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O suor escorria por seu rosto, o que fazia com que seu cabelo grudasse em sua pele pegajosa

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O suor escorria por seu rosto, o que fazia com que seu cabelo grudasse em sua pele pegajosa. A respiração estava ofegante, e vez ou outra seu corpo mexia bruscamente sobre a cama fria.

Uma dor insuportável descia por seu ombro, ele gritava e sentia todo o corpo tremer. Tudo parecia girar ao seu redor, a neve embaixo de si não era nada comparada com as dores espalhadas pelo seu corpo. Bucky pedia por socorro, sentindo sua garganta arder, mas parecia que de nada adiantava. Ninguém viria o ajudar.

Ele encarou seu braço ou onde seu braço deveria estar, o desespero tomando conta dele e a dor aumentando cada vez mais. Havia sangue, muito sangue e Bucky não sabia se iria resistir. Sua visão estava começando a ficar turva e o som de passos abafados ecoava em sua cabeça.

— Socorro! – gritou, erguendo o corpo e encarnado a parede cinza em sua frente. Ele olhou ao redor, sentindo o alívio espalhar-se por seu corpo, involuntariamente ele levou a mão até seu braço de metal e fechou os olhos com força.

Era a terceira noite seguida que Bucky tinha o mesmo pesadelo, uma lembrança do que aconteceu anos atrás. Ele não conseguia lembrar-se dos detalhes do que aconteceu depois. Apenas lembrava de acordar em um local escuro e já com o braço de metal.

Ofegante, o homem levantou da cama e andou pelo quarto, puxando a camisa molhada de suor e a jogando no chão de seu quarto. Encarou seu corpo no espelho preso à parede e dedilhou as cicatrizes em seu ombro. Bem que ele queria que tudo aquilo fosse só um pesadelo... Mas, eram lembranças. Vagas lembranças que o assombravam todas as noites.

Ele só queria ter ao menos uma lembrança boa e feliz, alguma coisa sobre quando estava servindo na guerra ou sua infância no Brooklyn, sua amizade com Steve, sua família. Estava cansado de lembrar das atrocidades que fez quando Soldado Invernal, ou a época em que passou na Sala Vermelha.

A pilha de cadernos sobre a mesa eram a prova dessas lembranças ruins e soltas, algumas eram vividas demais e outras como a que tem todas as noites, não tem uma continuação. Steve dizia que era um bom progresso e que ele não deveria estressar-se com isso.

"— Aos poucos você vai se lembrar de tudo, amigo!"

Bucky riu sarcástico para seu reflexo e passou as mãos pelo cabelo.

Paz. Era o que ele queria.

As vezes ele até desejava não se lembrar de nada, pelo menos o Bucky que sofreu lavagem cerebral não precisava conviver com a culpa que ele estava vivendo hoje.

Duas batidas na porta atraíram a atenção dele, que hesitou em checar quem era.

— Buck? – a voz de seu melhor amigo soou abafada. O soldado bufou, esfregando a mão normal em seu rosto e movendo os dedos de metal. Era uma péssima hora para lidar com Steve Rogers e sua animação matinal.

— Já vou! – disse revirando os olhos e indo até a porta. Bucky ponderou se abria ou não, mas antes que fizesse algo a maçaneta se mexeu.

— Tá tudo bem? – questionou o Capitão. E com essa pergunta, Bucky Barnes abriu a porta impaciente, encarando Steve com a expressão séria e os olhos vazios.

✓ Fix You¹ • Bucky BarnesOnde histórias criam vida. Descubra agora