Na sexta seguinte, uma passagem de avião estava novamente esperando para me levar para Munique para passar o final de semana e quase de perto, minha primeira discussão com Freddie. Dessa vez recusei seu generoso motorista para me levar até Heathrow.
Tudo parecia um pouco bobo. Ele teve que ir de West London até West End e depois voltar a Heathrow. Eu peguei o metro. Outra vez voei de primeira classe. Joe foi me esperar no aeroporto, mas Freddie não estava com ele. Joe disse que ele tinha um compromisso breve. Joe sabia cada movimento que Freddie fazia - ele lhe dizia tudo - mas naquela noite não fazia a menor ideia de onde estava Freddie. Ele nem tinha certeza de que Freddie estaria em casa naquela noite.
Por instrução de Freddie, Joe me levou ao bar "Triângulo das bermudas" e voltamos a terminar em "New York New York". Quando ele decidiu que já havia bebido bastante e queria ir embora, eu quis ficar. Assim me deixou nas mãos de outro integrante da "Família", um colega irlandês chamado Patrick.
Quando New York New York fechou, fui tomar uma no apartamento do Patrick e depois ele me levou até a casa do Freddie.
Freddie havia chegado em casa e pensei eu, estava dormindo profundamente. Me troquei em silêncio, deitei na cama e me aconcheguei.
- Onde estava até essa hora da madrugada? - Ele disse.
- Saindo com Patrick - respondi.
Ele permaneceu em silêncio o resto da noite. Na manhã seguinte não nos dirigimos a palavra por horas. Por fim, Freddie quebrou o silêncio e pediu desculpas por não estar no aeroporto quando eu cheguei.
Não tenho certeza do por que, mas tive uma leve impressão de que Freddie estava com outro homem em algum lugar na cidade. Voltei a pensar na minha chegada quinze dias antes e pensei no porque Freddie me queria ali com tanto desespero. Eu era só parte de um jogo entre amantes. Ele queria para me exibir para que seu companheiro ouvisse falar de mim e ficasse com ciúmes. Freddie havia conseguido tudo com muito sucesso.
Mais uma vez, naquela noite Freddie, e a "família" voltaram a ir em New York New York. Ali pude ver um pouco da minha conspiração. Barbara me mostrou um garoto alemão como o amante de Freddie. Era muito diferente de mim em muitos sentidos. Freddie gostava que seus companheiros fossem bem grandes; podemos dizer que ele era um "Caçador de robustos".
Ainda que esse cara que se chamava Winnie Kirkenberger, era bastante cheio - Talvez por ser dono de um restaurante - e tinha cabelo e bigode escuro como eu, ao contrário de mim, ele parecia muito agressivo. Cada vez que Winnie aparecia, Freddie fazia um grande escândalo comigo, enquanto o alemão me olhava com os olhos penetrantes. Quando voltamos para casa, eu estava decidido que ia dizer a Freddie que não estava disposto a ser um peão de seu jogo. Mas quando deitamos na cama, decidi não dizer nada.
No dia seguinte, no domingo, nós passamos ao redor do apartamento, aconchegados no sofá e vendo televisão. Depois voltei para casa e na quinzena seguinte escrevi a Freddie milhares de vezes. Agora era uma parte importante da minha vida. No fim de semana seguinte, Freddie voltou a Londres e me apresentou pela primeira vez a Mary Austin, uma mulher com cabelo nos ombros, olhos azuis e pele clara.
Quando nos conhecemos Mary era reservada mas muito amável. Trabalhava como secretaria executiva da empresa privada de Freddie. Goose productions, que cuidava de todos os assuntos pessoais de Freddie pegava sua equipe. Mary vivia e trabalhava a uns cem metros de distância, em um apartamento que era de Freddie ou de sua empresa.
Na semana seguinte, agora bem nessa nova rotina, voltei a Alemanha. Me esperava um carro e quando cheguei no apartamento, Freddie estava la para me dizer oi. Depois me deu um golpe que tinha guardado, disse que estava indo para fora de Munique com Winnie, para as "Montanhas Bavaras" E se foi. Não voltou para casa aquela noite. E eu não deixei que isso me pertubasse. Talvez eu era um pouco ingênuo. Esperava que os dois estivessem so resolvendo o fracasso de seu affair.
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Mercury And Me
RomanceOs últimos anos da vida de Freddie Mercury, contados por Jim Hutton, seu parceiro. Relatado com simplicidade e sem meias palavras, o livro desvenda o universo íntimo do cantor, os bastidores do Queen e a paixão de um homem simples por um grande, rel...