Monstros presos na sua cabeça
Nós somos, nós somos, nós somos
Monstros debaixo da sua cama
Nós somos, nós somos, nós somos monstros.
Monsters - Ruelle
╰──────◈──────╯Ano 2029
A manhã fria de dezembro fez com que eu me envolvesse com meus braços e tentasse amenizar o frio liberando o ar quente de meus lábios e observando o mesmo congelar em uma fumaça branca.
Depois de um verão completamente infernal, o inverno surpreendeu a todos que pensaram que não iria nevar e muito menos cair uma geada que era capaz de congelar os carros que ficavam muito tempo com os motores desligados.
Graças a esta maravilhosa geada, terei que ficar na base e não poderei ir para casa. Como se isso me deixasse triste, para falar a verdade, desde que entrei para o serviço militar prefiro passar noites dormindo no chão de uma floresta do que ir para casa e encarar meu pai.
Faz uns dois meses que estou no exército, eu viria quando tivesse terminado a faculdade de desenhador gráfico, mas meu pai, o grande general Jeon não me deu escolha alguma. Após meu irmão ter entrado no exército e ter se tornado médico oficial do batalhão no Vietnã, o general focou toda sua atenção em mim e não me deixou em paz desde então.
Por eu ser o filho mais novo e o que não liga a mínima para a opinião militarista dele, o general prefere omitir sobre minha existência para qualquer um que não nos conheça a fundo, e não faço a menor questão de ser comparado a um homem tão impetuoso.
Quando eu tinha uns quinze para dezesseis anos, ouvi-o falar sobre uma bomba que atingiria a favela de Guryong, mas no começo pensei que seria o governo sul-coreano responsável pela ação, mas não. Meu pai era e ainda é, um traidor da própria nação. Um espião da Coreia do Norte durante a noite, general sul-coreano pelo dia e um homem desumano por toda a vida.
Parei de olhar para ele como pai desde o Daylight. Muitos inocentes morreram, mas houveram sobreviventes — mesmo estes sendo nem 1% daqueles que morreram —, estes que causam pesadelos à população até hoje. Mesmo as Coreias estando em guerra desde a bomba, os governos entraram em combate desde então, até hoje essa guerra que espalha dor e sofrimento as famílias dos recrutados, não me parece ter um fim próximo.
— Soldado! — Ouço a voz do meu capitão e o mesmo surgiu subindo às escadas da torre de observação.
Bati continência e o mais velho balança mão para me liberar da formalidade militar. Eu havia ficado como vigia naquela noite e como era um dos poucos que permanecia na base, fui selecionado para a missão de ficar no frio e observasse a trincheira a quilômetros dali.
Muitos dos oficiais estavam em suas casas, outros estavam pondo suas vidas em risco em uma guerra inútil e existiam muitos como eu, não queriam voltar para suas famílias, mas também não eram qualificados para a guerra, então o que nos restava era fazer trabalhos no base e passar o tempo com coisas banais.
— Está dispensado. Pode tomar um banho quente e trocar suas roupas. — Falou olhando para a neve que cobria toda a floresta. — Se quiser, pode dormir um pouco. Porém, não abuse. — Ele disse antes que eu fizesse continência e saísse dali.
O achei estranho, pelo simples fato de ter dado uma opção de querer ou não algo. Coisa que ele nunca faz, com ninguém, eu poderia dizer que ele é a cópia exata do meu pai.
Desci às escadas de metal cobertas pelo gelo e corri até o quartel, andei para os dormitórios que ficavam atrás do prédio principal e entrei. As várias beliches arrumadas e alguns soldados ainda se arrumando eram vistos por mim assim que entrei. Fui até meu armário que ficava ao lado de minha beliche e peguei outras roupas e a toalha.
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OBSCURUS 《*•JJK•*》
Fiksi Penggemar⚠️[PORTAGENS DESCRONOMETRADAS]⚠️ {LIVRO DA SAGA "THE TRUTH UNTOLD"} "The demons of darkness pull all the light we have left." No ano de 2024, uma bomba nuclear vinda da Coreia do Norte explodiu em uma das partes mais pobres da Coreia do Sul, atingin...