>>Capítulo 5

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Malcolm

– A siga. Não a perca de vista. – ordenei ao meu segurança particular da viagem.

Quando Rivika desatou a falar antes da hora em que eu iria dormir, percebi algo nítido em sua fala: Interesse.

Ela tem algum interesse implícito em mim, e me restava investigar para saber qual seria. Sou desconfiado demais, e me enganei quando pensei que ela seria uma mulher tão fácil de lidar. Quem em sã consciência me desafiaria na noite de núpcias?

Eu vou ter as respostas que desejo, cedo ou tarde. Posso sim ser a esposa que você pediu, na frente dos demais, mas saiba que a Rivika é bem mais que isso. Muito mais.

A frase que ela me disse martelou minha cabeça a noite inteira. E é como sempre digo: Melhor dormir ao lado dos inimigos, do que ser atingido à distância.

Desisti de dormir na sala, pois algo nela me intrigou. Aguardei por qualquer tipo de reação durante a noite, mas ela simplesmente dormiu pesadamente até amanhecer.

Ainda estou em alerta e mesmo não tendo atração alguma por essa menina, a farei minha nessa noite. Rivika precisa entender que deve estar ao meu lado e não contra mim.

Não preciso me satisfazer sexualmente para preencher meu ego. Aprendi com a vida que o autocontrole pode ser a ferramenta mais poderosa para manter a sanidade.

Ela foi para a praia, mas meu segurança a seguiu para que nada fugisse ao meu controle. Romero não veio pois sabe que não gosto que participe tão ativamente da minha intimidade, e essa coisa de lua de mel era um banquete para suas piadinhas e provocações. Quem veio para escoltar-me foram Philip e Roussel, ambos ingleses bem treinados pelo patriarcado.

O dia estava ensolarado, com as típicas nuvens que jamais abandonam o céu inglês. Resolvi adiantar algumas negociações em meu laptop, já que dias de sol não me enchem os olhos. Estaria me apresentando ao conselho de sócios no retorno da lua de mel, e colocaria em ordem cada função dentro da organização. Somos o poder acima de tudo e todos, comandamos máfias, FBI, CIA, Forças Armadas e a política. Sabia que teria muito trabalho pela frente.

Apesar de estar com minha mente focada em meu dever, precisava também descansar um pouco. Praia era algo que não curtia muito, mas não pensei em outro local para passar esses dias, senão onde estou.

– Por favor, poderia falar com o gerente do hotel? – pedi à recepcionista de plantão.

Não tinha esquecido o vexame que passei na noite anterior. Ninguém jamais pode desdenhar de um Samuels, sendo ele quem for. O modo que a recepcionista me tratou, e depois continuou tratando Rivika, com certeza a faria pagar caro.

(...)

"Há negócios pendentes de sua aprovação em seu escritório central. Precisamos saber com exatidão o horário em que estará retornando da viagem com sua esposa, para que possamos informar aos responsáveis o tempo que podem aguardar."

Esse foi um trecho de um dos e-mails que recebi naquele dia. O secretário Louisfazia toda a triagem do que era mais importante e cuidava dos e-mails mais sigilosos da organização. Não. Eu não confio nele. Mas ele me conhece bem e sabe que andar um centímetro que seja fora da faixa, poderia destruir sua vida e de toda a sua família com apenas um estalar de dedos.

Meu pai foi um Patriarca muito severo, porém não tão inteligente. Muitas das vezes eu via que seus negócios não eram tão benéficos assim para nós, mas não conseguia entender o porquê.

Quando voltar da viagem porei tudo em seu devido lugar, ajustando o que resta, para que enfim possa comandar o Patriarcado sem pendências.

Respondi o e-mail mencionado avisando dia e hora em que Rivika e eu retornaríamos para casa. Quando foi onze e quarenta da manhã, a porta do quarto foi aberta.

{AMOSTRA》 MALCOLM e a esposa comprada. (1)Onde histórias criam vida. Descubra agora