40

7.5K 482 536
                                        

🚨 ALERTA DE GATILHO: sangue e menção implícita à automutilação

🚨 ALERTA DE GATILHO: sangue e menção implícita à automutilação

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

A mulher encarava o próprio reflexo no espelho. Os cabelos ruivos estavam presos em um coque, muitos fios escapando da presilha e caindo sobre o rosto de Amelia.

Ela sorriu, mostrando todos os dentes para si mesma. Depois, suspirou, sacudindo a cabeça e tentando forçar as lágrimas a caírem. Seu rosto estava vermelho e os olhos continuavam secos, sem nenhuma gota embaçando a visão.

— Que droga! — bufou irritada, apertando a lâmina entre os dedos. — Nem pra chorar você presta, Meli.

Amelia abaixou a cabeça, encarando as mãos e o pedaço metálico que seus dedos finos seguravam. Ela mordeu o lábio com força, decidida a fazer aquilo. Vai que daquela vez desse certo...

Lentamente, Amelia sentiu o beliscão na pele de seu braço e logo o filete de sangue surgiu pela ferida que se abriu. Ela franziu as sobrancelhas, o braço latejando e o líquido espesso e escarlate sujando a pia extremamente branca. Amelia aguardou, esperando a escuridão a abraçar.

Porém, ela não veio. Nem ao menos desmaiou, só continuou a sangrar. Não se curou. Apenas sentiu um mal estar, a cabeça girando e talvez, só talvez, Amelia achou que fosse desmaiar.

Ao longe, podia escutar Natasha conversando com os outros. Sobre as mesmas coisas... As vozes ecoavam pelos corredores e na cabeça da ruiva.

Jogando a lâmina no vaso sanitário e dando descarga, ela mordeu o próprio braço enquanto gritava desapontada e irritada. Era uma inútil mesmo.

A ruiva tropeçou até o quarto, procurando nas gavetas alguma camiseta que pudesse enrolar no pulso. O sangue gotejava no chão e se manchasse o carpete, Natasha iria pirar. Amy pegou uma regata preta e rasgou a barra da mesma, ficando com uma faixa larga de tecido. Com força, ela enrolou-o ao redor do pulso, apertando e amarrando de qualquer jeito.

— Credo — murmurou, vendo o sangue grudado embaixo das unhas compridas e feridas.

E querendo sair daquele quarto escuro e fedendo a suor e sangue, Amelia Griffins decidiu roubar algumas barrinhas de cereal no armário de Natasha. Talvez, poderia até pegar uma garrafa d'água. Estava com sede, de repente.

Ao chegar na cozinha, Amelia escutou uma voz conhecida conversando com Natasha. Com passos lentos, ela caminhou até a sala de jantar, espiando pelo batente da porta. Steve estava sentado de frente para Nat, os braços cruzados e um sorriso no rosto.

— A gente devia começar a cobrar pelo uso da máquina — sussurrou para si mesma, observando a mesa de jantar e o sanduíche de pasta de amendoim no meio da dupla.

Ao erguer o olhar, Amelia viu os olhos azuis dele a observando com atenção. Sentiu o estômago gelar e o coração disparar em seu peito. Ela abafou um grito e deu um passo para trás, esquecendo-se por um momento das fotos de Bucky que piscava nas telas. O coração doía e antes que as fotos de Clint e Sam surgissem, ela desviou o olhar para Steve e Nat.

✓ Fix You¹ • Bucky BarnesOnde histórias criam vida. Descubra agora