PROLOGUE

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Narrador

Ano 2027

A fumaça e as cinzas tomaram conta da base e apenas uma chama caminhava por entre os destroços. Parecia um corpo flamejante assim como as chamas que possuíram a base horas atrás.

Todos os obscurus observavam o lugar — onde foram torturados — ruir. Cansados por terem usado suas habilidades com tanta ferocidade, outros ainda tremiam de medo por não acreditar no ocorrido, mas ainda aliviados por não terem que passar por aquilo novamente.

A silhueta flamejante saiu de dentro da fumaça e deu visão para uma jovem de dezoito anos. Ela havia começado a revolução e garantiu que todos os homens maus morressem queimados em meio às ruínas de concreto e aço.

Ela era uma das que mais sofreu nas mãos daquelas pessoas. Passou três anos em um laboratório como uma cobaia, a garota que perdeu a família com apenas quinze anos e a única coisa que a tornava humana, e possuía uma raiva enorme por qualquer pessoa que não fosse igual a ela.

Assim que a jovem descobriu que todos os outros passariam por mais experimentos torturantes para o governo criar super soldados, a mesma decidiu fazer a rebelião. Mesmo tendo planejado tudo, os pesquisadores já tinham começado seus experimentos e muitos já haviam sido criados.

Naquela manhã, quando todos estavam no refeitório, a jovem decidiu organizar a revolta com os outros. Decidiram que ocorreria pela noite e que destruíram tudo e todos que ali estavam. Aquele lugar iria ruir, assim como fizeram com a humanidade daquelas pessoas.

A garota que era conhecida pelos homens daquele lugar como Silence — pois desde o dia em que chegara a base nunca falara uma vez e nem expôs sua habilidade — estava com seu plano inteiramente feito e só precisava da oportunidade de realizá-lo naquela noite. Assim que foi levada para o laboratório no começo da noite, sabia que era o momento certo.

Na manhã havia dito que quando fosse para o laboratório e o código vermelho fosse acionado, seria o momento dos outros agirem. Desta forma ocorreu. Silence foi levada para a sala de paredes brancas e cheias de máquinas que a provocavam pesadelos todas às vezes. Assim que a amarraram na maca, a garota fez algo que nunca havia feito, ela falou.

Desde o dia em que foi levada para lá nunca falou uma palavra para os homens daquele lugar. As poucas palavras que trocava era com um único dos muitos que estavam aprisionados, seu melhor amigo, ou como preferia pensar, a única família que lhe restara. O rapaz, assim como ela, possuía habilidades incomuns e era seu melhor amigo antes disso tudo — quando ainda se podiam chamar de normais.

Os cientistas estranharam a ação, mas não pensaram que seria maior que seus cérebros poderiam raciocinar. Em um piscar de olhos, antes que qualquer uma das imensas agulhas atravessarem sua pele pálida. Silence mostrou o que realmente poderia fazer quando se sentia ameaçada. Suas íris adquiriram cores diversamente vivas, tornando-se um imenso universo e seus cabelos prateados brilharam em uma chama avermelhada.

As amarradas de couro que a prendiam a maca derretem assim que as chamas que cobriam sua pele entrou em contato com as mesmas. O som estridente de um alarme avisou aos outros que era hora — aquele era o código vermelho.

Aqueles que estavam com ela dentro da sala, se apavoraram e correram até a porta de aço. No entanto, a garota não os permitiu sair dali, não os deu nem a hipótese de terem esperanças de fugir do local.

Suas mãos criaram bolas de fogo e assustaram os homens que assistiam no cômodo. O ar estava abafado pelas chamas que possuíam o corpo magro da garota de dezoito anos, seus cabelos eram o próprio fogo e nada ali suportava o calor.

OBSCURUS 《*•JJK•*》Onde histórias criam vida. Descubra agora