>> Capítulo 8

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Rivika

Descobrimos que o incêndio foi proposital. Alguém provocou tudo aquilo. Havia pequenas bombas inflamáveis instaladas em pontos chaves na casa, causando o incêndio de uma forma rápida e inevitável. Um de nossos empregados morreu socorrendo a todos que estavam lá dentro. Era David, sobrinho de Linda. Ela estava arrasada com a perda de seu parente e eu também, por ela.

Malcolm deu a ordem de que nos hospedássemos em um hotel simples da cidade. Segundo ele, os luxuosos estariam às vistas de quem queria matá-lo.

Pois agora ele tinha ciência de que queriam destruí-lo.

A pessoa que eu mostrei fugindo era realmente participante de tudo.

– Linda, fique tranquila. Estamos aqui para o que precisar.

Eu fiquei o dia seguinte inteiro no quarto locado para os empregados, vendo como eles estavam, e consolando Linda. Ela ainda não compreendia como alguém poderia ser tão cruel.

– Era um jovem, tinha a vida inteira pela frente, menina. – Fungou, enxugando as lágrimas que não paravam de jorrar. – Eu cuidava dele como sua mãe. O menino perdeu os pais há muitos anos. Era como se fosse meu filho.

A abracei sentada em sua cama, dando todo carinho que eu podia dar.

De imediato me imaginei sendo mãe, gerando um bebê, dando acalento, amor, vendo crescer e de repente, o perdendo cruelmente.

Só em imaginar, desatei a chorar também. Ficamos ali sentadas sobre a cama, nos abraçando em prantos.
Era um tempo de dor.

No quarto havia também mais duas pessoas: Lindsay e Erick, dois funcionários da mansão. Lindsay cuidava dos quartos de hóspedes, banheiros e salões, enquanto Linda era a empregada de confiança, que cuidava do quarto de Malcolm e de seu escritório, além da cozinha e lavanderia. Erick era jardineiro. Um jovem senhor de aparentes quarenta anos e feição taciturna. Eles estavam próximos de nós, com um olhar complacente, também sem saber muito o que dizer.

Poucos minutos se passaram, até que a porta se abriu.

Era meu marido, revestido em fúria e ódio, todo em preto da cabeça aos pés.

– Erick, precisamos ter uma conversa agora.

Saiu entrando e dando passos firmes na direção do homem, que pela primeira vez, pareceu com medo.

– Senhor? E-eu não compreendo sua atitude, senhor. – Erick falava enquanto dava passos para trás, prestes a dar de costas na parede.

Malcolm foi rápido e o alcançou. Segurou a camisa de Erick com as duas mãos em punho e o pressionou contra a parede com violência, nos assustando com o barulho do baque.

– Você cuida da área externa da mansão. Você deixou que entrassem e destruíssem tudo. Foi você, não foi?

A voz de Malcolm carregava raiva, mas não subia o tom. Era neutra, equilibrada.

Enquanto a cena discorria, eu encarava tudo aquilo com horror.

Minha vida não tinha que ser tão ruim. Meus dias não precisavam ser tão sombrios.

Antes de Malcolm, à uma hora daquelas, eu estava lendo livros, estudando sobre alguma coisa, passeando na rua ou até visitando lares de crianças carentes.

Jamais imaginei estar tão perto da personificação do inimigo.

Meu marido era o homem mais sem sentimentos que eu conheci.

– Patrão, eu juro pela minha vida que não sei de nada. Absolutamente n...

Antes dele concluir, Malcolm deferiu um soco em sua face, e aquilo me fez saltar da cama e correr até ele, furiosa.

{AMOSTRA》 MALCOLM e a esposa comprada. (1)Onde histórias criam vida. Descubra agora