>> Capítulo 9

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Malcolm

O homem me olhava com medo, mas tentava se manter firme diante da situação em que se encontrava. Erick trabalha na minha mansão há muitos anos e nunca tive problemas com ele. Era de se estranhar que logo ele fosse um dos capangas da rebelião.

Peguei uma cadeira e sentei de frente para ele, que jazia no chão. Romero amarrou as mãos e os pés dele, impedindo-o de fazer gracinhas e eu não queria apelar para força bruta no momento.

­– Então. Desembucha.

Intimei.

Ele rolou os olhos de mim até Romero e abanou a cabeça em negativa, antes de começar a falar.

– Não sei do que está falando, patrão. Eu realmente não tenho nada a ver com o incêndio, se é o que deseja saber.

Eu o encarava minuciosamente, para pescar qualquer expressão que pudesse denotar a mentira.

– Não implantou os inflamáveis? Não permitiu a entrada de alguém que pudesse ser suspeito?

Quando finalizei a frase, ele encarou o teto, buscando na memória algo que pudesse responder, então arregalou os olhos e aquilo me deixou nervoso. Ele tinha a resposta.

– Me lembro que há uns dias, houve um apagão de luz em toda a mansão. Ficamos sem energia por horas, mas não queríamos incomodar o senhor nem o seu Romero com trivialidades.

Quando ele pausou para respirar, eu já tinha levantado e apontado minha arma para a cara dele.

– Não pare. Continue. – Ordenei.

Ele engoliu em seco e prosseguiu.

– Tentamos chamar a empresa responsável por fornecer energia, mas não conseguimos. Só que, quando bateu seis horas sem luz, alguns eletricistas da empresa de energia foram até a mansão.

– E você simplesmente os deixou entrar.

Erick não respondeu, somente assentiu.

Abaixei a arma e fechei os olhos para controlar a vontade que tinha de estourar os miolos de Erick naquele hotel sem luxo algum. Respirei fundo e levantei da cadeira.

– Romero, grave cada detalhe que Erick possa dar sobre esse episódio e depois o leve até o segundo andar.

Romero, que estava recostado na parede lateral apenas observando tudo em seu papel de segurança, questionou:

– Mas... Tem certeza que devo levá-lo ao segundo andar? Não acha extremo demais? O homem contou tudo o que podia.

Romero e seu coração mole.

Acontece que o "segundo andar" era o plano além da vida. Quando nos referíamos a esse "segundo andar", era a execução. Eu não ficaria com um funcionário ciente de que há coisas ocultas a serem descobertas, muito menos com ódio de mim por tê-lo agredido.

Melhor acabar com ele de uma vez, do que tê-lo me dando problemas futuros.

– Quer mesmo questionar minha decisão, Romero?

Meu olhar já disse tudo, pois ele somente assentiu e levou Erick embora. O questionaria, gravaria as informações e depois o mataria.

(...)

Aquele começo de noite foi conturbado demais. Minha mente fervilhava e latejava em dores.

Depois que Romero saiu, eu tomei um banho e deitei sobre a cama, tentando espairecer nem que fosse por poucos minutos, mas não foi possível porque alguém bateu à minha porta.

{AMOSTRA》 MALCOLM e a esposa comprada. (1)Onde histórias criam vida. Descubra agora