry desistiu de tentar explicar o que era a favor de uma breve descrição da falta de poder.
"Um dia eu vou levá-lo em um avião, Sr. Weasley", Hermione disse com um sorriso. "Embora eu possa ter que colocar um feitiço de silenciamento em você antes de entrar no aeroporto."
Draco gostava de ouvir as conversas tolas na casa dos Weasley; foi definitivamente uma mudança bem-vinda do silêncio de sua casa ou dos gritos das vítimas de tortura.
"Você vai ajudá-los a ligá-lo?" Draco perguntou a Hermione calmamente.
Ela balançou a cabeça. "Eles estão gostando demais da investigação para eu estragá-la."
Molly e Narcissa estavam na cozinha com Linna preparando o jantar. Molly estava tão encantada por ter um elfo doméstico por perto que ela não parou de mexer com a criatura o dia inteiro. Linna estava confusa, mas feliz por ser tão apreciada.
"Bill e Fleur chegarão a qualquer minuto!" Molly chamou aqueles reunidos na sala de estar: "Se você bloquear a lareira com aquela monstruosidade trouxa, eu a explodirei em pedaços e você pode limpar a bagunça Arthur!"
Arthur afastou rapidamente o mais novo artefato da lareira, para que ele e Ron pudessem continuar estudando. Ginny sentou-se ao lado de Hermione com a cabeça de Harry no colo.
"O que você fez com seus óculos desta vez?" Hermione perguntou com exasperação.
"Hum, arranhado na caça aos gnomos", disse Harry.
Hermione tirou os óculos do rosto e os examinou de perto.
"Desde quando Weaslette é chamado de 'Gnome'?" Draco perguntou, "Ela era a única coisa que você estava perseguindo por aí".
Harry corou um tom distinto de vermelho. Hermione terminou de consertar os óculos e devolveu-os a ele.
"Ele está com ciúmes", Ginny assegurou a Harry. "Ele quer um colo feminino quente para se aconchegar e, mesmo que ele tivesse acesso, suas costas não permitiriam que ele gostasse".
"Como você viveu essa longa Weaslette?" Draco perguntou: "Certamente um ou mais de seus irmãos tentaram levá-lo a um orfanato trouxa quando criança."
Ginny sorriu. "Fred e George tentaram, mas a mãe os pegou."
"Realmente?" Harry perguntou com um sorriso.
"Sim, e ela ameaçou levá-los à libra por cães perdidos se eles tentassem novamente."
O clarão da luz verde e a nuvem de cinzas anunciaram a chegada de mais dois membros da família. Draco mal olhou para o homem ruivo, além de notar a cicatriz no rosto. Ele estudou a mulher loira, sabendo que ela poderia contar segredos que ele não queria compartilhar.
"Bill! Fleur!" a massa de abraços e saudações deixou Draco olhando e intimidado. Todas as famílias estavam tão entusiasmadas? Draco se lembrava de breves introduções e observações escarnecedoras quando conheceu qualquer parente que valesse a pena reconhecer.
Molly saiu correndo da cozinha para se juntar à família, enquanto Narcisa se afastou e observou. Draco se levantou e se aproximou para ficar ao lado de sua mãe.
"Isso é normal?" ele perguntou baixinho.
"Na maioria das famílias, sim", respondeu ela, "na nossa, não".
Quando a multidão de pessoas começou a afrouxar, a mulher loira no grupo congelou no lugar e encarou Draco com os olhos arregalados. O marido imediatamente soube que algo estava acontecendo e logo o resto do grupo parou para observar Fleur com atenção.
"Incrível", disse Fleur com admiração. Ela andou na direção dele com cuidado, como se esperasse que ele fugisse ou desaparecesse da sala.
"Fleur, aqui são Narcissa e Draco Malfoy", Molly apresentou alegremente, "Após um ataque dos Comensais da Morte na casa deles ontem, eles ficam aqui até o ano letivo recomeçar."
"Malfoy?" Bill repetiu bruscamente. A cicatriz em seu rosto o fazia parecer perigoso. Draco ficou aliviado ao ver que ele não parecia tão tolo quanto seu irmão mais novo.
"Olá Bill, Fleur", Narcisa cumprimentou regiamente, "Molly e Arthur foram maravilhosos para nós, especialmente neste momento difícil."
Fleur parou fora do alcance de Draco. Ele a olhou com cautela; se ela tentasse abraçá-lo, ele fugiria ou congelaria de desconforto.
"Você está quase se virando", disse Fleur descaradamente, os olhos dela passando rapidamente pela cabeça dele como se ela estivesse lendo a aura dele. "O Veela é forte em você."
"Veela?" Bill ecoou: "Eu pensei que eram todas mulheres".
"Os homens são incrivelmente raros e muito perigosos", respondeu Fleur, os olhos ainda fixos em Draco. Ele se afastou dela, mas não recuou.
"Até o Ministério da Magia não mexe com o de Veela", acrescentou Arthur.
"As fêmeas não são tão violentas quanto os machos", Fleur acrescentou quando Bill enfiou a mão na dela. "Sabe-se que os homens cometem assassinatos para impedir outro de tocar sua companheira contra a vontade dela. O instinto de proteger e possuir é forte."
Draco estava nitidamente desconfortável e seu olhar continuou olhando para Hermione. Ela estava observando Fleur cuidadosamente. Ele silenciosamente implorou para que ela escondesse sua curiosidade apenas uma vez.
"Fleur, o que acontece um ano após o Veela emergir, se o companheiro não o aceitar?" Hermione perguntou sem olhar para Draco.
"Não", Draco sussurrou para ela. Fleur viu os punhos cerrarem-se junto com a mandíbula.
"Se o vínculo não for concluído, ele morrerá lentamente no seu décimo nono aniversário", disse Fleur com tristeza.
Hermione respirou fundo, "Como o vínculo é concluído?"
"Pare com isso, Hermione!" Draco rosnou para ela.
"Não!" ela gritou de volta: "Se você não me disser, eu vou perguntar a Fleur!"
Narcisa estendeu a mão para tocar o ombro de Draco, "Ela tem o direito de saber."
Draco encolheu os ombros da mão de sua mãe e olhou para Hermione por um breve momento antes de entrar na sala de jantar e voltar para fora.
"O vínculo exige que o companheiro aceite seu Veela em sua cama e sua mordida no pescoço de bom grado", disse Fleur suavemente.
Hermione sentou-se pesadamente.
"O que diabos aconteceu nas costas dele?" Bill exigiu.